LUÍS ANTONIO, O GÊNIO QUASE OCULTO DO SAMBA
ago 1st, 2010 | Por Nei Duclós | Categoria: MúsicaNei Duclós
Por que o carioca Antônio de Pádua Vieira da Costa é um nome absolutamente desconhecido do público? Sua biografia, que vai de 1921 a 1996, não deveria circular apenas entre especialistas e a velha guarda do samba. Toda vez que algumas de suas maravilhosas músicas são interpretadas, lembradas ou difundidas, sabemos que elas fazem parte das nossas vidas.
Basta dizer que, junto com inúmeros parceiros, é autor, entre muitos sucessos, de Lata Dágua (“Lá vai Maria/ sonhando com a vida no asfalto/ que acaba onde o morro principia”), lançada por Marlene, e Barracão (“tradição do meu país”), imortalizada por Elizeth Cardoso, ou Sassaricando “todo mundo passa a vida no arame”), um assombro popular de Virginia Lane. Mas isso ainda diz pouco. Ele foi gravado pelos maiores artistas da música brasileira e internacional, de Elis Regina a Lalo Schifrin.
Era tão eclético que compôs hits inesquecíveis como Eu Bebo Sim, de canções românticas que marcaram época, como O Poema do Adeus (“Então, eu fiz um bem, dos males ,que passei”) ou Mulher de Trinta (“Você mulher/ Que já viveu/ Que já sofreu/ Não minta”) imortalizadas por Miltinho. Além disso, foi um dos pilares do chamado sambalanço, uma inovação que namorou com a bossa nova, como atestam jóias como Menina Moça (“confissões não ouça/ abra os olhos se quiser”) .
De quebra, é autor de hinos do samba, como Levanta Mangueira (“Mostra que o samba nasceu em Mangueira”), ou militares, como o da Aman, Academia Militar de Agulhas Negras. Pouca gente liga Vieira da Costa com o gênio musical que adotou o nome artístico de Luís Antonio, tão notório (porque sua obra se impõe a todo momento) quando oculto (é filho de quem? Onde estão suas fotos?). Sabe-se pouco dele, ou pouca coisa de sua vida está disponível.
O fato, que talvez tenha contribuído para permanecer até hoje na sombra, é o de ter seguido carreira no exército. Foi tenente de infantaria e integrou em 1945 a Força Expedicionária Brasileira na campanha da Itália. E chegou ao posto de coronel. Queria preservar a farda, seu ganha pão, não dar bandeira, por mais bizarro que isso possa parecer. Mas parece que conseguiu. É comum citar Luís Antônio como o compositor de tantas músicas, mas nunca se viu um programa especial sobre ele, pelo menos não que tenha tido destaque. Tratado pelos conhecidos como Coronel, ou Negro Antônio, o flamenguista Luis Antônio é citado mais de uma vez por Stanislaw Ponte Preta em crônicas reunidas em livros como “Tia Zulmira e eu”.
Amigo íntimo de João do Barro, o Braguinha, Luis Antonio é autor do capítulo A Canção carnavalesca , do livro História do Carnaval, de Hiram Araújo, mas não quis assumir o crédito. Ele era considerado modesto, mas a verdade é que plantou seu esconderijo ao longo da vida. Talvez não quisesse ser tão bem sucedido nesse apagar de pistas pessoais. Mas é comum o Brasil devorar seus melhores filhos e jogá-los na vala comum dos esquecimento. Mesmo que se trate de alguém tão notório e que deslumbrou a todos com seu enorme talento.
Entre seus parceiros, se destacam Klecius Caldas, Oldemar Magalhães, Jota Jr. e Djalma Ferreira. Alguns dos seus poucos perfis disponíveis na internet, como o do clicmusic, ou o do dicionário Cravo Albim revelam que ele “nasceu em 16/04/1921 01/12/1996, foi compositor desde os 14 anos, estudou no Colégio Militar e na Escola Militar de Realengo, passou a compor profissionalmente em 1948, e sua primeira canção gravada foi Somos Dois (com Klecius Caldas e Armando Cavalcanti), por Dick Farney. Em 1951, fez sucesso com o samba de Carnaval de cunho social Sapato de Pobre (com Jota Junior), na interpretação de Marlene, então, no auge da fama. Em 52, Marlene gravou Lata DÁgua (nova parceria com Jota Junior), o maior sucesso de sua carreira.”
