DOMINGOS ALVES BRANCO MUNIZ BARRETO

  Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7. História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.  LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica) Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936) CAPÍTULO IV (continuação) OUTROS FAUTORES DA INDEPENDÊNCIA DOMINGOS ALVES BRANCO MUNIZ BARRETO Nasceu na Bahia, na segunda metade do … Ler mais

OS POVOS “PRIMITIVOS” – Arte nos primórdios da civilização

HISTÓRIA DA ARTE DE ERNEST GROSSE (1893) OS POVOS PRIMITIVOS CAPÍTULO III Os começos da arte encontram-se onde também se encontram os primórdios da civilização. A luz da história ilumina apenas a última e curta etapa do longo caminho percorrido pela humanidade. A história não é possível escla-cer-nos sobre a primeira metade desse caminho. A … Ler mais

Os principados feudais portugueses – História do Brasil de Handelmann

CAPÍTULO II

Os principados feudais portugueses

Voltemos agora ao litoral brasileiro. Ficou já referido como aí, nos primeiros decênios do século XVI, não só os portugueses rendeiros de monopólios, como também mercadores de outras nações, máxime franceses da Bretanha e da Normandia, exploravam lucrativo tráfico no litoral e fundaram até feitorias em vários pontos.

Em vão Portugal havia procurado pôr cobro a isso, por meio de sucessivas reclamações à corte de Paris, contra tais violações dos seus direitos.

Os reis de França, entretanto, não podiam ou não queriam restringir essa atividade por parte dos seus vassalos, e, sendo assim, mercadores, que partiam de Honfleur e de Dieppe para o Brasil, prosseguiram, como dantes, na exploração do seu negócio.

Em vista disso, decidiu-se d. João III de Portugal (1521-1557) a reprimir por si mesmo esses desmandos; e, para esse fim, mandou aprestar uma frota armada, que deveria estacionar nas costas sul-americanas e fazer o cruzeiro contra tais contrabandistas; o almirante nomeado foi Cristóvão Jacques, que, em fins de 1526, apareceu com seis naus nas costas da província de Pernambuco.

Como aconteceu o Descobrimento do Brasil – História do Brasil de Handelmann

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IBGE)

CAPÍTULO I – O descobrimento

A história dos tempos primitivos do império do Brasil é tão desconhecida e obscura como a dos Estados Unidos da América do Norte, até ainda mais, pois nem ao menos um raio de luz penetra ali a espessa treva.

Acontece, entretanto, ter chegado ao nosso conhecimento um ou outro monu mento, que atesta fatos de remota antiguidade.

O INDIANISMO DE GONÇALVES DIAS – Silvio Romero

Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

TERCEIRA ÉPOCA OU PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO ROMÂNTICA — POESIA (1830-1870)

CAPITULO III

SEGUNDA FASE DO ROMANTISMO E SEU MOMENTO CULMINANTE: O INDIANISMO DE GONÇALVES DIAS

É agora o segundo momento do romantismo brasileiro, a fase inaugurada por Gonçalves Dias. É o seu ponto culminante. O poeta maranhense e José de Alencar, o célebre romancista do Ceará, são inquestionavelmente os dous mais ilustres e significativos tipos da literatura romântica entre nós.

Talentos onímodos, quer um, quer outro, prendem-se pelo laço comum do indianismo e pela patriótica empresa de, evitando os exclusivos moldes portugueses, dar cores próprias à nossa literatura. Caminharam impávidos para a frente, guiados por seu ideal, alentados pelo entusiasmo das boas causas.

Quase não ficou um recanto das pátrias letras em que eles não pusessem as mãos e com’ elas os brilhos de seus talentos e os sons festivos de suas vitórias.

Na poesia, no teatro, na história, na etnografia, Gonçalves Dias fez-se ouvir com elevação e inquestionado valor.

Romance, drama, comédia, folhetim, política, crítica, polêmica, poesia, por tudo passou José de Alencar e seria preciso torcer e marear a imparcialidade da história para negar-lhe os desusados títulos de seu merecimento.

Eu não sou e nunca fui indianista: sempre estive na brecha batendo os exageros do sistema, quando das mãos dos dous grandes mestres passou às dos sectários medíocres. Mas esse velho, e por mim tão maltratado indianismo, teve um grandíssimo alcance: foi uma palavra de guerra para unir-nos e fazer-nos trabalhar por nós mesmos nas letras.

Conseguido esse resultado, os dous chefes calaram as tiorbas selvagens e empunharam outros instrumentos. È, destarte, a mor parte de suas obras é construída fora das inspirações do indianismo; mas as melhores, porque escritas com toda a alma, são as que ficam dentro do círculo daquele. É por isso que as poesias americanas são ainda e sempre as mais saborosas de Gonçalves Dias, e O Guarani e a Iracema os mais valentes romances de José de Alencar.

