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SALTO — Solução de continuidade em série gradual de mudanças quantitativas, transição do estado qualita tivo antigo ao estado qualitativo novo em conseqüência da acumulação de mudanças quantitativas que eram, até esse momento, insignificantes e latentes. Os metafísicos negam a necessidade das transições por saltos de um estado qualitativo a outro, querem que o desenvolvimento seja sempre evolutivo, quantitativo, sem transformação das mudanças quantitativas, em qualitativas, sem saltos. Na realidade, toda transição de uma qualidade a outra é um salto, se efetua por meio do salto. As mudanças quantitativas graduais, que se operam no seio do capitalismo, preparam uma mudança radical, qualitativa, do regime social, uma transição por meio de um salto, do capitalismo ao socialismo, levado a cabo pela revolução proletária.

SENSAÇÃO — Reflexo na consciência humana das propriedades dos objetos e dos fenômenos do mundo material, como resultado de sua ação sobre os órgãos dos sentidos. Nossas sensações são imagens do mundo exterior. As sensações são as formas elementares do reflexo do mundo exterior em nossa consciência e constituem a base de formas mais complexas: percepção (vide), representação (vide) e diferentes formas de pensamento (conceito, vide, juízo, vide, raciocínio, vide).

Os objetos e os fenômenos materiais, atuando sobre os nossos órgãos sensoriais, determinam uma excitação do tecido nervoso a qual se transmite pelos nervos centrípetos ao córtex d_os grandes hemisférios e provocando, assim, a sensação.

As sensações humanas são intrinsecamente ligadas ao pensamento (vide). As sensações podem ser divididas em dois grupos: 1) Sensações que transmitem as propriedades dos objetos e dos fenômenos do mundo material — visuais, auditivas, olfativas, degustativas e tácteis. 2) Sensações que transmitem os movimentos das diferentes partes do nosso corpo e o estado de nossos órgãos internos, sensações de movimento e de equilíbrio, sensações orgânicas. Seus órgãos se situam nos próprios tecidos ou na superfície elos órgãos internos.

SENSUALISMO — Doutrina filosófica segundo a qual as sensações constituem a única fonte do conhecimen-to. O materialismo dialético supera a rigidez do sen-sualismo, (quemenospreza o aspeto racional e lógico do conhecimento. As sensações são apenas uma etapa, a primeira, do conhecimento. Por si só, o conhecimen-to sensorial não é capaz de absorver as leis do mundo exterior. Assim, é o pensamento teórico, abstrato, que realiza o conhecimento dos sentidos. Desta unidade do conhecimento sensorial e do conhecimento lógico, ambos baseados na atividade prática do homem, nasce a verdade objetiva. (Vide igualmente Conhecimento, Empirismo, Racionalismo.)

SER — Noção filosófica que designa a natureza, a matéria, o mundo exterior, a realidade objetiva, à diferença da consciência, o pensamento e as sensações. A questão fundamental da filosofia é a relação entre o pensamento e o sêr.

SÊR (Existência) SOCIAL — Conjunto das condições da vida material da sociedade, ou seja, o modo de produção dos bens materiais. A existência social determina a consciência social dos homens.

SILOGISMO — Vide Raciocínio.

SINGULAR, PARTICULAR E UNIVERSAL — Categorias da lógica dialética que refletem o vínculo, a interdependência e as transformações recíprocas dos fenômenos do mundo objetivo. Os idealistas subjetivos, que reduzem os fenômenos singulares a complexas sensações, negam o universal. Os idealistas objetivos, que consideram os fenômenos singulares como insignificantes, fazem do, universal um produto do pensamento puro.

O mundo objetivo é composto de fenômenos individuais, mas ligados uns aos outros. Em virtude de suas origens comuns, graças a traços semelhantes e a sua interdependência interna, os fenômenos singulares se reúnem em grupos homogêneos.

São, assim, como plantas e animais (o singular) estão reunidos em espécies (o particular) e em gêneros (o universal). Dessa forma, o singular, o particular, o universal são aspetos diferentes de um todo. Sem o singular não há universal: este só existe graças ao singular. Porém o singular, por sua vez, não é senão um aspeto do geral e é inconcebível à margem deste, à margem da natureza em seu conjunto.

