PROCISSÃO DAS ALMAS – conto de assombração

PROCISSÃO DAS ALMAS Passou-se na Velha Capital. Fazia muito calor. Naquele tempo, como ainda hoje, era costume entre as gentes do lugar, nas noites de verão muito forte, ficarem as pessoas à porta das casas, em grandes rodas de palestras, ou darem umas voltas pela cidade até muito tarde, esperando o calor diminuir e assim … Ler mais

MÃE-D’ÁGUA – lenda da IARA – folclore brasileiro

As duas histórias seguintes têm suas variantes dentro da colheita feita pelos estudiosos do assunto. Bem pouco aproveitado tem sido o vasto ternário que apresentam as lendas e contos populares brasileiros, todos originários da mitologia rudimentar de nossos índios, e das superstições, crendices, tradições orais e sincretismo religioso aqui instalado com o elemento negro. MÃE-D’ÁGUA e XANGÔ são contos recolhidos entre os negros brasileiros.

MÃE-D’ÁGUA

ERA UM HOMEM muito pobre que tinha sua plantação de favas na beira do rio; porém, quando elas estavam boas para colher, não apanhava uma só, porque, da noite para o dia, desapareciam. Afinal, cansado de trabalhar para os outros comerem, tomou a resolução de espiar quem era que lhe furtava as favas.

Contos Populares Antigos Curtos

AS TRÊS MAÇÃZINHAS DE OURO, O COMPADRE DA MORTE, O SÓCIO DO DIABO, contos populares medievais, completos, para ler online ou imprimir, com comentários, lendas e mitos medievais coletados da tradição oral junto ao povo, com comentários.

O Pequeno Polegar

E’ versão dos Açores e Porto, Teófilo Braga, opus cit., 94.°, 1, 191.

E’ uma variante do universal Petit Poucet. Tom Pouce, Petit Peucerot bretão, Ptia Paueset loreno, Sikulumé dos negros Bantus, Ngemanduma do Gabão, Tom Thumb inglês, Daumesdiet alemão, Swend-tomling dinamarquês, Thaumetin escandinavo, Maltchick Poltchich eslavo, o Pequeno Polegar da tradição francesa, que Gastão Paris identificava com a Ursa Maior, num mito astronômico e modernamente aposentado.

Comida sem Sal

Foi-me contada por Antônio Portel. Teófilo Braga e Consiglieri Pedroso recolheram outras versões, "O sal e a agua" e "Pedro Cortiçolo". Sílvio Romero, em Sorgipe, colheu uma variante brasileira, "Rei Andrada", bem diversa, por ter a princesa sonhado que o pai havia de beijar-lhe a mão e foi expulsa. Aurélio M. Espinosa encontrou variantes espanholas em Soto La Marina, Santander, "Como la vianda quiere a la sal" e "La zamarra", em Cuenca, "Cuentos Populares Españoles", II, números 107 e 108. Têm filiado esse conto á tradição bretã do rei Lear, o rey heir do "Livro de Linhagens", do século XIV. O episodio que deu assunto ao "King Lear" de Shakespeare, é narrado em livro posterior, o "Fairie Queene" de Spenser, 1587, onde a filha-mais-moça diz querer ao pai como deve uma filha.

A DAMA PÉ DE CABRA – Conto popular medieval português

Da Selecta Clássica, João Ribeiro, 80-82, Rio de Janeiro, 1931. A fonte é o livro de Linhagens do conde D. Pedro, no episódio que Alexandre Herculano divulgou literariamente no Lendas e Narrativas, a conhecida Dama Pé de Cabra, romance de um jogral, século XI. Em 1646, em Madrid, publicou-se a tradução castelhana do Nobiliário dei Conde de Barcellos D. Pedro, hijo delrey D. Dinis de Portugal, por Manuel de Faria e Sousa, onde o exemplo figurou, em sua pureza tradicional, espalhando-se que a moça tenia pies, o pie, que parecia de cabra. Em 1856, a Academia de Ciências de Lisboa imprimiu, no Portugaliae Monumenta Histórica, Scriptores, titulo IX.0 (Os Livros de Linhagens), o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro. O dr. Joaquim Pires de Lima, Tradições Populares de Entre-Douro-e-Minho, estudou esse tema, a ectrodactilia na lenda, referindo outra lenda semelhante, em Marialva, que seria primitivamente Maria Alva, dama de pês caprinos, assassina dos amantes.

Os corcundas – conto irmãos grimm

É um registo de Teófilo Braga, opus cit., I.°, p. 177. Cita, nas notas, Gubernatis, "Botanique Zoologique", C. 3, II, p. 2(49, que alude a um livro de Pedro Piperno, "De Nuce maga bene-ventana", do século XVII.

O cara de pau – Contos Populares Russos

UM rei tinha uma filha tão formosa que, ficando viúvo, quis casar-se com ela. A moça era afilhada de Nossa Senhora e ficou horrorizada com o pensamento do pai, mas esse ameaçou-a de morte se não o recebesse por marido. Não sabendo o que fazer, a moça rezou muito a Nossa Senhora pedindo seu auxílio e ouviu umas vozes dizendo: