As Regras do Método Sociológico na composição de Algumas Formas Primitivas de Classificação de Durkheim

émile durkheim, pai da sociologia

 

Introdução

Auguste Comte, filósofo e
inaugurador da Sociologia, propõe em seu livro “Curso de Filosofia Positiva”, na
primeira metade do século XIX, que a história da humanidade é constituída por
três estágios. O estágio teológico, o metafísico e o positivo.

O estágio teológico tem
como característica básica a explicação da natureza mediante seres
sobrenaturais. Como no início dos tempos, a humanidade ainda não tinha ainda
tempo suficiente para observar a natureza. Desta falta de observação e
necessitando explicar os fenômenos a sua volta, o homem, entregue ao desespero
e à acomodação, tendeu a se projetar na natureza. Isto é, todas as ocorrências
naturais são fetiches: o Sol, a Lua, as marés, as montanhas ganham vida, estão,
agora, animadas. Ainda no estágio teológico a transmissão do conhecimento é
autoritária: o sacerdote é ponto de sapiência e reverência.

O estado metafísico é o
qual Comte tem menos apreço: este estado permuta a explicação dos seres
sobrenaturais por forças. O conhecimento gerado pelo espírito metafísico deve
ser argumentado e não simplesmente baseado na fé.  Etapa de transição entre o
estado teológico e o positivo, o estado em questão, ao mesmo tempo em que
antecipa características deste, retém outras tantas daquele.

Por fim, o estado positivo
é o estado final do desenvolvimento humano. Aqui não estamos mais preocupados
com as explicações causais dos objetos naturais. O homem com espírito positivo
é aquele que se prende às leis da natureza, ignorando suas causas imanentes. Por
exemplo, a física aristotélica baseava seus conhecimentos no modo teológico e
metafísico; ao passo que Newton, e posteriormente Einstein, explicam a queda
dos corpos de maneira indubitavelmente positiva.

O ROMANCE DOS CÉUS – MARAVILHAS DA CIÊNCIA

LIVRO SEGUNDO – O LIVRO DAS MARAVILHAS DA CIÊNCIA

Henry Thomas

O ROMANCE DOS CÉUS

A Saga das Estrelas

UM olhar para o dossel tauxiado de estrelas que se ergue lá no alto, para a majestosa Via-Láctea, em-bastida de brilhantes cachos de pontos cintilantes, revela-nos uma estranha saga, cuja prolongada duração desafia qualquer conjetura. Algumas daquelas estrelas parecem agrupar-se naturalmente, e tais grupos são chamados constelações. Há quanto tempo vêm sendo essas constelações olhadas pelo Homem, ninguém sabe; mas foram anotadas desde o tempo de Ptolomeu (2.° século depois de Cristo). Contam-se ao todo oitenta e oito constelações. Doze destas têm exercido sempre peculiar fascinação sobre o pensamento dos homens. Possuem os deliciosos nomes de Aries (o carneiro), Taurus (o touro), Gemini (os gêmeos), Câncer (o caranguejo), Leo (o leão), Virgo (a virgem), Libra (a balança), Scorfrio (o escorpião), Sagiitarius (o besteiro), Cafiricornius (o bode), Aquarius (o aguadeiro) e Pisces (o peixe). Estas constelações devem sua preeminência à característica influência que sobre os negócios humanos, lhes assinalaram os antigos (e modernos!) astrólogos, e às efígies, um tanto maravilhosas, que passam por representar.

As estrelas são corpos quentes, incandescentes. Podem ser mesmo sistemas solares, tais como o nosso. Contudo, a mais próxima estrela está tão afastada que sua luz, viajando 300.000 kms. por segundo, leva cerca de 4 anos para chegar até nós. Um raio de luz da mais longínqua estrela pode alcançar a terra exatamente no prazo de

CONSOLANDO O ESPECIALISTA – PAUL FEYERABEND

CONSOLANDO O ESPECIALISTA1 PAUL FEYERABEND University of California, Berkeley Tradução de Octavio Mendes Cajado. Fonte: Atas do Colóquio Internacional sobre Filosofia da Ciência, Londres 1965 "Há anos venho enforcando gente, mas nunca vi tamanho estardalhaço." (Observação feita por Edward "Lofty" Milton, carrasco em meio-expediente, na Rodésia, por ocasião das demonstrações contra a pena de morte.) … Ler mais

LÓGICA DA DESCOBERTA OU PSICOLOGIA DA PESQUISA? – Thomas Kuhn

P { font-family: Garamond; line-height:125%;} LÓGICA DA DESCOBERTA OU PSICOLOGIA DA PESQUISA?1 THOMAS S. KUHN Princeton University Tradução de Octávio Mendes Cajado. Fonte: A Crítica do Desenvolvimento do Conhecimento, Editoria Cultrix, 1979 Extraído das atas do Colóquio Internacional sobre Filosofia da Ciência (Londres, 1965) Meu objetivo nestas páginas é justapor o ponto de vista sobre … Ler mais