SISTEMA HELIOCÊNTRICO E GEOCÊNTRICO _ Até o século XVI, manteve-se o sistema de Ptolomeu, que afirmava que a Terra era um corpo lixo .situado no centro do universo o qual girava em tòrno dela. por isso, chamava-se geocêntrico, Copérnico demonstrou a inconsistência dessa teoria e edificou seu sistema heliocêntrico, segundo o qual o sol se acharia no centro do universo e os planetas, inclusive a Terra giram ao seu redor. A Igreja sustentou uma luta encarniçada contra a teoria científica de Copérnico, que rompia resolutamente com os dogmas religiosos, com a lenda da criação do mundo por Deus.

SOBREVIVÊNCIA DO CAPITALISMO NA CONSCIÊNCIA HUMANA — A sociedade socialista, primeira fase do co-manismo, sai das entranhas do regime capitalista e, por conseguinte, "… apresenta todavia em todos os seus aspetos, econômico, moral e intelectual, o selo da velha sociedade…" (Marx, Crítica do programa de Gotha.) Esse selo do capitalismo persiste durante muito tempo na consciência dos homens, mesmo depois da vitória da revolução socialista e da instauração da ditadura do proletariado.

Apesar de transcorridos tantos anos depois da vitória do socialismo, ainda se podem encontrar numerosas sobrevivencias do capitalismo na consciência dos homens nos países socialistas, como, por exemplo, os preconceitos religiosos.

A tenacidade da permanência das sobrevivencias do capitalismo na consciência explica-se pelo atraso da consciência em relação às suas condições econômicas, pois ela só se modifica depois da mudança das condições econômicas.

A concepção materialista das leis da evolução social provê os meios de vencer as sobrevivencias capitalistas na consciência humana. Para mudar os costumes e a mentalidade e formar os homens_ num espírito comunista, inculcar-lhe uma concepção socialista do trabalho, para liquidar o individualismo peque-burguês e as demais sobrevivencias do passado, é preciso desenvolver e consolidar permanentemente a base material da sociedade: a propriedade socialista, a economia nacional e socialista; é preciso reforçar por todos os meios a base política do socialismo^ o Estado Socialista de Operários e Camponeses. Não se pode vencer as sobrevivencias burguesas na mentalidade dos homens e assegurar sua educação comunista, senão no curso de uma luta prática pela edificação "alo comunismo. Um papel muito especial corresponde nisso à ideologia socialista: a filosofia marxista-leninista,} a ciência, a literatura, a arte, o cinema, o teatro. A crítica e autocrítica (vide) desempenham, igualmente, um papel importante nesta luta.

SOCIAL-DARWINISMO — Orientação reacionária no seio da sociologia burguesa, baseada em uma aplicação pseudo-científica do darwinismo para explicar as leis do desenvolvimento social e das relações entre os homens. Considerando a luta pela vida como uma lei geral da natureza, os social-darwinistas afirmam que ela vigora para a sociedade humana onde, di2zem, so-vrevivem os indivíduos fortes e bem adaptados, enquanto os débeis sucumbem. A essência dessas idéias reacionárias consiste em justificar as iniquidades "e os aspetos mais horríveis da vida social sob o domínio capitalista.

Os fundadores do marxismo-leninismo desmascararam o caráter anticientífico e reacionário do social-darwinismo demonstrando que o desenvolvimento da sociedade se acha submetido às suas próprias leis e que não se pode reduzir estas, pura e simplesmente, a leis da natureza.

SOCIALISMO — Primeira fase, inferior, da formação econômico-social comunista, que advém em substituição ao capitalismo. (Vide Comunismo.)

Marx e Engels criaram a teoria científica do socialismo e demonstraram que a inevitabilidade do socialismo é ditada pelo desenvolvimento das contradições irreconciliáveis da sociedade capitalista, e que só o proletariado, em união com o campesinato, arrazará por meios revolucionários o poder dos capitalistas e construirá a sociedade socialista. Lenin desenvolveu ulteriormente a teoria do socialismo científico, demonstrando a possibilidade da vitória da revolução socialista em um só país. Sob a direção do Partido Comunista, armado com a teoria do socialismo científico, o proletariado da Rússia unido aos camponeses levou a cabo a revolução socialista vitoriosamente e construiu assim O socialismo. Depois da segunda guerra mundial, os povos de uma série de países da Europa e da Ásia empreenderam o caminho do desenvolvimento socialista, contando com mais de um bilhão de pessoas atualmente.

A base econômica do socialismo é a propriedade social dos meios de produção.

SOCIALISMO DE CÁTEDRA — Corrente teórica e política que se formou durante a segunda metade do século XIX no seio das universidades alemãs. Os poi ta-vozes desta teoria procuravam demonstrar que era possível edificar um Estado popular na Alemanha prussiana por meio de reformas e sem a necessidade de destruir com a revolução o Estado feudal e burguês.