“”Em 1953, obteve êxito com “Barracão”, gravado pela cantora Heleninha Costa pela RCA Victor e com “Zé Marmita”, um samba com tema que aborda o drama social dos operários “pingentes” dos trens da Central, que viajam pendurados para fora dos vagões. No mesmo ano, Ademilde Fonseca gravou o samba “Se Deus quiser”. Em 1954, teve gravados os sambas “Patinete no morro” por Marlene; “Floresta de chaminés”, por Carmélia Alves e “Arranha céu”, este em parceria com Oldemar Magalhães, por Heleninha Costa. No ano seguinte, Jamelão lançou o samba “Bica nova”, parceria com D. Palma e Elizeth Cardoso o samba “Subúrbio”. Em 1956, Risadinha gravou o samba “Esquina da vida” e Dora Lopes o samba canção “Tanto faz”, ambos de sua parceria com Ari Monteiro.
Em 1958, outro sucesso com “O apito no samba”, em parceria com Luís Bandeira gravado por Marlene no seu LP “Explosiva” pela Odeon e regravado depois, entre outros, por Gracinda Miranda e Trio Melodia e Os Vocalistas Modernos. A partir do fim dos anos 1950, começou a compor dentro de um estilo que a crítica batizou de “samba moderno” ou “sambalanço”. Um desses sambas é “Recado” um dos mais gravados em 1959, por Maysa, Luís Cláudio, Luís Bandeira e outros, parceria com Djalma Ferreira, lançado pelo então “crooner” do grupo de boate Milionários do Ritmo, Miltinho.
Canções como “Menina Moça”, “Mulher de Trinta”, “Poema do Adeus”, “Poema das Mãos” e, em parceria com Djalma Ferreira, “Recado”, “Lamento”, “Devaneio”, “Cheiro de Saudade” e outros, todas lançadas por Miltinho, foram regravadas logo a seguir por diversos intérpretes, como Helena de Lima, Dóris Monteiro, Cauby Peixoto, Maysa, Elizeth Cardoso e muitos outros.
Outros sucessos são “Luz de Vela” (Helena de Lima), “Quero Morrer no Carnaval” (Linda Batista), “Bloco de Sujo” (As Gatas), “Levanta Mangueira” (Zezinho) e “Eu Bebo Sim”, com João do Violão (Elizeth Cardoso) essa, seu último sucesso. Em 1962, o palhaço de circo Carequinha gravou o samba “O engraxate”. A partir da década de 1960, compôs poucas músicas. Em 1973, Elizeth Cardoso lançou com sucesso “Eu bebo sim”, uma parceria com João do Violão. Seu maior parceiro foi Djalma Ferreira com quem compôs, entre outras, “Recado”, “Lamento”, “Mulher de trinta” e “Poema do adeus”. Em muitas de suas composições expressou a preocupação social com os desfavorecidos e em retratar a vida dos subúrbios da cidade do rio de Janeiro.
Luís Antonio era um dos compositores militares do Brasil. Ele e Jota Júnior (Joaquim Antônio Candeias Júnior), ambos capitães, já tinham feito sucesso com o samba “Sapato de pobre”, cantado por Marlene.Servindo na Escola Especializada da Academia Militar, os dois passavam diariamente por um morro ao pé do qual uma bica d’água servia aos moradores. A inspiração nasceria ao verem a cena que descreveram na composição: uma mulher grávida equilibrando uma lata na cabeça, enquanto levava uma criança.””
NOTA – Os últimos cinco parágrafos, e que estão sob aspas duplas, foram tirados dos sites citados acima. Esta é uma pesquisa limitada pelo pouco que pude acessar pela internet. Deve ter inúmeros textos ótimos sobre João Antônio em livros de especialistas, que não li ainda. Mas fico impressionado que não exista nenhuma foto dele localizável na rede. E nenhuma matéria especial num grande jornal que dê para acessar num clic. Pode ser que exista.
Ficam muitas perguntas. Quem eram seus pais? Qual sua contribuição em cada canção? Onde fez letra, onde fez a melodia, onde participou de ambas quando havia parceiro? Braguinha fala que ele compunha paródias, ou seja, há ainda muito o que descobrir. Publicou livros? Tem algum caderno inédito de poesia ou melodias? Noto que ele sempre foi tratado como personagem periférico, apesar de ocupar uma posição central na música brasileira por décadas, pela qualidade e abrangência do trabalho, que deixaram marcas . Quem era Luís Antonio, o gênio quase oculto do samba? Cartas para a redação.
Que surpresa agradável encontrar esses comentários tão elogiosos sobre meu pai.
Muito obrigada.
Olá, Angela, tudo bem? Obrigado pelo comentário. Gostaria de entrevistá-la sobre seu pai, é possível? Por favor, mande uma mensagem para [email protected]
Olá!
