Deus – Atributos Entitativos – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet

Capítulo Segundo

ATRIBUTOS   ENTITATIVOS

220 Chamam-se atributos
entitativos
(ou metafísicos) aqueles que se referem ao próprio ser de Deus.
Estes atributos são os seguintes :

1.      
Simplicidade. — Deus não é
composto de partes, nem quantitativas, nem metafísicas, nem mesmo lógicas. Com
efeito, toda composição supõe imperfeição, pois o composto depende necessariamente
dos elementos ou das partes que o constituem; ele é, portanto, em relação a
seus componentes, um ser secundário e derivado. Ora, Deus é o Ser absolutamente
primeiro. Logo, não é composto de forma alguma. E, portanto, é perfeitamente
simples.

2.       Infinitude. — Deus é infinito, quer dizer, sem limite no seu
ser,
uma vez que é o Ser por si, quer dizer, o ser que existe por sua
própria essência. Com efeito. De onde lhe poderia vir um limite qualquer? Não
poderia vir de uma vontade estranha, uma vez que nada existe acima de Deus, que
de nada depende e tudo d’Ele depende. — Não poderia vir, além disto, de sua
própria vontade, pois Deus não se fez a si mesmo. — Enfim, não pode vir de sua
própria essência ou natureza, pois esta essência resume todas as perfeições e
exclui toda imperfeição, portanto, todo limite.

3.      
Unicidade. — A unidade que está
agora em questão, não é a que resulta da indivisão do ser em si mesmo (192). Já
sabemos que Deus, sendo infinitamente simples, é por isto mesmo infinitamente
uno. Trata-se agora de mostrar que Deus é único, quer dizer, que não pode
existir mais do que um único Deus.

Isto resulta do fato de que o
conceito de dois seres infinitamente perfeitos é contraditório.
Com
efeito, Deus é tudo o que é, por sua própria divindade, quer dizer, por sua
natureza. Ora, o que torna um ser tal   é   incomunicável   e   não poderá, por
conseguinte, multiplicar-se: se um homem fosse um tal homem pela própria
natureza humana, e não (como é o caso) pelas qualidades, individuais que o
distinguem dos outros homens, ele não constituiria senão um único ser com a
humanidade; seria a própria humanidade, e não poderia existir outro homem além
dele. Assim, Deus, sendo a própria natureza divina, não pode existir mais
que um só Deus.
—A. unicidade divina pode ainda ser demonstrada pela
absoluta perfeição da divindade. Se existissem vários deuses, eles
difeririam necessariamente entre si.
Ora, esta diferença exigiria que um
possuísse o que faltasse a outro, que não poderia ser Deus, — ou, então, que a
ambos faltasse alguma perfeição possuída pelo outro, e, neste caso, nenhum
possuiria a perfeição infinita, quer dizer, nenhum seria Deus.

4.    Intensidade. —
Etimologicamente, é imenso o que não pode ser medido, e a imensidade é um atributo
divino que exclui de Deus toda possibilidade de ser circunscrito ou limitado
por qualquer coisa que seja.
Este atributo decorre imediatamente da
infinitude divina:  o que é infinito não pode ser limitado por nada.

A ubiqüidade, ou presença de Deus
em todas as coisas, não se realiza senão pela criação do mundo. Deus está
presente ao universo e a cada parte do universo,
que ele conserva pela
ação contínua de seu poder.

5.    Eternidade. — Deus é
eterno, uma vez que existe pela própria necessidade de sua natureza. Por outro
lado, começar a
ser é uma imperfeição que não se poderia atribuir, sem cair no absurdo, ao Ser
infinitamente perfeito.

A eternidade divina exclui a
transformação e a sucessão. Ela não é um desenrolar de estados diversos e
sucessivos, mas propriamente a posse total e perfeita de u?na vida
infinita.
Não existe nela, portanto, nem passado, nem futuro: ela é um
presente perpétuo.

 

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