Continued from: O MUNDO INTERIOR - Farias Brito

Capítulo II

O RENASCIMENTO DA FILOSOFIA DO ESPÍRITO

O ESPÍRITO NOVO NA FILOSOFIA (¹)

De
uma coisa poderá estar certo todo aquele que se mostrar impressionado com a
gravidade da situação atual dos espíritos, considerando as incertezas do
problema da civilização e a crise por que tem passado o espírito humano, no
exercício de sua função própria e na luta pela realização de suas mais altas
aspirações: — é que o momento é de renovação e reconstrução; é que o momento é
de revigoramento moral, sendo certo que a época de demolição e desmoronamento
chegou a seu termo e um ideal novo anuncia as aproximações de sua entrada no
mundo.

Realmente era já tempo. Fazia-se necessário que o homem
readquirisse a consciência de si mesmo, consciência que parecia haver perdido
de todo; o que decerto devia ser compreendido e interpretado como sinal seguro
e ameaça tremenda de uma irremediável hecatombe, — a morte de todas as crenças,
a ruína e o desastre da civilização contemporânea. Mas a reação começa, e tudo, como por encanto, se transforma.
Ouve-se como que o ruído de uma música distante, a harmonia longínqua de um
canto de guerra, como a anunciar a invasão de um exército salvador, em campo de
batalha onde já começavam a fazer sentir os efeitos desastrosos da desolação e
do terror, a previsão e certeza da vitória do inimigo. Despertam energias
ocultas que dormiam ignoradas no fundo da consciência. E como se a humanidade
acordasse do pesadelo de uma longa noite de delírios e de trabalhes insanos, em
luta contra fantasmas desconhecidos e contra a iminência do aniquilamento
universal, é com verdadeiro deslumbramento que contempla a luz que desponta no
horizonte, anunciando a claridade do dia.

(1) pp. 36-39 212

 

Tudo
é matéria — proclama a filosofia moderna. E isto é aparentemente uma fórmula
vã, mas em sentido real, vale por uma revolução e no fundo quer dizer: Fez-se
de novo o caos e em toda a extensão infinita do espaço estabeleceu-se o império
da confusão e da desordem. O mundo fez-se trevas; a vida perdeu todo o seu
sentido e todo o seu valor; e uma noite impenetrável encerrou os horizontes do
espírito. Para os que sentem, quer dizer, para os que sofrem, para os que estão
sujeitos ao nascimento e à morte, só o sofrimento impõe-se como verdade. O
desespero torna-se a única palavra da vida. E uma tristeza mortal invade o
coração do homem, inconsciente em face da natureza sensível, mudo e impassível
em face do cadáver do espírito e da desordem do cosmos.

Tudo é matéria. E isto significa: a consciência é uma
mentira, e o que se chama consciência é apenas um clarão passageiro e fugaz, um
relâmpago inerte e sem vida na noite infinita das evoluções da matéria:
acidente sem valor, repercussão ilusória da realidade no vácuo, efeito apenas
do choque dos elementos, vibração momentânea da sombra. Mas esse clarão como
simples aparência, como luz vacilante e incerta, sem consistência real e
meramente fantástica, claridade diáfana e sutil que a matéria mesma reflete no
nada, logo será desfeita ao sopro da tempestade e tudo voltará ao inconsciente;
quer dizer: e tudo voltará ao nada.

O nada — eis, pois, o fim e a
verdade definitiva para a vida..

Além disto viver é sofrer e prolongar a vida seria tornar
eterno o sofrimento. Pode dizer-se que a vida é uma agonia contínua; e o
momento em que começamos a viver é já, por assim dizer, um começo de morte. É
preciso que essa agonia termine. Para vencer, pois, o desespero e a desgraça
irremediável da vida, só há um meio: o completo esquecimento de tudo no nada. O
nada —-eis, pois, a suprema libertação.