Nos ultimos filmes do Wood Allen,muito sutilmente ele coloca em algumas cenas musica brasileira como som ambiente.
Neste ultimo filme, Meia noite em Paris, tem uma cena num restaurante onde tocam a musica Recado. Tenho percebido estes detalhes porque meu pai era saxofonista e gostava de tocar as musicas cantadas pelo Miltinho e compostas pelo Luis Antonio,não sei se tem a ver com o fato do Wood Allen tocar clarinete e que talvez as musicas sejam um bom exercício para os instrumentos de palheta.
Achei que vale a pena deixar o registro ALFalcão 13/10/2011
Maravilhoso comentário, Antonio. Muito bem observado. Não tinha notado essa tendência dos filmes de Woody Allen, apesar de ver quase todos eles (ainda me falta o de Paris, mas chego lá). E você, criado numa familia com música, trazer para nós seu depoimento, é valioso demais. Muito obrigado.
Caro Nei
Sou coronel de reserva e meu pai (tambem falecido) era contemporâneo do “Nêgo Antonio” (apesar de não ser negro), como era chamado pelos amigos e você bem colocou. Tive o prazer de conhece-lo pessoalmente e posso assegurar que era uma pessoa simpaticíssima, mas não assumiu jamais, creio que por modéstia, o seu merecido lugar no panteon da fama da MPB. Que bom que a filha dele (tambem casada com um coronel) contactou-o. Ela, certamente, terá muitas informações para passar-lhe.
Agradeço, sensibilizado, a sua bela homenagem para ele, particularmente pelo fato de os brasileiros (infelizmente) serem iconoclastas por natureza.
Abraço
Saint-Clair
Obrigado, coronel Saint-Clair pelo seu depoimento. Eu fico invocado com os “esquecimentos” de nossos grandes artistas. Enquantos se celebra a mediocridade, deixa-se de lado pessoas realmente importantes como Luis Antonio. Um tema estimulante são os compositores militares do Brasil soberano (aquela época em que éramos de fato um país). Há muito a resgatar. Espero que meu artigo estimule os pesquisadores para aprofundarem um tema tão gratificante.
Caro Nei
Acresço (não sei se é de seu conhecimento) que os parceiros mais marcantes de Luiz Antonio foram J. Júnior ( Cel Candeia de Cavalaria, morador no Leblon) e Klécius Caldas (Cel Engenheiro Militar).
Fica o registro.
Abraço
Um dos motivos que fazem os compositores serem esquecidos é que os sites de MPB deixam de colocar seus nomes quando reproduzem cifras e letras. Só colocam o nome do intérprete. Faça a experiência e procure, por exemplo, Zé Marmita, ou Lata d´água. Só quando entrei na sua página é que descobri que são do Luiz Antonio.
Gostei da página. Um abraço.
Inês
Obrigado, Inês. Considero criminoso atribuir músicas a intérpretes. Existe sites super visitados que fazem isso. É preciso impedir. abs
Prezado Nei Duclós
Faço referência ao belíssimo samba-canção “Eu e o rio” que segundo me consta é composição de Luis Antonio. Você me confirma esse fato? (esse título não é citado no seu artigo).
A letra desse samba tem uma profunda inspiração poética e já me inspirou várias reflexões e conclusões sobre a vida.
Atenciosamente
Alex B. Contessa
Engenheiro
São Paulo, SP
PS – Você diz, no seu artigo, que “Ficam muitas perguntas. Quem eram seus pais? “, etc.
Provavelmente você encontrará informações completas nos arquivos do Colégio Militar, da Escola Militar do Realengo e nos arquivos do Exército.
A.C.
Obrigado, Alex. Sim, “Eu e o Rio” é de Luis Antonio. Veja nolink http://www.youtube.com/watch?v=RTZpeUCP9cM Gde. abraço
AMIGO BOM DIA ESTAS MELODIAS SÃO PARA NUNCA SEREM ESQUECIDAS POR QUEM ACOMPANHOU OS NOSSOS PAIS. MUITO OBRIGADO POR SER TAMBEM UM BOM OUVINTE .POR FAVOR MANDE MAIS INFORMAÇÕES
Se meus velhos olhos não me traíram na leitura, faltou incluir nas composições o samba canção Vestida de Adeus (1961?), para mim um dos hinos dos Anos Dourados, magnificamente interpretado pela Helena de Lima em (http://www.youtube.com/watch?v=GJp7yKigApM).
Nei, fui colega de empresa do Elo e também moro em Floripa.
Abrs.