A maior vantagem da romântica entre nós, já o disse uma vez e o repito agora, foi afastar-nos da exclusiva influência da imitação portuguesa. O romantismo português possuía um triunvirato, por todos admirado, em que era vedado tocar: Garrett, Herculano e Castilho. Tiveram no Brasil admiradores e não tiveram imitadores. Isto é significativo.

Os talentos nacionais, embebidos na contemplação da natureza, da vida americana e das belezas da literatura européia, não quedaram a imitar os três corifeus lusos.

Devemos isto aos Gonçalves Dias, aos Alencares, aos Penas, aos Macedos, aos Álvares de Azevedo, aos Agrários.

Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) não precisa que lhe trace a biografia. Este trabalho está feito, definitivamente feito, por Antônio Henriques Leal no III vol. do Panteon Maranhense. Consignarei apenas algumas datas e farei algumas observações que me elas despertam. As datas ajudam a compreender a formação do talento do poeta dos Timbiras. Ele é um completo produto de sua raça, do meio em que passou a infância e dos estudos que fez em Coimbra. As viagens posteriores de quase nada lhe serviram.

Nascido em 1823 em Caxias, passou aí e em São Luís os quinze primeiros anos de sua vida. De 1838 a 1845 viveu em Portugal, formando-se em Direito na Universidade coimbrã. Foram sete anos que alguma cousa lhe deixaram no espírito.

Passando rapidamente pelo Maranhão (1845-46), em meados de 1846 achou-se no Rio de Janeiro, que habitou seguidamente até 1854, fazendo apenas uma rápida viagem ao Norte (1851). De 54 a 58 viveu na Europa, que tornou a visitar de 1862 a 64, ano em que faleceu de volta ao Brasil. O intervalo de fins de 1858 a 62, passou-o em viagens pelas províncias do Norte na célebre comissão das borboletas.

Em 1862, antes de seguir pela última vez para o Velho Mundo, à busca de melhoras para sua saúde, tocou ainda rapidamente no seu amado Rio de Janeiro.

Gonçalves Dias morreu aos quarenta e um anos; destes, treze a quatorze foram passados na Europa e o resto no Brasil.

Tais algarismos não vêm aqui a esmo; comparados àqueles em que apareceram os seus livros, e já foram indicados ao tratar do Barão de Paranapiacaba, bem mostram que o poeta, morto em 1864 aos quarenta e um anos, se tivesse desaparecido em 1854, aos trinta e um, nós teríamos o nosso Gonçalves Dias completo.

Todas as suas obras foram escritas até esse ano, compreendendo os Cantos, os dramas, os artigos de crítica da história do Brasil, os Timbiras, e o trabalho etnográfico sob o título O Brasil e a Oceania.

Em dez anos (44-54) Gonçalves Dias desenvolveu pasmosa atividade. O último decênio foi relativamente estéril: relatórios, dando conta de comissões que exerceu, e um punhado de poesias originais e traduzidas, são os produtos desse tempo.

De resto, cumpre notar que o poeta maranhense não passou por dous grandes flagelos que assaltam de ordinário os homens de letras neste país: a guerra literária e a penúria econômica. O talento do poeta não foi jamais contestado. Contribuiu muito para isto o artigo encomiástico escrito por Alexandre Herculano sobre os Primeiros Cantos. Não passou por grandes dificuldades para viver. Teve sempre empregos e boas comissões. Neste sentido foi de grande auxílio a amizade que lhe votou sempre o segundo imperador.

No moço maranhense existem quatro aspectos principais, já o deixei ver: o poeta, o dramatista, o crítico de história e o etnólogo.

Apreciemo-los, principiando pela sua feição preponderante, o poeta.

Há vinte maneiras diversas de estudar e apreciar um escritor. Podem-se procurar as relações gerais que ele teve com a cultura de seu tempo, mostrando o que lhe deveu e em que a adiantou; podem-se, em dadas circunstâncias, indagar o que fez e o que representa na evolução intelectual de seu país; pode-se-lhe desmontar o espírito, procurando os elementos que o constituíram e qual a tendência que nele predominou.

SEBASTIÃO DA ROCHA PITA

Marechal deodoro da fonseca

SEBASTIÃO DA ROCHA PITA (Bahia, 1660-1738) era formado em Cânones por Coimbra, e viveu repartindo a sua atividade entre os misteres Igrlcolas e o culto das letras. Estudou muitas línguas estrangeiras e, depois de laboriosas pesquisas nos arquivos de Lisboa, publicou em 1730 a sua História da América Portuguesa.

O Idioma Tupi, por JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES

JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES (Minas, 1837-1898) foi um infatigável estudioso dos nossos sertões e no estudo das línguas indígenas despendeu boa parte da sua atividade.

Envolvido na política do Império e filiado ao partido liberal, presidiu as províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Na penúltima destas presidências prestou relevantes serviços, desoprimindo da invasão paraguaia uma parte da província; e, como prêmio das vitórias que nisso alcançou, foi galardoado com o posto de brigadeiro honorário, distinção que então rarissimamente se concedia a civis.

