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PANLOGISMO — Teoria idealista (hegeliana) da identidade do ser e do pensamento, de acordo com a qual o desenvolvimento da natureza e da sociedade é a realização da atividade raciocinadora lógica do "espírito universal".

PANPSIQUISMO — Teoria idealista anticientífica que afirma ser a alma a base de todos os fenômenos da natureza; expressão filosófica do animismo (vide).

PANTEÍSMO — Doutrina filosófica segundo a qual Deus é um princípio universal que se confunde com a natureza. Repudia a causa primeira sobrenatural e faz Deus desaparecer na natureza.

PARALELISMO — Doutrina filosófica que procura uma posição intermediária entre o idealismo e o materialismo, e pretende que o aspeto material e o aspeto ideal da realidade coexistem e se desenvolvem como duas séries paralelas sem que haja anterioridade de uma em relação à outra.

Quaisquer que sejam as suas formas, o paralelismo é profundamente hostil ao materialismo, uma vez que sustenta que o espírito, a consciência, existe independentemente da matéria. Assim como o idealismo, o paralelismo nega que a consciência seja um reflexo do ser.

PARTICULAR — Vide Singular, particular e universal.

PATRIOTISMO — Amor à patria. O patriotismo é engendrado por condições sociais e econômicas determinadas. É um fenômeno histórico cujo conteúdo varia segundo as épocas. Elemento essencial da consciência social, o patriotismo adquiriu uma importância particular na época em que as nações e os estados nacionais tinham começado a formar-se, na época do capitalismo em ascensão, em que a burguesia ao destruir o feudalismo e a divisão feudal, reunia e unificava a nação, e se afirmava como a representante da nação inteira. Todavia, à medida que foi se aguçando a contradição entre as classes, o patriotismo burguês foi se envilecendo. Sob o disfarce do patriotismo, a burguesia praticava uma política de conquista, semeava o ódio e a desconfiança em relação às demais nações. Para conservar os seus lucros e manter os trabalhadores sob o seu domínio, a burguesia atraiçoa os interesses da nação, atraiçoa a pátria.

Os destinos da pátria, sua emancipação da opressão e da exploração, a criação de condições favoráveis ao seu pleno desenvolvimento, são do interesse vital das massas trabalhadoras. Os patriotas verdadeiros são os trabalhadores, os defensores mais conseqüentes da independência nacional, que lutam tanto contra o Invasor estrangeiro como contra o jugo de sua própria burguesia.

PATRÍSTICA — Teologia cristã do século I ao V, apologética dos "Padres da Igreja", que defendia os dogmas da nova religião contra a filosofia pagã antiga. A partir do século III, a patrística não se contenta em refutar e censurar a filosofia antiga, mas trata de adaptar o neoplatonismo, uma das formas mais reacionárias dessa filosofia, à justificação do cristianismo.

PENSAMENTO — Produto superior de uma matéria orgânica particular, o cérebro (vide); processo ativo do reflexo da realidade objetiva, nas representações conceitos, juízos, etc. Para o idealismo, o pensamento deriva de um princípio sobrenatural, autônomo e independente da matéria — Deus, a idéia absoluta, etc. A ciência moderna, baseando-se na doutrina de Pavlov, demonstrou que o pensamento é uma propriedade da matéria e confirmou a tese de Engels: "Temos em comum com os animais todos os modos de atividade do entendimento".

Embora reconhecendo esses traços característicos comuns, o materialismo dialético insiste numa diferença de princípios entre o pensamento do homem c a atividade psíquica dos animais: o pensamento humano, forma superior, qualitativamente nova da atividade psíquica, nasceu graças ao trabalho sobre a base do desenvolvimento social. O trabalho criou para o homem e para a atividade psíquica especificamente humana, a faculdade de pensar. O pensamento é um fenômeno social inconcebível à margem da historia da sociedade. Uma das diferenças essenciais entre o pensamento humano e as formas superiores de atividade psíquica dos animais é o emprego de conceitos que fixam os resultados do trabalho de abstração do pensamento. Esta particularidade explica-se pelo fato de que o homem é um ser social que não apenas se adapta à natureza, mas, sobretudo, a transforma e a domina graças ao trabalho. A necessidade de fazer progredir a produção social fèz nascer e desenvolver a faculdade de abstrair-se cada vez mais profundamente, penetrar a essência dos fenômenos, as leis da natureza.

Uma particularidade característicado pensamento humano é o seu vínculo indissolúvel com a linguagem. PERCEPÇÃO — Reflexo direto dos objetos do mundo real que atuam sobre os nossos sentidos. A base da percepção é a existência objetiva dos objetos, independentemente da consciência humana. Comparada com a sensação que reflete tal ou qual qualidade ou propriedade do objeto, a percepção tem a particularidade de refletir o objeto inteiro como conjunto e conexão de suas propriedades.

Os idealistas subjetivos consideram as percepções como anteriores aos objetos e afirmam que o mundo objetivo nasce de nossas percepções.

PERIPATÉTICOS — Discípulos de Aristóteles. Seu nome se deriva da palavra grega que significa "passeio", pois o mestre ensinava enquanto passeava com seus discípulos.

PERSONALISMO — Corrente idealista reacionária, em voga na filosofia burguesa contemporânea. Seu traço principal consiste em que a "personalidade" é considerada como seu dado primário, como princípio espiritual inicial do ser. O personalismo considera a natureza como um conjunto de espíritos, de "personalidades", e opõe esta concepção idealista à doutrina materialista científica segundo a qual a natureza é um conjunto de coisas materiais.

PITAGÓRICOS — Discípulos do filósofo grego Pitágoras (aproximadamente 580-500 A.C.). A escola de Pitágoras exerceu grande influência durante o século IV A.C. e deu uma contribuição preciosa ao desenvolvimento das matemáticas e da astronomia.

PLURALISMO — Concepção idealista segundo a qual tudo o que existe Se compõe de uma quantidade de essências independentes e isoladas. Assim, Leibnliz afirma que o mundo compreende numerosos ménades au to-dinâmicas, essências espirituais e independentes, entre as quais existe Uma harmonia preestruturada.

POLÍTICA — É a participação ños assuntos do Estado, e a determinação dás funções é do conteúdo da ativi-* dade do Estado. A política é a expressão, dos lnte^ rêsses vitais das classes e suas relações reciprocas. As relaçõe entre as classes e, conseqüentemente, a sua política, surgem de uma situação econômica. Por isso, Lenin definia a política como "a expressão concentrada da economia".

POPULISMO — Ideologia pequeno-burguesa, idealista, que surgiu na Rússia durante as décadas de sessenta e setenta do século passado. O populismo, segundo Lenin, "representa os interesses dos produtores do ponto-de-vista do pequeno produtor, do pequeno-burguês."

Os populistas consideravam os camponeses como a força revolucionária principal.

Denunciando o pseudo-socialismo dos populistas, Lenin mostrou que a crítica do capitalismo russo feita pelos populistas era ilusória e reacionária, pois eles próprios se mantinham nas posições do capitalismo, mas de um capitalismo menos evoluído, limitado por todos os lados pelas reminiscências do feudalismo.

POSSIBILIDADE E REALIDADE — Categorias da dialética materialista, que traduzem uma das leis essenciais do desenvolvimento objetivo. No curso do seu desenvolvimento, o que nasce não se afirma de um só golpe. Ao princípio não é mais do que uma possibilidade, uma tendência do desenvolvimento. É preciso distinguir a possibilidade formal, abstrata, da possibilidade real, concreta.

É importante também saber distinguir a possibilidade da realidade. a dialética materialista prescreve não apenas comprovar tal ou qual o processo, mas também compreen-

der as condições necessárias para fazer dessa possibilidade uma realidade; ela acentua o papel imenso da prática, da luta que se desenrola no curso dessa transformação. A possibilidade do novo, do progressista, opõe-se à possibilidade da manutenção temporária do velho, de uma vitória passageira dos elementos retardatários reacionários. Sem luta, estes podem travar seriamente e por muito tempo o florescimento do novo, do revolucionário. A possibilidade do desenvolvimento revolucionário, progressista não pode jamais se converter numa realidade sem a luta entre o novo e o velho, entre o que ô avançado e o que é atrasado, entre o movimento revolucionário e o movimento reacionário.

POSITIVISMO LÓGICO — Uma das correntes da moda na filosofia reacionária, variedade do idealismo subjetivo.

POSTULADO — Termo que designa uma premissa que não é evidente por si mesma, mas que se admite como ponto-de-partida de uma demonstração.

PRAGMATISMO — Corrente filosófica reacionária, variedade do idealismo subjetivo, difundida sobretudo nos Estados Unidos. O pragmatismo constitui uma forma norte-americana do idealismo, na época atual do imperialismo, análoga ao intuicionismo na França, e que é chamado de "filosofia da vida", na Alemanha. (Vide pág. 80)

PREFORMISMO — Teoria metafísica e idealista que nega o desenvolvimento e a transformação dos organismos, no curso de sua existência. Esta teoria pretende que tudo está preestabelecido no organismo e que este, por conseguinte, somente pode conter o que o criador pôs no gérmen. Ao negar o desenvolvimento dos organismos, a teoria do preformismo termina logicamente por negar a origem da matéria viva a partir da matéria inerte e por atribuí-la a um ato de criação.

PREVISÃO CIENTÍFICA — Previsão fundada no conhe cimento das leis objetivas da ciência, dos fenômenos, acontecimentos e processos que podem ou devem pro duzir-se.-Somente o conhecimento das leis objetivas da realidade permito ver o desenvolvimento dos aconte-cimentos, não apenas no presente, mas também no futuro. Os que negam o caráter objetivo das leis negam também a possibilidade da previsão científica.

Ao predizer o desaparecimento inelutável do capitalismo e a vitória de uma ordem superior, o socialismo, Marx apoiava-se numa lei objetiva que lia-via descoberto: a lei da correspondência necessária entre as relações de produção e o caráter das forças produtivas.

PROBABILIDADE — Medida da possibilidade objetiva de um determinado acontecimento, em condições determinadas que podem reproduzir-se ao infinito. O cálculo metafísico das probabilidades é aplicável nos casos ou fatos que se prestam à expressão numérica.

A teoria dialética marxista da necessidade e da casualidade proporciona um fundamento filosófico à noção de probabilidade. Todo acontecimento está sujeito a diversas influências acidentais, apresenta propriedades e características fortuitas, etc. Contudo, tudo que é contingente acha-se ligado a alguma necessidade, é uma manifestação dela. A generalização dos fenômenos faz aparecer a necessidade, o determinismo. A probabilidade que estabelece o grau de possibilidade de um acontecimento, generalizando um grande conjunto de fatos concretos, repousa sobre a dialética objetiva do geral e do particular, da necessidade e da causalidade.

PRODUÇÃO — Processo de criação dos bens materiais necessários à vida da sociedade. Em sua condição de atividade racional dos homens, orientada para a adaptação dos objetos naturais às necessidades humanas por intermédio da mudança de suas formas, a produção é a condição natural constante da vida humana. No transcurso da produção, os homens agem também uns sobre os outros agrupando-se de uma maneira-determinada para a atividade comum. Somente dentro do marco das suas relações sociais, os homens exer-cem sua ação sobre a natureza. Por isso, a produção tem sempre caráter social.

A produção tem três particularidades. A primeira desenvolvimento. A mudança do modo de produ-ção provoca a do regime social, das idéias, das instituições políticas, jurídicas e outras, provoca a modificação total do regime social. A segunda particularidade da produção consiste em que essas mudanças e seu desenvolvimento começam sempre pelo das fôrças produtivas e, antes de tudo, pelo desenvolvimento dos instrumentos de produção. O que distingue uma época econômica de outra, diz Marx, não é tanto o que se fabrica, mas a maneira de fabricar, os meio;; de tra balhos com os quais se fabrica. A terceira particularidade é que as novas forças produtivas e as relações de produção que lhes correspondem aparecem no seio mesmo do velho regime social e não fora desse regime ou depois do seu desaparecimento.