Saul Gil
Grande dica, Saul. Me entrusiasmei e já postei no facebook. Uma maravilha, que eu desconhecia. Muito obrigado!
Prezado Sr. Ney. Há alguns anos atrás(uns 8 mais ou menos) assistí na rede vida de Tv o programa SAMBA E HISTÓRIA,com Hilton Abí-Rian,entrevistando o saudoso e eterno MAGISTRAL Miltinho….pois bem,em nome da historia da music popul. brasil.,Miltinho disse que o lançamento da musica MENINA MOÇA,foi num domingo á tarde,no aniversário de uma afilhada de LUIS ANTONIO,e do qual Luis tinha se esquecido do dia e,não tinha dado tempo de comprar um presente para tal data comemorativa.Ahhh,não deu outra,¨quando Luis antonio adentrou a sala de festas,pediu desculpas pela ausência do mimo,mas que iria dar de presente a sua afilhada um outro presente,e tascou,inéditamente: você menina moça MAIS BONITA QUE MULHER….|||||.e ASSIM ACONTECEU. sE PUDERES ADQUIRIR A COPIA DO TAL PROGRAMA,PODERÁS COMPROVAR O QUE ESCREVO,ok….um grande abraço,e muitíssimo grato por este site.Abços,Emílio Duva==========
Que história maravilhosa! O gênio dá um presente eterno para todos nós!!!
Prezado Nei, encontrei hoje , por acaso, seu site e me admirei que alguém tenha se preocupado em falar sobre meu pai, Luiz Antônio . Vi que minha irmã , Angela, já havia lhe agradecido por todos os elogios e considerações . Eu realmente não tinha conhecimento disso. Claro que fiquei orgulhosa e feliz. Apenas uma correção que poderá enriquecer a sua pesquisa : a música Menina-moça não foi feita para uma afilhada de meu pai. Esta música foi feita para mim que estava completando 15 anos. Depois foi tema de um filme nacional que não me recordo do nome. É apenas um registro para o seu conhecimento. Agradeço de coração sua gentileza. Um abraço. Sônia Maria Vieira Costa de Lamare
Meu caro: acabei de descobrir este “site”. Você está fazendo justiça a esse magistral compositor. “Eu e o rio” cantado por Miltinho (outro injustiçado) ao som do violão do Baden, é uma preciosidade. Sempre tive curiosidade por saber mais a respeito de Luiz Antônio. Por acaso, ele também não é o autor de “Magnifico”, sucesso na voz de Eliseth Cardoso? vou verificar. De qualquer forma, você conseguiu aprofundar a pesquisa? Espero que sim. Por favor, divida o material conosco. Parabéns pela iniciativa.
Caro Nei
Muito obrigado pelo seu site e pesquisa sobre a vida de Luis Antonio. Eu vivo nos Estados Unidos ha muitos anos e ouco as musicas de Luis Antonio serem tocadas por diferentes artistas ao redor do mundo, mas nunca tivemos muitos informacoes sobre o verdadeiro autor.
Agora ja podemos pesquisar um pouco sobre a vida deste compositor que ao meu ver, deveria ser tao reconhecido como e Noel Rosa, Ataulfo Alves e Assis Valente e outros. Luis Antonio nao deve nada a estes nomes, pelo contrario , ele esta no mesmo patamar destas feras.
A proposito Kenny G acabou de gravar um disco nos EUA que inclui “Menina Moca” de Luis Antonio.
Recado Bossa Nova de Luis Antonio e considerado aqui um “Jazz Standards”. , ou seja, uma musica que todo toca em todos os lugares.
Um abraco
Luiz
New York City
Caro Nei, ao menos alguém se interessou pela vida deste fenomenal poeta e compositor. Eu e o Rio é uma das mais belas metáforas musicadas que já ouvi. “Vens/lá do alto da serra/o ventre da terra rasgando sem dó/eu também venho do amor/com o peito rasgado de dor e tão só”. Tem coisa mais bonita? Já ouvi trocentas vezes e nunca enjoei. E tantos outros poemas dele, meu Deus! A música Tudo é Magnífico é de Luís Reis e Haroldo Barbosa, outros dois gênios esquecidos pelos “pesquisadores” . Parabéns. Só hoje, 10/09.2015 descobri este site. Mas nunca é tarde pra se descobrir arte.
Abraços.
Obrigado! Eu me invoco sempre com esses “esquecimentos” de pessoas tão importantes. Precisamos destacar os gênios para que a mediocridade não continue imperando.
Obrigado por tuas preciosas informações sobre Luis Antônio e sua obra imortal.
Fiquei só neste texto, mas os pesquisadores já estão se mexendo para fazer justiça ao genial compositor.