Tal
é a conclusão última e a síntese final do materialismo. Por onde se vê que esse
sistema é a forma mais completa e perfeita do que poderia chamar-se a
filosofia do desespero. É fácil imaginar que consequências não deverão
resultar, de semelhante doutrina, na ordem prática. Uma doutrina de desespero
só poderá produzir obra de desespero, uma doutrina de demolição só poderá
demolir. É por isto que sob o domínio do materialismo que, nos nossos dias,
força é confessar, se tornou — a doutrina dominadora é a filosofia dos sábios
—, o espetáculo que deveria oferecer-nos o mundo, não poderia deixar de ser
este a que realmente assistimos, da dissolução moral e da ruína dos caracteres,
sinal certo de urna volta fatal e inevitável à barbaria.

Entretanto,
a despeito da confusão que se faz nos espíritos, a despeito da convulsão moral,
a despeito do desequilíbrio e da desordem do mundo, é certo que a verdade
permanece inalterável e eterna na superfície do abismo.

Renovação,
renascimento, vida eterna — eis como se devem interpretar as operações da
natureza e o movimento da vida. É o que nos diz a luz imparcial da verdade.

A MORTE DAS DOUTRINAS DE DEMOLIÇÃO (¹)

Realmente é preciso ser cego para não compreender que uma
claridade nova se apresenta no horizonte do pensamento. E é preciso ser bem
duro para não sentir que o momento é trágico e solene, sendo certo que para
todos os sistemas ou modalidades do ceticismo ou da filosofia do desespero que
dominaram no último período do desenvolvimento histórico da civilização
ocidental, compreendendo — o criticismo e o positivismo, o materialismo e o
pessimismo, e por fim, como consequência dos mesmos, a anarquia, – é chegado o
momento da agonia.

O espetáculo é grandioso e
imponente: a morte das doutrinas que durante dois séculos encheram a história
com o ruído das suas proclamações violentas e com o estrondo das suas ameaças
de demolição e desmoronamento da obra tradicional do espírito.

(1) pp. 39

 

No trabalho contínuo da civilização, no esforço perseverante
do espírito pelo desenvolvimento indefinido das ideias, é necessário realmente
distinguir duas espécies de agentes, duas categorias de homens: os que são
portadores de ideias, os que agem como forças vives do espírito e representem
pontos de resistência e direções definidas na obra do pensamento; e os que não
têm consciência do papel que representam, incapazes de compreender que todo o
homem tem o dever de agir, em todas as situações da existência, como se
estivesse certo de que tem uma missão a cumprir na vida, devendo esforçar-se,
com o máximo interesse, por que essa missão se cumpra. Os primeiros são como
colunas do edifício do pensamento, sementes vivas da geração das ideias. Os
segundos são como máquinas inertes, instrumentos cegos do trabalho da vida;
anima-os apenas o instinto da pura animalidade; não resistem à paixão que os
domina, nem ao interesse que os atrai: são como destroços que a onda sacode na
praia ou folhas que o vento leva. Os primeiros fazem obra de boa-fé, e ainda
quando promovem a demolição do trabalho secular, anima-os o pensamento da
verdade. Os segundos são determinados exclusivamente pelas seduções do prazer,
ou pelas ilusões da vaidade, e algumas vezes e talvez na maioria dos casos,
pela atração irresistível do escândalo, quando não os impulsione a previsão ou
o cálculo de interesses inconfessáveis. Acreditam tirar partido da confusão e
da deserdem geral. E isto acontece, não somente, tratando-se do ceticismo e das
doutrinas de demolição, como igualmente, tratando-se de qualquer das
modalidades do dogmatismo construtor e renovador. Compreende-se bem que o fato
principalmente se dá nas doutrinas da primeira categoria, pois é aí que
encontram fácil acesso e terreno apropriado para sua obra de corrupção e
depravação, os sofistas de toda a ordem, como os boémios do pensamento, e principalmente
os cegos de espírito e de sentimento a quem fascina somente a preocupação da
novidade ou o pensamento da desordem; ou as almas fechadas a todo o sentimento
de amor e piedade, que imaginam tirar partido da desgraça humana, ou acreditam,
por excesso de demência, que deixam de sofrer, fazendo sofrer. Mes isto não
quer dizer que o dogmatismo construtor não tenha também os seus contrabandistas
e falsificadores. Estes não cessam de agir e em toda a parte aparecem; e como
não é o amor da verdade, mas a paixão ou o interesse que os domina, daí resulta
que a feição particular que os caracteriza é a preocupação do ruído, sinal
aparente do êxito e prenúncio da vitória. Por isto mesmo são sempre
intolerantes e fanáticos e não admitem que alguém os contrarie. Além disso,
como fazem ruído e exploram as paixões sociais, estão em contato mais direto
com a massa bruta da sociedade, e exercem, com mais facilidade, ação sobre o
povo, — meio instável e inconstante, onde as ideias vão germinar e frutificar,
produzindo a seiva renovadora do espírito, ou o veneno que tem de convulsionar
e perverter as sociedades. O povo torna-se por isto o grande corruptor de todas
as doutrinas, como de todos os princípios; e vem daí que nenhum trabalho do
espírito, por mais fecundo e por mais altamente significativo que seja, poderá
conservar indefinidamente a sua pureza primitiva.

