Filosofia Grega – Noções de Filosofia

Escola de Atenas de Rafael Sanzio

12. A FILOSOFIA NA GRÉCIA — "O pequeno território da Hélade foi como o berço de quase todas as idéias que na filosofia, nas ciências, nas artes e em grande parte nas instituições vieram incorporar-se à civilização moderna" (13). Providencialmente situado entre o Oriente asiático e a Europa ocidental, liberalmente aquinhoado pela natureza de eminentes dotes espirituais — fantasia criadora e raro poder de generalização — dotado de instituições sociais e políticas que estimulavam a iniciativa individual, o povo grego recolheu os materiais das grandes civilizações, que al-voreceram nos impérios da Ásia, trabalhou-os com o seu espírito sintético e artístico e, com eles, elevou este grandioso e soberbo monumento de cultura, objeto de imitação e admiração dos séculos posteriores.

A filosofia, sobretudo, medrou na Grécia como em terra nativa. Seus grandes gênios dominaram as gerações pelo vigor incontestável do pensamento. Pode mesmo afoitamente afirmar-se que não há, no campo da especulação, teoria moderna que não encontre o seu germe nas idéias de algum pensador grego.

Este grande movimento filosófico, que abrange um período de mais de dez séculos, segue a princípio uma direção centrípeta. Parte das numerosas colônias gregas da Itália e da Ásia Menor e converge para Atenas. Neste foco de cultura atinge, no século de Péricles, o fastígio de sua perfeição, para daí dispersar-se mais tarde e irradiar pelo mundo helenizado, fundindo-se e modificando-se em contato com as idéias cristãs e com outras correntes intelectuais do pensamento.

Biografia de Arato nas Vidas Paralelas de Plutarco.

Arte etrusca

Plutarco – Vidas Paralelas

Ebook da Biografia de ARATO

Desde o segundo ano da 127.ª olimpíada, até o terceiro ano da 141.ª. antes de Cristo, ano 214.

  • Por que Plutarco dedica a Vida de Arato a Polícrates.
  • II. Arato, criança, salvo das mãos de Abântidas.
  • III. Exercícios a que se entrega na sua juventude.
  • IV. Nicocles apodera-se do poder em Sicíone depois da morte de Abântidas.
  • V. Arato toma a deliberação de dar a liberdade à sua pátria.
  • VI. Determina tentar a escalada da cidade.
  • VII. Preparativos: como êle engana as sentinelas e os espiões de Nicocles.
  • VIII. Põe-se em marcha.
  • IX. Embaraço que lhe causam alguns cães e as patrulhas da cidade.
  • X. Apodera-se da cidade, Nicocles foge.
  • XI. Êle associa Sicíone à liga dos acaios.
  • XII. Caráter de Arato.
  • XIII. Sua moderação e liberalidade.
  • XIV. Vai ao Egito.
  • XV. História do quadro de Aristrato.
  • XVI. Arato restabelece a concórdia entre seus concidadãos.
  • XVII. Antígono procura indispô-lo com Ptolomeu.
  • XVIII. Determina apoderar-se da cidadela de Corinto.
  • XIX. Importância dessa praça.
  • XX. Como Antígono se tinha apoderado dela.
  • XXI. Ergino promete entregá-la a Arato, mediante 50 talentos.
  • XXII. Arato empenha seus objetos de valor para reunir a importância.
  • XXIII. Como a empresa pensou terminar.
  • XXIV. Arato entra na cidade de Corinto.
  • XXV. Ataca a fortaleza.
  • XXVI. Toma-a.
  • XXVII. Convence os coríntios a entrar na liga dos acaios.
  • XXVIII. Outros feitos de Arato.
  • XXIX. Grande autoridade que êle obtém na liga dos acaios.
  • XXX. Determina libertar Argos da tirania de Aristômaco.
  • XXXI. Aristômaco é morto. Aristipo se põe em seu lugar.
  • XXXII. Vida miserável deste tirano.
  • XXXIII. Arato tenta apoderar-se de Argos, de surpresa.
  • XXXIV. Inutilmente tenta apoderar-se dela à força.
  • XXXV. Bate Aristômaco, que é morto.
  • XXXVI. Esta vitória restabelece a sua reputação.
  • XXXVII. Lisíadas, tirano de Megalópolis, deixa a tirania e anexa sua cidade à liga dos acaios.
  • XXXVIII. Lisíadas, antes muito estimado; perde o seu crédito.
  • XXXIX. Vitória de Arato, conquistada sobre os etólios em Palene.
  • XL. Singular aventura no templo de Diana.
  • XLI. Tenta surpreender o Pireu.
  • XLII. Paz entregar o Pireu aos atenienses.
  • XLIII. Paz Aristômaco segundo entrar na liga dos acaios.
  • XLIV. Surpreende Mantinéia.
  • XLV. Morte de Lisíadas: descrédito em que este fato faz Arato cair.
  • XLVI. Êle recusa a preteria.
  • XLVII. Reflexões sobre o proceder de Arato.
  • XLVIII. Impede a Cleômenes entrar na liga dos acaios. Conseqüências funestas deste fato.
  • XLIX. Êle torna-se odioso, fazendo castigar os que tinham ligações com Cleômenes.
  • L. Os coríntios querem-se apoderar da sua pessoa. Êle lhes escapa.
  • LI. Recusa os vantajosos oferecimentos de Cleômenes.
  • LII. Chama Antígono em auxílio dos acaios.
  • LIII. Honrosa maneira com que Antígono o trata.
  • LIV. Êle retoma Argos de Cleômenes.
  • LV. Diversas censuras feitas a Arato.
  • LVI. Seu proceder com relação à cidade de Mantinéia, inescusável.
  • LVII. É vencido pelos etólios, perto de Cáfias.
  • LVIII. Prestígio de Arato perante Felipe.
  • LIX. Felipe muda de proceder.
  • LX. Arato convence-o a entregar Itome aos messênios.
  • LXI. Arato retira-se da corte de Felipe.
  • LXII. Felipe fá-lo envenenar.
  • LXIII. É enterrado em Sicíone. Honras fúnebres que lhe prestam.
  • LXIV. Como o céu castigou Felipe por seu crime.

