MÁRIO PEDERNEIRAS

MÁRIO PEDERNEIRAS, natural da cidade do Rio de Janeiro.
Nasceu a 2 de novembro de 1867 e faleceu nessa mesma Capital, aos 8
de fevereiro de 1915. Encetou a vida literária no jornalismo, escrevendo
em folhas diárias e periódicos, e fundou em 1908 a revista semanal
Fon-Fon. Fêz-se a sua formação literária sob o influxo dos poetas franceses
da escola simbolista: deu então a lume o seu primeiro livro,
Agonia, onde se deixa ver a inclinação às novas formas de expressão
artística. Depois fixou com características próprias, a sua maneira clara
e simples de poetar, servindo-se já dos moldes consagrados, já dos versos
vários e livres, através dos quais se lhe extravasava, original e forte, às
vezes pungitiva, a inspiração. Mário Pederneiras amou intensamente a
cidade em que nasceu, posta em seus versos com sentimento e encanto; e
fêz vibrar em suas páginas, em forma justa e em nítida expressão, as
doçuras do lar e as agruras da vida.

Deixou as seguintes obras: Agonia, livro inicial, Rondas Noturnas
(1901), Histórias do meu Casal (1906), Ao léu do Sonho e à mercê da
Vida
(1912) e Outono (1914).

Literatura na Idade Média e Renascença – Resumo escolar

A IDADE-MÉDIA E A RENASCENÇA

Descida ao inferno

DESDE os primeiros dias, têm os homens imaginado o que acontecerá à alma depois que, deixa o corpo. Permanecerá viva? E se fôr assim, para que especie de lugar irá ela? Vários grandes escritores tentaram imaginárias viagens à terra das almas que se foram. O maior deles foi Dante Alighieri, poeta italiano do século treze. Na sua obra-prima, A Divina Comédia, leva-nos em viagem através dos horrores do inferno, cruza as regiões do purgatório e chega às glórias do céu. Tão viva era sua imaginação e tão profundamente se lhe marcava o pensamento no rosto, que um amigo observou uma vez: "Este homem parece, na realidade, ter vindo diretamente do inferno". Eis como Dante descreve sua descida ao mundo subterrâneo:

Um dia, acha-se êle perdido numa sombria floresta. Está a ponto de ser atacado por um leão, uma onça e uma loba, quando o antigo escritor Virgílio vem em seu auxílio. Este escritor, no seu poema A Eneida, fizera outrora uma viagem ao reino de Plutão. Agora oferece-se como guia a outra excursão ao mundo subterrâneo.

Juntos descem eles às profundezas da terra até se encontrarem no círculo mais exterior do Inferno. Aqui Dante encontra as almas dos indiferentes, dos insignificantes, dos que durante toda sua vida não foram exatamente maus, nem tão pouco se deram ao trabalho de ser bons. No Inferno, têm de cumprir a pena que cabe à indiferença. Esse castigo é serem forçados continuamente a trabalhar, sem um momento de descanso, "como grãos de areia revoluteando eternamente no remoinho".

Em seguida, descem às regiões mais