XCI. A êle vinham se entregar os reis, príncipes e senhores
do país; e capitães romanos que haviam tido cargos, encontravam-se à sua volta,
um número completo do Senado, entre os quais o próprio Labieno, que era antes
um dos amigos de César e que sempre havia estado com êle nas guerras da Gáha;
e Bruto, filho daquele que foi morto na Gália, homem de grande coragem e que
jamais anteriormente havia falado a Pompeu nem o havia saudado, porque o
considerava ter sido o assassino de seu pai; e no entanto, fora agora se
submeter a êle, como aquele que combatia pela liberdade de Roma. Cícero mesmo, se bem que houvesse escrito e
aconselhado de outro modo, teve vergonha de não estar no número dos que queriam
aventurar sua vida pela defesa do país. Também aí foi Tídio Sexto até a
Macedônia, ainda que extremamente velho e manco de uma perna; de tal modo que
os outros regozijavam-se e zombavam; mas Pompeu, quando o percebeu, levantou-se
e correu à sua frente, considerando que era um evidente testemunho da boa
opinião que tinham dele, pois que pessoas tão velhas, fazendo mais que sua
idade e suas forças permitiam, amavam mais estar em perigo com êle, do que com
toda a segurança em suas casas. Com vantagem foi realizada uma assembléia do
Conselho, na qual, seguindo a opinião de Catão, concluíram que não fariam
morrer nem um cidadão romano, senão em batalha e não pilhariam cidade alguma
que fosse sujeita ao império romano. Isto fez com que o partido de Pompeu
fosse mais amado ainda, pois esses que não se misturavam absolutamente nesta
guerra, ou porque habitassem muito longe, ou porque tinham pouca força e meios
que não faziam conta de jeito algum, ainda favoreciam pela vontade e pela
palavra a mais justa parte, estimando aquele ser inimigo dos deuses e dos
homens quem não desejasse que Pompeu vencesse.
XCII. Todavia César, de sua parte também, mostrava-se
delicado e amável, quando era o mais forte, pois tendo tomado e ganho todo o
exército de Pompeu, que estava na Espanha, deixou que os
capitães fossem para onde bem lhes parecesse e ser-viu-se dos soldados; pois
passando de repente os montes, atravessou em grandes jornadas a Itália, tanto
fez que chegou à cidade de Brundúsio (80) quando já se achava no coração do
inverno, onde atravessando o mar, foi desembarcar na cidade de Orico (81),
levando com ele Vibio, um dos amigos de Pompeu que havia feito prisioneiro, o
qual levou à sua frente para o oferecer quando se encontrassem, e assim, se
dentro de três dias houvessem de partir e deixar seus exércitos, reconciliados
infundindo confiança um ao outro, voltariam juntos como bons amigos à Itália.
Pompeu considerou impróprio um ardil e uma emboscada feitos para surpreendê-lo,
descendo rapidamente para a praia, apoderou-se de todos os lugares apropriados
e bases naturais para alojar um acampamento com segurança, e igualmente de
todos os portos, praias e enseadas que oferecessem bom abrigo para os navios e
onde pudessem com segurança abordar, de maneira que todo o vento soprasse
favoravelmente para ele, trazendo-lhe soldados, víveres e dinheiro.
(80) Brindes na Calábria;
(81) No Épiro sobre o mar Ioniano.
XCIII.
Ao contrário, César estava tão apressado
e vinha por um caminho tão desfavorável, tanto por terra como por mar, que se
via constrangido a provocar a batalha e assaltar Pompeu até mesmo dentro de
suas fortalezas para experimentar atraí-lo ao combate, onde levou a melhor a
maior parte do tempo, obtendo vantagens em quase todas as escaramuças, exceto
uma vez em que quase perdeu suas tropas e quase ficou totalmente arruinado,
porque Pompeu repeliu tão valorosamente seus soldados, que obrigou todos a
virar as costas, depois de haver morto dois mil sobre o campo, ali na hora,
César, porém, não pôde ou, melhor dizendo, na minha opinião, não ousou entrar
em seu acampamento, entre a confusão dos fugitivos, de tal modo que, à noite,
em sua tenda, disse a seus amigos, que naquele dia os inimigos teriam
conseguido a vitória final, se tivessem um chefe que soubesse vencer.
XCIV. Esta vitória levou a coragem aos do partido de Pompeu,
de maneira que quiseram, a toda força, aventurar a batalha. Pompeu mesmo
escreveu aos reis estrangeiros, príncipes, senhores e cidades de seus aliados,
como se já houvesse ganho tudo, se bem que temesse muito o resultado de uma
batalha e quisesse antes minar seus inimigos pela protelação com a falta de
víveres, verificando que, de outro modo, segundo se diz, eles eram invencíveis
pelas armas; atendendo mais que de há muito estavam habituados a vitória,
quando combatiam juntos e que dali em diante, devido à idade se zangavam,
fazendo essa espécie de guerra, vagando errantes aqui e acolá por diversas
regiões, mudando sempre, abrindo trincheiras, construindo tapumes e fortificando acampamentos, de tal modo por esta
causa, eles não pediam outra coisa senão lutar quanto antes. No entanto,
persuadia Pompeu a seus soldados, pelas admoestações que lhes fazia, que não se
mexessem; mas quando viram, depois deste último encontro que César estava sendo
forçado pela necessidade de víveres, levantou-se dali onde estava acampado,
para ir à Tessália, através do país dos atamanianos (82) e então não houve mais
jeito de conter a altivez e a glória de seus soldados, os quais gritavam que
César fugia e desejavam ir atrás dele e persegui-lo, enquanto outros queriam
passar logo à Itália. Alguns houve que enviaram a Roma, seus servidores e
amigos para reter suas moradias e casas mais próximas da praça, porque tinham a
intenção de, tão logo estivessem de volta à cidade, solicitar cargos e boas
situações na administração pública, e houve outros, que com alegria de coração,
navegaram à ilha de Lesbos (83), procurando Cor-nélia e dizendo-lhe que Pompeu
havia se retirado para lá, e para lhe dar a boa notícia de que a guerra estava
terminada.
(82)
Cantão do Epiro perto do Pindo.
(83) Ilha do mar Egeu, perto das costas da parte da Ásia,
denominada Eólia, acima da Trôade, entre 39 e 40 graus de latitude.
XCV. Mas, estando o
Conselho reunido, no momento, para resolver o que deviam fazer, Afrânio foi de
opinião que deviam pensar em voltar o mais cedo possível para a Itália, porque
isto era o principal prêmio que pretendiam nesta guerra e aqueles que seriam
senhores, teriam imediatamente após si a gratidão da Sicília, da Sardenha, da
Córsega, da Espanha e da Gália; e ainda mais, que não era honesto (o que mais
devia comover Pompeu do que qualquer outra coisa), deixar que tirânica e
ínjurio-samente tratassem sua pátria, que lhes estendia as mãos tão de perto,
escarnecida na servidão por escravos e aduladores de tiranos. Mas Pompeu não
julgou que fosse honroso para ele fugir outra vez à frente de César e se fazer
seguir quando a sorte lhe dava meios de o expulsar e perseguir; tampouco não
seria digno para com os deuses, abandonar Cipião seu sogro e diversos outros
varões consulares, que estavam na Grécia e na Tessália correndo o risco de cair
logo nas mãos de César, bem como as tropas que possuíam, impetuosas, não pequenas
e aptas a prover o melhor para a cidade de Roma, que, combatendo longe da
cidade, esta, sem sofrer, sem ver nem ouvir nada dos males que a guerra traz
consigo, poderia esperar em paz aquele que finalmente fosse vitorioso, fato
concluído, puseram-se a seguir César, resolvidos a não lhe dar batalha mas
tê-lo bem sitiado e miná-lo com a falta de víveres, perseguindo-o e apertando-o
sempre de perto, julgando que lhe era conveniente assim proceder ainda por uma
outra razão, pois lhe haviam contado sobre o propósito dos cavaleiros romanos,
os quais diziam ser preciso derrotar César o mais rapidamente possível, a
fim de derrotá-lo também imediatamente e, segundo dizem, foi esta a causa pela
qual Pompeu não colocou Catão em posição de responsabilidade durante toda esta
guerra; assim, quando se pôs a marchar atrás de César, deixou-o sobre a costa
marítima como guarda de bagagem, temendo que de repente, quando tivessem
arruinado César, ele não fosse também obrigá-lo a deixar logo sua autoridade.