Os filósofos pré-socráticos e a origem da educação laica

"Onde se formam indivíduos
que criam e não indivíduos que aprendem?" (…) Onde está a instituição
que se propõe por objetivo liberar o homem e não se limitar a cultivá-lo?"
Max Stirner -O falso princípio da nossa educação

Nos textos dos
pensadores pré-socráticos não encontramos nenhuma referência clara à educação,
pelo menos nos termos como a conhecemos hoje. Todavia, dos escritos se
depreende que os filósofos (físicos, como eram chamados) formaram escolas de
pensamento, nas quais as idéias de um filósofo principal eram transmitidas a
discípulos. Estes, tanto podiam ser alunos que aprendiam com o mestre ou outros
pensadores, que convencidos pelas idéias do pensador mais criativo e perspicaz,
incorporavam suas noções básicas ao seu próprio sistema de pensamento. Exemplo
mais provável deste processo é a tríade Tales de Mileto (625 a.C. – 558 a.C.),
Anaximandro (610-547) e Anaxímenes (588-524). Qualquer um dos três pôde ter
tido outros seguidores ou alunos, que no entanto não foram mencionados pela
história e assim não puderam exercer influência na história da filosofia.

AS REACÇÕES CONTRA A ARTE GRECO – ROMANA – História da Arte

NÃO há talvez nenhuma arte a cujo respeito se tenham cometido mais erros e a propósito da qual as ideias tenham mudado mais, há uns cinquenta anos para cá, do que a arte tradicionalmente chamada bizantina. Os historiadores e críticos limitaram-se, durante muito tempo, a encará-la como uma espécie de decadência, de abastardamento, de entorpecimento da arte romana. Na verdade, ela procede duma estética por completo diferente e até oposta. Os nossos predecessores julgavam-na monótona e imóvel, sem dúvida porque ela lhes era de todo estranha, e não sabiam por isso notar nela senão as semelhanças, assim como os homens do século xvui não estabeleciam qualquer distinção entre os edifícios românicos e os edifícios góticos. Para que nós saibamos hoje apreciá-la, foi precisa forte sacudidela das disciplinas greco-romanas, foi preciso também que a história da arte se assenhoriasse de regiões de que mal suspeitava e que conhece ainda muito imperfeitamente.

A domesticação dos medíocres – O Homem medíocre de José Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo IV

i. homens e sombras. — ii. a domesticação dos medíocres. — iii. a vaidade. — iv. a dignidade

I — Homens e sombras

Desprovidos de azas e de penacho, os caracteres medíocres são incapazes de voar até um píncaro, ou de lutar contra um rebanho. Sua vida é uma perpétua cumplicidade com a vida alheia. São hósteis mercenários do primeiro homem firme que sabia colocá-lo sob seu jugo.

Atravessam o mundo cuidando da sua sombra, ignorando a sua personalidade. Nunca chegam a se individualizarem; ignoram o prazer de exclamar "eu sou!", em face dos demais. Não existem sozinhos. Sua amorfa estrutura os obriga a se apagarem numa raça, num povo, num partido, numa seita, num bando: sempre a fingir que são outros.

OS VALORES MORAIS | O Homem medíocre, de José Ingenieros

Capítulo III – OS VALORES MORAIS

I. a moral de tartufo. — II. O homem honesto. — III. os transfugas da honestidade. — IV. função social da virtude. — V. a pequena virtude e o talento moral. — VI. o gênio moral: a santidade.