Boa tarde, Nei.
Estou fazendo uma vasta pesquisa de imagens de personalidades nacionais importantes para a nossa cultura. É uma pesquisa para uma exposição no MIS.
Estamos com grande dificuldade de encontrar um belo retrato dele em alta resolução para usarmos nesta homenagem.
Por gentileza, será que você poderia me dar alguma dica de onde encontrar uma imagem possível de utilização?
Prometo que a intenção é a melhor possível! ; )
Desde já agradeço a atenção.
abraços,
Marina
Prezado Nei,
Fiquei muito feliz de encontrar sua pesquisa sobre a obra e o talento do meu querido e saudoso amigo Toninho.
Nossa amizade começou tardia, após um show em 1992, quando dividi o palco do SESC Pompéia com Miltinho, outro saudoso e querido amigo. Tivemos bons encontros nos últimos dias e pude homenageá-lo ainda em vida com o show que marcou a retomada da minha carreira em novembro de 1996, 1 mês antes do seu falecimento.
Luís Antônio honrou-me em vida com uma canção inédita (Paisagem do Adeus) e “inspirou-me” depois de passar pro andar de cima com dezenas de sambas que pretendo gravar até o fim do ano para lançar em comemoração do 20 aniversário de sua passagem.
Agradeceria imensamente se pudesse me franquear os contatos das filhas Sônia e Angela, pois preciso tratar de autorizações e levantar dados para o documentário que faz parte do projeto.
Um forte abraço e parabéns pela iniciativa.
Mil desculpas por responder com tanto atraso a tua bela mensagem. Luis Antonio precisa ter sua trajetória mais conhecida. É injusto estar oculto quando nos brindou com tantas canções inesquecíveis.
Olá. Conheci Luis Antonio em Maricá, por ocasião da apresentação de Miltinho no Restaurante de um primo da minha primeira mulher, no final dos anos oitenta. Conversamos bastante e passamos momentos extremamente agradáveis. Ele era uma pessoa extremamente simpática e muito cativante, além de ter uma obra musical que deveria ser divulgada, o que não acontece. Uma pena.
Esse nosso querido Luis Antonio é um dos maiores compositores de toda a história da Música Popular Brasileira. Um gênio. Querido Luis Antonio, toda minha veneração pra você, esteja lá onde estiver.
A obra persiste e o compositor será cada vez mais conhecido.
BOA TARDE, NEI! COMO VAI?
SOU DE UM GRUPO DE TEATRO DE SÃO PAULO CHAMADO CIA DO TIJOLO, FAZEMOS UM ESPETÁCULO SOBRE O GRANDE BISPO HUMANISTA DOM HELDER CÂMARA, CHAMA-SE “O AVESSO DO CLAUSTRO”. HOUVE UMA OCASIÃO EM QUE DOM HELDER CONSTRUIU UM CONDOMÍNIO NO RIO, NO LEBLON, CHAMADO “CRUZADA SÃO SEBASTIÃO” PARA OS MORADORES DA FAVELA DO PINTO. A CANÇÃO CHAMA-SE “OBRIGADO, REVERENDO” E FOI COMPOSTA POR LUIS ANTONIO (Antônio de Pádua Vieira da Costa). ESTAMOS GRAVANDO UM CD DESSA PEÇA E ESTAMOS EM BUSCA DOS CONTATOS DE SUA(S) FILHA(S), ÂNGELA E SÔNIA.
POR ACASO TERIAS O CONTATO DELA(S)? NOSSO DESEJO É ENCONTRA-LAS E ASSIM TER A POSSIBILIDADE DE PERPETUAR ESSA BELA CANÇÃO E TAMBÉM A HISTÓRIA DESSE HOMEM TÃO IMPORTANTE PARA A CONSTRUÇÃO SOCIAL E POLÍTICA EM NOSSO PAÍS.
Caro Nei, que bacana ter esses registros sobre a vida do grande compositor Luís Antônio e que alcançaram suas filhas, amigos e admiradores. Faço parte de um grupo musical de Salvador, o Paroano Sai Milhó, fundado em fevereiro de 1964 e ativo desde então. Nosso trabalho principal é voltado para o carnaval, mas fazemos incursões também no São João e no Natal. Fazem parte do nosso repertório Lata d’água e Patinete no Morro, com muita honra. Esta última, pouquíssima conhecida, maravilha a todos que lhe são apresentados. Quando possível, acesse nossas redes (paroanosaimilho). Falaremos hoje, justamente, do mestre Luís Antônio. Também gostaríamos de uma foto. Abração.