XCVI. Pondo-se assim a marchar brilhantemente na retaguarda
de César, foi caluniado e começaram a gritar contra ele que não guerreava
César, mas ao seu próprio país e ao Senado, a fim de ficar sempre com a
autoridade do comando e que jamais deixaria de ter a seu lado, como seus satélites
e seus ministros, aqueles que pretendiam ser, eles mesmos, senhores de todo o
mundo. Ainda mais, Domício Enobarbo chamava-o a todo instante Agamenon e
"rei dos reis", o que lhes suscitou inveja; e Faônio não estava
menos contrariado, criticando inoportunamente, aos que falavam com essa
liberdade, pois ia gritando: — "Senhores, eu vos aviso, que não comereis
ainda este ano os figos de Túsculo". E Lúcio Afrânio, o qual havia perdido
o exército que estava na Espanha e era suspeito de traição, vendo que Pompeu
então recuava à batalha, disse: — "Eu me surpreendo de como esses que me
acusam não vão francamente procurar aquele que chamam mercador e comprador de
províncias, para o combater imediatamente". Com essa linguagem e muitas
outras frases semelhantes, obrigaram afinal Pompeu, o qual, não podendo
suportar que desconfiassem dele e não podendo negar nada aos seus amigos, antes
correspondendo às suas esperanças e seus apetites, apartou-se de sua prudente
decisão, o que nem um piloto de navio devia fazer, quanto mais um
capitão-general, que possuía tanto poder e autoridade sobre tantas nações e
sobre tão poderosas forças; e quando ele mesmo elogiava os médicos, que não
satisfaziam jamais as vontades e apetites desordenados de seus pacientes, agora
se deixava submeter pela parte malsã de seu exército temendo seu desprazer,
quando isto era uma questão de vida ou de morte, para sua pátria. Pois quem
poderia julgar sábios esses que, passeando pelo acampamento, já discutiam sobre
os consulados e as pretorias? Até Espinter, Domício e Cipião já debatiam entre
si e brigavam e tramavam pela dignidade de soberano pontífice, que possuía
César, como se tivessem acampado diante deles o rei da Armênia, Tigranes, ou o
rei dos nabateanos e não César e seu exército, o qual se havia apoderado à
força de assaltos, de mil cidades; havia subjugado mais de trezentas nações;
havia ganho infinitas batalhas contra os alemães e gauleses, sem jamais ter
sido vencido; havia aprisionado um milhão de homens e. havia morto um outro
milhão em diversas batalhas.
XCVII.