I — A moral de Tartufo

A hipocrisia é a arte de amordaçar a dignidade; ela faz emudecer os escrúpulos nos espíritos incapazes de resistir à tentação do mal. É falta de virtude para renunciar a éste, e de coragem para assumir a sua responsabilidade. É o guano que fecunda os temperamentos vulgares, permitindo-lhes prosperar na mentira: como essas árvores cuja ramagem é mais frondosa, quando crescem nas imediações dos lodaçais.

Gela, por onde ela passa, todo nobre germe de ideal: é o evento rijo e frio que destrói o entusiasmo. Os homens rebaixados pela hipocrisia vivem sem sonho, ocultando suas intenções, disfarçando seus sentimentos, dando saltos como uma fera; têm a íntima certeza, embora inconfessada, de que seus atos são indignos, vergonhosos, nocivos, arrufinados, irremissíveis. Por isso, sua moral é dissolvente: envolve sempre uma simulação.

Os hipócritas não são impelidos por fé alguma; não suspeitam o valor das crenças retilíneas. Esquivam a responsabilidade das suas ações, são audazes, na traição, e, tímidos, na lealdade. Conspiram, e agridem na sombra, espeçonhentas, e difamam com aveludada suavidade. Nunca ostentam um galardão inconfundível: cerram todas as frinchas do seu espírito, pelas quais poderia escapar-se, ou revelar-se, a sua personalidade nua, sem roupagem social da mentira.

É seu anelo simular as aptidões e qualidades que consideram vantajosas, para acentuar a sombra que projetam no seu cenário. Assim como os engenhos exíguos macaqueiam o talento intelectual, sobrecarregan-do-se de requintados artifícios, subterfúgios e defesas, os indivíduos de moralidade indecisa parodiam o talento moral, ouropelando de virtude a sua insípida honestidade. Ignoram o veredicto do próprio tribunal interior; aspiram o salvo-conduto outorgado pelos cúmplices dos seus prejuízos convencionais.

A MORAL DOS IDEALISTAS – Introdução de “O Homem Medíocre” de José Ingenieros

O Homem Medíocre

José Ingenieros (1877-1925)

INTRODUÇÃO – A
MORAL DOS IDEALISTAS

i.    a emoção 
do  ideal.  —  ii.    de  um  idealismo  com
fundamento na experiência. — iii.    os temperamentos  idealistas.  — iv.    o  idealismo  romântico.  — v. o idealismo estóico. — vi.     símbolo.

 

I
A emoção do ideal

Quando orientas a proa visionária em
direção a uma estrela, e desdobras as azas para atingir tal excelsitude
inacessível, ansioso de perfeição rebelde à mediocridade, levas em ti o impulso
misterioso de um Ideal. É áscua sagrada, capaz de te preparar para grandes
ações. Cuida-a bem; se a deixares apagar, jamais
êle se reacenderá. E se ela morrer em ti, ficarás inerte: fria bazófia
humana.

A COMPARAÇÃO DE LICURGO COM NUMA – Plutarco – Vidas Paralelas

mapa roma itália

  A COMPARAÇÃO DE LICURGO COM NUMA – Plutarco – Vidas Paralelas Tradução de Aristides Lobo Mas, tendo acabado de escrever as vidas de Licurgo e de Numa, é tempo doravante de colocá-los um diante do outro e de tratarmos, ainda que seja isso coisa bem difícil, de encontrar as diferenças entre ambos; pois, quanto … Ler mais

STOÁ E A IDADE DO OURO: O RETORNO AO MITO DA CRIAÇÃO DO HOMEM

maravilhas das antigas civizações

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA   STOÁ E A IDADE DO OURO: O RETORNO AO MITO DA CRIAÇÃO DO HOMEM Breno de Magalhães Bastos Anteprojeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUC-Rio como requisito ao curso de Mestrado em Filosofia. Rio de Janeiro Setembro/2007 [download id=”53″] … Ler mais

Sêneca – Biografia e Pensamentos

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SÊNECA- ESTUDO INTRODUTIVO G. D. Leoni Fonte: Edições de Ouro I — A vida de Sêneca  É ainda hoje opinião comum ver em Sêneca um grande escritor e um homem corrupto; e os poucos que defendem o estudioso ainda estão propensos a separar sua vida de sua obra, não achando possível uma conciliação entre o … Ler mais

Paralelo entre Epicuro e Zenão

Resumo comparativo sobre o pensamento do estoicismo e epicurismo, hedonismo e virtude estóica, com base nos fundadores destas escolas de filosofia grega antiga, Epicuro e Zenão.

Pré-Socráticos

Pitágoras de Samos

FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS        Os pré-socráticos são filósofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas colônias. Assim são chamados pois são os que vieram antes de Sócrates, considerado um divisor de águas na filosofia. Muito pouco de suas obras está disponível, restando apenas fragmentos. O primeiro filósofo em que temos uma obra sistemática e … Ler mais