Mas o momento do perigo está terminado. Na filosofia
tradicional, o que tinha de ser eliminado já foi eliminado; e agora o que se
trata de fazer é a obra de reconstrução. É o que já se começa a acentuar em
todas as grandes correntes do espírito e em todos os centros de cultura. Por
isto uma nova luz desponta r.: horizonte, e a filosofia que é a vida mesma do
espírito, essa que. no dizer de Le Roy, é por natureza invenção e reinvenção
perpétuas, a perermis philosophia, renasce, purificada dos erros do
passado e das imperfeições introduzidas pelos elementos de corrupção e
falsificação que a viciaram, — renasce, olhando de um ponto de vista mais alto,
e tornando mais profunda e mais luminosa a visãc do mistério interior. E a
morte a que assistimos é não a da civilização e da verdade, mas a das doutrinas
de demolição de que resultou a anarquia moderna e cuja missão está terminada.

O DOGMA DA FILOSOFIA DO DESESPERO (¹)

Consideremos
a questão do momento atual nos termos mesmos com que se apresentou na história,
para examinar o caso em face da realidade concreta. Verifica-se então o
seguinte: que uma grande filosofia presidiu a formação da civilização
contemporânea. E essa filosofia não era simplesmente um sistema de concepções
abstratas e estéreis: era uma filosofia viva e efetiva, que animava as
consciências e se objetivou em religião, dando direção e organização à
sociedade europeia. E vem da mesma corrente de ideias que deu direção e
organização às sociedades asiáticas, remontando, em suas origens, à tradição
primitiva, como a dar prova de que uma unidade fundamental dirige os destinos
da humanidade no planeta, havendo um fim a realizar e uma obra a tornar efetiva
na marcha da história, e havendo conformidade e solidariedade da parte de todos
os elementos humanos, no trabalho comum da civilização.

(1) pp. 43/48 216

Essa filosofia, como era natural, ainda no período
primitivo, fracionou-se em correntes várias e em sistemas diversos, de
conformidade com as aptidões e tendências dos diferentes povos. No mundo
ocidental a corrente que prevaleceu foi a da tradição hebraica, e a doutrina
que definitivamente se impôs e deu organização às sociedades modernas, foi a do
cristianismo. Esta doutrina sem dúvida, derivava também da tradição primitiva,
mas expurgada da corrupção resultante de influências inúmeras, e vivificada
pela inspiração renovadora de um poderoso espírito a quem inflamava a paixão do
divino e a quem dominava a visão do futuro. Mas o cristianismo, se bem que
fosse uma doutrina de amor e de bondade, que era ao mesmo tempo, "espírito
e vida", luz e verdade, todavia, como todas as doutrinas, corrompeu-se ao
contato das multidões, sobretudo depois que com o estabelecimento do
absolutismo papal, adquiriu o seu mais alto grau de poder e autoridade. E já no
começo da história moderna havia perdido a sua pureza primitiva e a fascinação
dos primeiros tempos.

