AGITAÇÃO NO TWITTER

abr 24th, 2010 | Por | Categoria: Política        

Nei Duclós

Dediquei o feriadão de Páscoa para assestar baterias contra a cara de pau da ditadura brasileira que forja mais uma eleição geral fajuta para reiterar o mesmo e continuar ungindo os de sempre na partilha do butim, o dinheiro público arrancado da população por meio do mais escorchante sistema de impostos do mundo. Foi produtivo: em três dias conquistei mais 26 seguidores, sensibilizados pelas frases até 140 toques disparados por mim em vários momentos do dia. Não se deve dar trégua para essa canalha. A seguir, uma seleção dos mísseis disparados a esmo:

CAMPANHA ELEITORAL E DITADURA

Vamos combinar o seguinte: elimine-se os termos petralha e neoliberal para reduzir a um décimo o volume do debate político

A sucessão de projetos furados, promessas vãs e acusações mútuas é o mais grave sintoma do pacto sinistro que nos governa em rodízio

Tomar partido por qualquer um dos lados do atual sistema bipolar é assinar a própria condenação política

É preciso que as pessoas acreditem que estamos numa democracia para que os maganos de sempre saiam com as mãos carregadas de ouro

Censurar blogs é a covardia atual do regime de cartas marcadas, onde a bandidagem disputa mais uma temporada de assalto ao butim

Jornalistas que não dizem com todas as letras a cumbuca onde todos metemos a mão não merecem exercer a profissão

Um regime que não suporta o jornalismo, tentando enquadrá-lo ou censurá-lo por meios “legais”, não passa de ditadura rastaquera

Uma boa biografia jornalística pode valer mais de um milhão de reais por ano. Mientras tanto, a profissão vai para o brejo

Jornalistas de renome que usam seus portais para fazer campanha eleitoral no atual sistema de tirania são vendedores de biografias

Os institutos de pesquisa substituem o processo eleitoral. Impõem resultados previamente para manipular o voto útil (de cabresto)

Campanha eleitoral gera emprego de segurador de bandeira e distribuidor de panfleto. Quem gritar urrú para o palanque ganha extra

O único candidato que existe é o photoshop

O que mais irrita é fingir que a campanha eleitoral serve para a produção de pensamento, quando tudo não passa de conversa

Candidato que falar em saúde e educação, quando já estamos fartos de saber como funciona o esquema, leva cascudo

Levar a sério a campanha eleitoral é como se perfilar diante de um camelo

Acabou o sossego A campanha eleitoral pegou firme no twitter. Só falta agora a turma dos beijos no coração

São sempre os mesmos, que ocupam cargos com maior ou menor visibilidade. É porque a ditadura é sempre a mesma

Hoje é moda achar que o Brasil sempre foi assim “desde que o mundo é mundo” Velho truque: transformar o Mal implantado em algo “natural”

Hoje é moda desprezar o Brasil, mas o que existe é essa nação desconstruída pela ditadura, que acabou com a confiança no país

Nos anos 60, líderes secundaristas subiam no caixote e faziam discursos citando Aristóteles para uma massa atenta. Já fomos melhores

Destruiram a excelência da nossa educação, que formou os gênios do Brasil, para gerar zumbis que admiram ex-BBBs

Estudei frances, inglês, latim e música aos 11 anos de idade, no ginásio. Tínhamos educação de qualidade, sucateada a partir de 1964

Eudcação em país de política econômica soberana está voltada para a formação escolar plena e não para gerar balconistas do McDonalds

Levantar a bandeira da educção sem a contrapartida de uma política econômica soberana é tapar o sol com a peneira

Num país soberano, a política econômica está voltada para o povo, não para meia dúzia ou para estrangeiros E a educação, para a cidadania

Educação não tem poder nenhum quando a política econômica é de entrega da soberania Num país vendido, forma-se para o “mercado”

Não se trata de praticar a virgindade política. Isso não existe: somos sobreviventes Mas enxergar claro para destruir a rede d e ilusões

A hora é da verdade Quem comercia com fatos depois de inventá-los precisa ser desmascarado

A credibilidade emigrou da pose dos chamados grandes comunicadores para a mídia autoral sincera disseminada pela rede

As pessoas de bem devem dedicar este ano eleitoral para criar uma barragem de indignação efetiva contra o avanço da ditadura

Criticar é fruto da percepção e da análise, não pessimismo barato contra o “lado positivo” da vida. É o primeiro passo para a ação efetiva

Celebridades jornalisticas envolvidas na campanha eleitoral: virem essas biografias para lá, que elas não valem mais nada

Propostivos: Erradicação de todos os envolvidos em falcatruas, recuperação do patrimônio nacional, a volta do ensino de qualidade

Vamos ser propostivos: peso identico do voto nas capitais e grotões, resgate do sistema ferroviário, fim da remuneração criminosa dos juros

MISCILÂNEA

Hoje o Brasil falsifica bebida para o Paraguai revender

Beber não é problema. O que pega é pagar caro o metanol com rótulo de vodka

A natureza não existe. O que existe é cultura e comportamento Ninguém brota como um cogumelo

Nutrientes é uma palavra que empresta rigor a matérias frescas E insumo é a máscara noticiosa da matéria paga

Feriadão é aquele periodo de lazer em que as famílias saem de casa para morrer nas estradas

Ninguém é socialmente responsável num país que tem favelas e políticos visitando favelas em época eleitoral

A vida adulta foi erradicada do imaginário nacional O que temos é adolescente xingando pai em novela das nove

Filme brasileiro cacifado por dinheiro público não leva cinco minutos para alguém começar a tirar a roupa. Olhaeuaquitransando é cool

Aeronave, óbito, viatura: o jornalismo está assumindo a linguagem dos escrivães

O noticiário da TV é aquele que transmite reportagens de segundos e publicidade de várias horas

O que é pior: o robô que não sente dor, os cretinos do cervejão, a promoção sem juros com juro embutido ou o iogurte que vai aos pés?

O noticiário da Páscoa é o mesmo do ano passado: a culpa é dos motoristas, os fiéis esfolam os joelhos e a paixão usa capuz medieval

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