Ao Marquês de Gouveia – Carta de Padre Vieira – 1684

Leva muitas cartas de aprovação, e dizem que vai pôr pleito a S. M. e pedir-lhe perdas e danos pelo tirar antes do triénio, prometendo que se há-de vir inteirar do terceiro ano que lhe falta. Eu, posto que conheço bem o tempo em que está o mundo, nem temo nem espero tanto; só digo a V. Exa. que, ainda que cessou a causa, continuam os efeitos, não tendo menos que recear os inocentes que os culpados; porque estes, fora da cidade e ocultos nos arredores de suas casas, vão dormir a elas, e os inocentes, contra quem em Lisboa se acharam testemunhas falsas, ou compradas entre os neutrais ou voluntárias entre os inimigos, lhes podem acrescer facilmente, e serem pronunciados; e, como o sindicante traz poderes para condenar e não para dar livramento nem absolver, mofinos dos que lhe caírem nas redes.

CARTA de Padre Antônio Vieira Ao Rei D. João IV – 1655

Marechal deodoro da fonseca

.font0 { font:43.00pt “Century Gothic”, sans-serif; } .font1 { font:7.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font2 { font:8.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font3 { font:9.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font4 { font:10.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font5 { font:10.00pt “Times New Roman”, serif; } Cartas de Padre Antônio Vieira CARTA XVI Ao Rei D. João IV … Ler mais

Ebook de Introdução à Sociologia – CONCLUSÃO

Introdução a Sociologia –

Professor A. Cuvillier (1939).

CONCLUSÃO

Há uma conclusão a tirar, parece-nos, de tudo o que fica dito: aquela mesma já indicada sumariamente ao estudarmos a forma por que se determinaram, no decurso da sua história, os problemas que a sociologia apresenta. É que, para ser uma verdadeira ciência, esta não necessita de pôr de lado nenhum dos elementos propriamente humanos da realidade social.

Introdução à Sociologia – OS PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS

resumo sociologia ebook

OS ANTECEDENTES: SENTIDO DO POSITIVO E SENTIDO DO RELATIVO

"Qualquer concepção — escreveu Augusto Comte – só pode ser bem conhecida por sua história". Se queremos compreender o que é a sociologia e, sobretudo, como pouco a pouco se determinaram os problemas que ela apresenta, teremos de começar por uma história sumária, não das doutrinas, mas da própria posição desses problemas.

I. — DO PONTO DE VISTA NORMATIVO AO PONTO DE VISTA POSITIVO

Apesar de a atitude de espírito propriamente sociológica ser bastante recente, os problemas relativos à vida social sempre preocuparam os pensadores. O próprio fato de viver em sociedade levava o homem a pensar em certos problemas, mas esses problemas eram pura e diretamente práticos, tinham por objeto imediato regras de ação, e não o conhecimento objetivo da realidade.

1. O ponto de vista finalista e normativo.

O que caracteriza os primeiros estudos sobre a sociedade é, precisamente, um ponto de vista finalista e normativo: finalista, isto é, tendo unicamente em consideração o ideal a realizar, a investigação do que deve ser a "melhor" organização social e política; normativo, quer dizer, a preocupação imediata de estabelecer normas, regras de ação para a vida coletiva.

O Gênio do Mal – Conto Infantil Indígena

HAVIA uma mocinha meiga e formosa chamada Thakané, órfã de pai e mãe. Fora recolhida ainda criança, por seu tio Madi-a-Komo, cujo nome significa Sangue-de-Boi, e que era um homem cruel.

Madi-a-Komo não recolhera a sobrinha senão para fazê-la trabalhar duramente em seu proveito.

Pensara também que, quando ela fosse grande, a sua beleza, já notável em criança, a faria encontrar um esposo muito rico, grande chefe, que possuisse numerosos rebanhos. Assim

êle, como tio, receberia um grande número de bois no dia em que lha desse em casamento.

ORIGENS DOS INDÍGENAS DO BRASIL

ORIGENS DOS INDÍGENAS DO BRASIL
Paulo Setúbal

Dos “Ensaios Históricos”

 

ONFROY DE
THORON

Não há, no pórtico da nossa História, pergunta mais natural do que
esta: de onde vêm esses bugres que os mareantes toparam no Brasil alvorecente?
De que estranhas terras, e como, e de que jeito, e quando, surgiram por aqui
esses gentios emplumados, de batoque no beiço, que atroavam os matos brutos com
o ribombo dos trocanos e o estrépito das inúbias bárbaras? Uma curiosidade
ferretoante, desde a primeira página, chuça o nosso fundo racional. A gente
anseia logo por desvendar a origem daqueles dois selvagens, "pardos,
maneira de avermelhados, de bons olhos e bons narizes" que Cabral recolheu
a bordo, que agasalhou mimosamente, que fez dormir na capitânea sobre coxins da
Pérsia, entre muitas fofezas, num aturdimento. Mas a curiosidade aguça-se
apenas: não há resposta cabal. Teses, muitas. Autores, muitos. Mas tudo cipoal
desnorteante.