Não obstante tudo isto, os do partido
de Pompeu, sempre a gritar junto dele e que-brando-lhe a cabeça com sua
insistência, quando desceram à planície de Farsália (84), forçaram-no a
submeter o caso à deliberação do Conselho, quando Labieno, comandante da
cavalaria, levantou-se e jurou diante de todo o mundo, que não voltaria da
batalha sem ter derrotado e posto em fuga os inimigos ; o mesmo juraram também
todos os outros depois dele. E, na noite seguinte, Pompeu sonhou que entrava no
teatro, onde o povo o recebia com grandes salvas de palmas para honrá-lo e que
ele ornamentava o templo de Vênus, vitorioso, com os vários despojos. Esta
visão em sonho, se por um lado lhe deu coragem, por outro também a diminuiu,
pois na verdade tinha medo, porquanto, sendo a raça de César descendente da
deusa Vênus, seu sonho não poderia significar que seria ela enobrecida pela
vitória e pelos despojos que ganharia sobre êle. Ainda mais houve em seu
acampamento barulhos e tumultos terríveis, sem nenhuma causa aparente, chamados
vulgarmente terror pânico, que o acordaram em sobressalto; e, aproximadamente
na hora de substituir a patrulha pela manhã, perceberam sobre o acampamento de
César, onde não ouviam barulho algum, uma grande claridade como uma tocha
ardente que veio dissolver-se sobre o de Pom-peu; o que aliás César devia ter
visto quando passou revista às suas patrulhas (85). E, ao clarear do dia,
propondo desfazer o acampamento e ir para a cidade de Escotusa (86), quando os
soldados já começavam a desarmar suas tendas e seus alojamentos, enviando a
bagagem em suas bestas de carga com os criados, para a frente, chegaram
correios que contaram ter percebido dentro do campo do inimigo grande
quantidade de armas que conduziam daqui e dali e que ouviam um rebuliço e um
barulho como de pessoas que se preparavam para a luta; depois desses primeiros,
chegaram ainda outros que disseram estar as primeiras linhas já em ordem de batalha.
(84)
Na Tessália, acima de Larissa. £ atravessada pelo rio Apidano, que vai se jogar
no golfo Termaico, depois de haver passado com o Peneu e o Enipeu pelos vales
do monte Olimpo, conhecidos sob o nome de Tempia.
XCVIII.
Foi então que César se pôs a dizer
que o dia há tanto desejado, havia chegado, no qual teriam que combater contra
homens e não contra a fome, nem contra a carestia de víveres e logo ordenou
que estendessem diante de sua tenda uma camisa de malhas vermelhas, pois este
era o sinal, que usam os romanos para significar que deve haver batalha; vendo isto, os soldados deixaram suas bagagens e.
suas tendas e, com grandes gritos de alegria, correm a pegar suas armas e os
chefes de tropa, conduzindo seus soldados cada um aos lugares onde devem ficar,
coloca-os em suas filas sem perturbação nem tumulto algum, tudo pacificamente e
à vontade, como se estivessem conduzindo uma dança. Pompeu havia se habituado a
comandar a ponta direita de seu exército, tendo à frente, diante dele, Antônio;
seu sogro Cipião comandava o centro da batalha, que vinha a encontrar de frente
Domício Calvino; e a ponta esquerda era comandada por Lúcio Domício Enobarbo,
com um forte contingente de soldados, porque os cavalananos se achavam quase
todos atirados desse lado para forçar César, o qual estava do lado oposto e
assim romper a décima legião, a qual respeitavam como a mais belicosa que
existia em toda a hoste inimiga, e onde César sempre combatia pessoalmente, no
meio dela; mas, vendo César a ponta esquerda de seus inimigos assim fortificada
de cavalaria e temendo sua forte equipagem e a deles com seus arreios brunidos
em branco, fez vir seis coortes de reforço que colocou atrás da décima legião,
recomendando-lhes que não se mexessem de forma alguma, com medo que o inimigo
as descobrisse, mas logo que a soldadesca adversária viesse. a carregar,
então, correndo rijos, se atirariam do lado das primeiras filas, sem todavia
lançar suas azagaias de longe, como estavam acostumados a fazer os mais
valentes guerreiros, a fim de chegarem mais cedo à esgrima das espadas, mas
sim, levantar a arma e dar nos olhos e no rosto dos inimigos: — "Porque,
disse ele, esses belos dançarinos favoritos não esperarão nunca, que vós lhes
venhais estragar os belos rostos e as belas cores, nem poderão mesmo suportar
o clarão de vossas ferramentas, quando vós a aproximardes junto dos seus
olhos". Eis o que fazia César.
(85)
Isto não consta nos Comentários de
César, e, portanto, creio que é necessário adotar a mudança proposta por
Dusoul, e traduzir: — «Dizem que César mesmo havia visto assim, quando ia
revistar suas patrulhas« C.