E
essa corrupção cresceu e alargou-se à proporção que a autoridade religiosa
adquiria mais força e aumentava em poder e influência. Daí a Reforma, revolução
que convulsionou toda a Europa e terminou exatamente pela queda do absolutismo
papal. Daí a crítica moderna e sua obra de demolição.

Essa
demolição foi tremenda. Tudo foi convulsionado. Nem será exageração afirmar que
do trabalho secular do espírito não ficou pedra sobre pedra. Às conclusões
implacáveis da crítica demolidora, davam força as descobertas da ciência,
contrárias aos dogmas fixados pela religião. Ridicularizavam-se, assim, todas
as práticas do cristianismo, à maneira do que se fazia com o culto pagão ao
tempo da dissolução do Império Romano. Condensaram-se todos os seus processos e
normas. Combateu-se o seu princípio fundamental, a afirmação do espírito como
expressão de uma verdade eterna que exerce ação real e efetiva
sobre o mundo e de que dependem a ordem da natureza e os destinos da
humanidade. E a própria moral em que se resolve a doutrina do Cristo, apesar de
seu caráter puríssimo e de sua beleza incomparável, foi posta de lado como coisa
anacrónica e desprezível, devendo iniciar-se cora a negação do espírito e a
afirmação de que a matéria é a única verdade, — o período do amoralismo e do
utilitarismo, negação da moral que, em última análise, se resolve em moral do
gozo ou do poder e da força.

Querendo
combater os abusos da autoridade religiosa e as imperfeições e defeitos da
organização moral das sociedades, a crítica moderna passou da ordem prática
para a ordem teórica e procurou desmoronar o edifício mesmo das ideias. E sem
compreender que

o que há de mau e imperfeito
nesse edifício, vem da influência dos elementos corruptores que pululam na
sociedade, atribuiu todo o mal à filosofia e à influência religiosa. É aí que
estão o elemento pernicioso e o princípio da desorganização. Esse
elemento é simplesmente uma ilusão transmitida pela ingenuidade infantil da
humanidade primitiva, e deve ser eliminado como coisa vã e fantástica- E como
pela força do hábito chegou a transformar-se em poderoso obstáculo ao
desenvolvimneto natural das ideias, compreende-se que essa eliminação é a
primeira condição do progresso e da reorganização. É preciso então apelar para
o que há de positivo e real, para a realidade tangível. Ora, o que há de
positivo e real, o que constitui a realidade tangível é a matéria. Ê preciso,
pois, apelar para a matéria. É o que a crítica entendeu dever concluir,
procedendo, aliás, de acordo com as ciências que também só conhecem, de modo
certo e positivo, a matéria. E assim argumentando, acentuou: tudo o mais é
falso, tudo o mais é ilusório. É da matéria mesma que deve partir a indicação para
a orientação do futuro e é de conformidade com os processos da matéria que deve
ser interpretada e organizada a sociedade.

Tudo
é, pois, matéria — eis o dogma da ciência; e é em nome da ciência que me
apresento e é em nome da ciência que falo.