A produção social compreende os dois grandes setores: 1) produção dos meios de produção (máquinas, edifícios, matérias-primas, etc); 2) produção de objetos de consumo pessoal. A produção social se divide em diferentes ramos cujo conjunto constitui a economia nacional. O processo da produção social é, ao mesmo tempo, o da reprodução. O que caracteriza a reprodução ampliada é o desenvolvimento do primeiro setor com prioridade em relação ao segundo, lei essa que é válida tanto para a sociedade capitalista como para a socialista.

PROGRESSO — Desenvolvimento ascendente, do inferior ao superior, do simples ao complexo. A idéia do progresso desempenhou sempre um papel importante no desenvolvimento da ciência e da cultura.

PROPRIEDADE — Posse de bens, expressão das relações de riqueza na sociedade. Segundo a teoria mar-xista-leninlsta, a propriedade está determinada pelo modo de produção, que varia com a história. A propriedade reveste-se, portanto, de um caráter histórico. Ao contrário das doutrinas burguesas, que pretendem que a propriedade privada é um princípio eterno e imutável, o marxismo-leninismo demonstrou que a propriedade privada dos meios de produção muda em cada nova etapa histórica. Na sociedade comunitária primitiva, as relações de produção tinham por base a propriedade coletiva. Com a escravidão, as relações de produção têm por base a propriedade do senhor de escravos ao qual pertencem tanto os meios de produção como o próprio trabalhador, o escravo a quem pode comprar, vender ou matar.

Sob o regime feudal, as relações de produção fundam-se na propriedade do senhor feudal que possui os meios de produção, o seu direito de propriedade limitada sobre o trabalhador, o servo, a que não pode matar, mas pode comprar e vender. A propriedade feudal coexiste com a propriedade individual do campo-nês e do artesão .sobre seus instrumentos de produ-ção e sobre uma exploração privada, propriedade íun-dada em seu trabalho pessoal. Com o capitalismo, a propriedade capitalista dos meios de produção forma a base das relações de propriedade; o direito de propriedade sobre os produtores, os operários assalariados, não. existe mais; o capitalismo não pode matá-los, nem vendê-los, pois foram libertados de toda servidão pessoal; mas, como se acham privados dos meios de produção, para não morrerem de fome têm de vender sua força de trabalho ao capitalista e sofrer o jugo da exploração.

No regime socialista, a propriedade coletiva dos meios de produção constitui a base das relações de produção. Não há mais exploradores nem explorados.

PSICOLOGIA — Ciência da vida psíquica como reflexo da realidade objetiva no cérebro humano. As forças desse reflexo são diversas: sensações, percepções, imagens, noções, sentimentos, vontade, consciência. O próprio processo do reflexo e seus resultados exprimem-se na atividade e conduta dos homens, cujas qualidades individuais, que dependem tanto de particularidades inatas como da influência exercida pelo meio social e, principalmente, pela educação, manifestam-se nas necessidades, inclinações, temperamento, caráter, aptidões e propensões.

A psicologia científica procura os meios e métodos que contribuem para o desenvolvimento harmonioso de todas as faculdades e aptidões de cada pessoa.

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QUALIDADES PRIMARIAS E SECUNDARIAS DAS COISAS — Antes de Marx, certos materialistas colocavam entre as qualidades primárias ou propriedades das coisas, a extensão, o movimento, o volume, a forma, etc, e entre as qualidades secundárias o calor, o som, o odor, o paladar, etc. Segundo eles, as qualidades primárias eram objetivas, independentes da percepção humana, não afetadas pelas mudanças do objeto, enquanto que as qualidades secundárias seriam subjetivas, atribuídas aos objetos pelos órgãos dos sentidos. O materialismo repudia a divisão idealista das qualidades em primárias e secundárias e mostra que todas as qualidades das coisas lhes são inerentes, são objetivas. O materialismo dialético sustenta que a questão de saber se a consciência reflete fielmente as qualidades objetivas das coisas se resolve na prática, na experiência.

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