(86) Cidade da Tessália, um pouco ao norte da Farsália, que
não se deve confundir com Escotusa, cidade da Trácia sobre o rio Estrimon.
XCIX. Pompeu, estando a cavalo, observava a ordem e a calma
de seus inimigos, os quais esperavam todos de pé, quietos, sem se mexer de suas
filas, o tempo e o sinal de avançar; ao contrário, a maioria de seus soldados
não tinha a paciência de esperar firmes em um lugar, mas estavam alvoroçados
devido a falta de experiência e pouco conhecimento dos misteres da guerra;
nessa ocasião teve medo que debandassem antes mesmo de começar a batalha;
recomendou expressamente aos das primeiras filas, que ficassem firmes em sua
posição de defesa e, bem juntos, esperassem, sem se mover, o choque do
inimigo. César depois censurou essa estratégia pelo fato, disse êle, de que
isto enfraquecia a violência que a marcha dá aos primeiros golpes e quando se
desfaz o entrelaçamento dos combatentes, uns com os outros, o qual os encheu
de impetuosidade e de fúria mais do que nenhuma outra coisa, quando chegam a se
chocar rijos, com a coragem aumentada pelo grito e a corrida, o calor dos soldados, como
se diz, esfria-se e se condensa. Devia haver, no exército de César, aproximadamente
vinte e dois mil combatentes e o de Pompeu um pouco mais que o dobro.
C. Como,
portanto, a ordem de combate já tivesse sido dada de um e outro lado e as
trombetas tinham começado a tocar, cada qual não pensou mais do que na sua tarefa; mas alguns dos romanos honrados e alguns gregos que se encontravam fora
do setor da batalha, vendo as coisas tão perto do perigo, começaram a
considerar consigo mesmo, a que termos a cobiça e a obstinação de dois homens
haviam conduzido as forças do império romano; pois eram as mesmas armas, as
ordens de batalha todas semelhantes, bandeiras comuns e iguais, o valor de
tantos homens da mesma cidade em jogo e um tão grande poder que ia se destruir
por si mesmo, servindo de notável exemplo para demonstrar quanto a natureza do
homem é cega, furiosa e louca, desde que se deixa uma vez levar por alguma
paixão; pois se tivessem querido reger e governar em paz o que haviam
conquistado e se contentassem em gozar de tudo o que haviam adquirido, a maior
e a melhor parte do mundo, do mar e da terra estariam sob suas ordens. Ou,
melhor ainda, se quisessem satisfazer a sua cupidez de triunfos e saciar sua
sede de vitórias, teriam bastante motivo para guerrear contra os partos e
contra os alemães, e se não lhes restasse mais alguma coisa, poderiam
conquistar e subjugar toda a Cítia ou
as índias: e teriam nisto aparência de honestidade para cobrir sua avareza;
pois podiam dizer que era para ensinar a vida civilizada a essas nações
bárbaras. E que cavalaria da Cítia, e que flechas dos partos, ou riqueza das
índias teria podido suster o esforço de setenta mil combatentes romanos, sob o
comando de dois capitães como Pompeu e César? Nações estrangeiras e distantes,
ouviram antes mesmo dos romanos, ós seus nomes, tanto haviam se celebrizado antes
por suas vitórias, subjugando povos ferozes, selvagens e bárbaros. E agora
estavam diante um do outro, em armas, para se desfazerem, sem ter pelo menos
piedade de macular sua própria glória, da qual estavam tão ambiciosos, que por
ela não poupavam nem seu próprio país, desde que até esse dia tinham sido de
fato e pela fama, ambos invencíveis. Pois a afinidade que haviam revelado
juntos, o amor de Júlia e suas núpcias, desde o início, foram suspeitados de
não serem senão enganos e antes penhor e cilada de uma conspiração feita entre
eles, em atenção a alguma comodidade particular, e não garantia de uma
verdadeira amizade.
(87) O ano de Roma 706, A. C. 48.