E
eu digo: esse dogma é o da filosofia do desespero. E realmente dizer: tudo é
matéria — é desesperar de compreender o espírito. O materialismo, de fato, é
uma filosofia que só acredita no corpóreo e no tangível. Tal filosofia não pode
acreditar no espírito. E se há alguma coisa a que se deva dar o nome de
espírito, e se merece esse nome a energia que em nós pensa e sente, para essa
filosofia, isto é, para o materialismo, essa coisa, essa energia, esse

fantasma, deve ser ainda uma manifestação particular e maia ccmpiicada da
matéria. O espírito é, pois, fenómeno da matéria mesma; não, fenómeno
propriamente dito, uma vez que não tem realidade e não se concretiza como
corpo, mas epifenômeno, isto é, uma espécie de repercussão acidental das
evoluções da matéria.

E a vida? A vida é uma simples agregação da matéria: com a
morte essa agregação desfaz-se de todo, e o ser vivo desaparece e se extingue.
De maneira que com a morte tudo se acaba, e para o ser vivo a finalidade é o
nada.

Não
é isto verdadeiramente a filosofia do desespero?. . . Assim dogmatiza essa
filosofia. E a seu ensino junta-se como complemento necessário o pessimismo; e
este, examinando a coisa ainda mais a fundo e tirando as consequências últimas
da doutrina, acrescenta: — E, não obstante, viver é sofrer. Como justificar
então a vida? Não há meio: e deste modo o que se impõe irresistivelmente como
verdade, é isto: o fato mesmo de existir, por si só, é a maior das desgraças.

Há, pois, um dogmatismo positivo — é a filosofia do
espírito; e um dogmatismo negativo — é o materialismo. Este último tem por
ideal a matéria, por conseguinte a inconsciência, por conseguinte a morte e o
nada. É a filosofia do desespero e no vestíbulo do templo onde se pratica o
culto dessa fiolsofia dever-se-ia inscrever a fórmula dantesca: Lasciate
ogni speranza voi cftentrate.

Mas é tempo de gritar: Basta. O fato mesmo da desorganização
geral e da situação aflitiva a que se acha reduzido o mundo, é suficiente para
provar que um ideal é necessário para a vida; e esse ideal não poderá
compreender-se, nem explicar-se senão como obra do espírito, pois o espírito é
o princípio mesmo do conhecimento e a fonte de todo o ideal. Por onde se vê que
o espírito é a verdade das verdades. E a vida mesma não é senão a realização
objetiva e s. manifestação visível do espírito.

De
outra forma a vida não poderia justificar-se e a ciência mesma seria coisa
inexplicável. O materialismo, entretanto, não conhecendo, ou não pretendendo
conhecer das coxisas, senão o aspecto exterior, só admite corpos. Mas como
afirmar ou negar qualquer coisa, sem reconhecer-se a si próprio como espírito,
aquele que nega ou afirma, uma vez que só um espírito, isto é, uma consciência,
pode afirmar ou negar? É preciso ser cego para insistir nas conclusões absurdas
desse preconceito sistemático. O materialismo não é somente uma teoria
funestíssima na ordem prática, é também uma concepção teoricamente absurda. E
em verdade, na sua pretensão de reduzir toda a realidade, exclusivamente à
forma exterior, objetiva, é uma teoria que não pode ser representada na
consciência. E a matéria pode ser negada, porquanto o que se nos apresenta no
espaço e aí ocupa um lugar e se move, pode ser uma ilusão, como acontece no
delírio da febre ou nos fantasmas do sonho; e já houve um filósofo que não
encontrou distinção essencial entre a realidade que se ostenta no espaço e no
tempo e as visões da alucinação-, e chegou mesmo a afirmar que a realidade
objetiva, o mundo exterior, é uma alucinação verdadeira. Mas o princípio
mesmo que vê e observa, que sente e conhece, podendo perceber a verdade do que
sente e conhece, e generalizar em princípios e leis o que vê e observa,
organizando em sistema o conhecimento, como se fosse um espelho capaz de
refletir a imagem do mundo, — esse princípio, ainda quando as suas
representações sejam o resultado de uma
alucinação, ainda quando em todas as suas operações seja sempre vítima de uma
ilusão permanente, não poderá negar-se.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.