SOCIALISMO FABIANO — Corrente reacionária burguesa surgida na Inglaterra para combater o socialismo científico. A "Sociedade dos Fabianos", fundada em 1884, preconizava a passagem gradual do capitalismo para o socialismo por meio da "colaboração" entre a burguesia e o proletariado.

SOCIALISMO UTÓPICO — Conjunto de doutrinas socialistas pré-marxistas, consubstanciando vastos planos universais de reconstrução social, porém sem levar em conta a vida real da sociedade nem tampouco a luta de classes. Os argumentos em que se apoiavam os socialistas utópicos eram puramente idealistas, ignorando o papel primordial das condições da vida material da sociedade no desenvolvimento histórico. O socialismo utópico fêz uma crítica incisiva às contradições do capitalismo, demonstrou que este devia ser substituído pelo socialismo, previu a supressão da contradição entre a cidade e o campo assim como a supressão da propriedade privada. Mas, êle não sabia explicar a natureza do modo de produção capitalista e as condições objetivas para a vitória do socialismo.

SOCIALISTAS DE DIREITA — Inimigos do socialismo científico. A atividade dos socialistas de direita leva ao desarmamento da classe operária e das massas trabalhadoras em sua luta contra a burguesia de seus países, a provocar a cisão do movimento operário e a deter a luta dos povos pela paz, a democracia e o socialismo.

Para enganar as massas, os chefes socialistas de direita deformam a essência de classe do Estado. Pretendem que se o Estado foi antes um instrumento da classe dominante, hoje deixou de ser um aparelho de repressão e opressão das massas trabalhadoras tornando-se um organismo "acima das classes", ou .seja, retomam a velha idéia reformista da integração gradual do socialismo no capitalismo.

SOCIEDADE — Vide Formação Econômica-socíal.

SOCIOLOGIA — Ciência da sociedade. Os sábios burgueses criaram muitas teorias .sociológicas idealistas que nada tem a ver com a ciência.

Marx e Engels, ideólogos do proletariado, realizaram uma verdadeira revolução no desenvolvimento do pensamento humano. Foram os primeiros a fundar uam ciência autêntica da sociedade e das leis que regem o seu desenvolvimento. O marxismo forneceu uma explicação materialista do desenvolvimento da sociedade e elevou, assim, a sociologia à hierarquia de ciência.

SOFISTAS — Assim se chamavam os filósofos gregos que no século V A.C. eram mestres da "sabedoria" e da eloqüência. Os sofistas não formavam uma escola única. A única coisa que tinham em comum era a negação da religião, uma explicação racionalista dos fenômenos da natureza, um relativismo ético e social.

SOFÍSTICA — Emprego em discussões e demonstrações de argumentos falsos, chamados sofismas, quer dizer, subterfúgios dissimulados sob uma aparência de verdade.

SOLIPSISMO — Teoria idealista subjetiva segundo a qual nada mais haveria no mundo além do homem e sua consciência. O resto do universo, inclusive o gênero humano, não existiria, não seria mais do que um produto da consciência, da imaginação humana. Todo idealista subjetivo vem cair necessariamente no solip-sismo.

SUBSTÂNCIA — Na filosofia pré-marxista, base imutável de tudo o que existe, por oposição às propriedades mutáveis das coisas. Para o materialismo metafísico é a matéria; para os idealistas, é o espírito, Deus, a Idéia. Descartes admitia duas substâncias independentes: uma espiritual e uma corporal. Para o materialismo dialético, a substância ou a essência, o fundamento do mundo, é a matéria em movimento e desenvolvimento perpétuos.

SUBSTRATO — Fundamento material de diversas propriedades de um objeto; base material da unidade, da homogeneidade de diversos objetos. Distingue-se da substância em que constitui a base do particular ou do singular e não do geral.

SUJEITO E OBJETO — Entende-se por sujeito um sêr dotado de consciência e de vontade e oposto a um objeto exterior que o primeiro trata de conhecer e sôbre o qual atua. A filosofia idealista proclama: "não há objeto sem sujeito". O materialismo dialético por sua parte afirma a independência do objeto com respeito ao sujeito, a impossibilidade da consciência à margem da matéria. Sem embargo, o sujeito não contempla passivamente o mundo objetivo, mas atua sobre êle transformando-o e tranformando-se a si mesmo. O materialismo dialético mostra o vínculo e as ações recíprocas entre o sujeito e o objeto e que o objeto é a base desta interação.

SUPERESTRUTURA — Vide Base e Superestrutura.

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