- A península itálica e sua população
- Os etruscos
- Os japígios. A Magna Grécia
- Italianos e latinos. A liga das 30 cidades
- As lendas da fundação de Roma
- O herói fundador. A religião do lar, a da cidade e a da raça
- O politeísmo dos romanos
- As superstições
- Os sacerdotes. O paterfamilias
- Os começos de Roma. Sabinos e etruscos
- O período fabuloso dos reis e a república patricia
- Organização política e social. Regalias do patriciado
- Os comitia curiata
- A luta de classes
- Plebeus, escravos e clientes
- Extensão do serviço militar aos plebeus
- O censo e fortuna. Os cidadãos romanos
- As tribos romanas
- Rei e plebe
- Inícios difíceis da república. Encargos e dívidas dos plebeus
- Os cônsules e o ditador
- A secessão
- Os tribunos do povo e suas atribuições
- Os edis
- Os comitia tributa
- A questão agrária
- Os decênviros e as leis das Doze Tábuas
- Ápio Cláudio e Virgínia
- Nova secessão e novas concessões
- Plebiscitos
- Primazia dos comitia centuriata
- A pena de morte e a de açoites aplicadas aos cidadãos romanos
- A ação do, tribunos. Igualdade militar, civil e política
- O censo. Os plebeus o consulado
- Censores e tribunos militares. O senado, as escolhas de papéis políticos
- Restabelecimento do consulado. Os guardas dos Livros Sibilinos. Os arautos e os augures
- Os pretores. As magistraturas abertas aos plebeus
- A aristocracia e o dinheiro
- Cincinato
- Coriolano
- Tomada de Veios.
- Começa a romanização da Itália
- Primeira aparição dos bárbaros. Os gauleses em Roma
- Retirada dos gauleses
- O exército permanente. Legionários e auxiliares
- Guerra dos samnitas. As Forcas Caudinas
- A guerra latina. O jus omanum e jus latinum
- Hierarquia política da cidades
- Os povos aliados e amigos. Proibições
- Colônias e estradas militares
- Colonias romanas e latinas. Sua função política
- Construções dos vias de comunicação
- A formatura militar e a ordem de combate
- Os engenho de guerra e os campos fortificados
- A disciplina Castigos e recompensa
- O imperialismo romano.Pirro e a conquista da Magna Graecia
- O helenismo
- A rivalidade com Cartago
- A Sicília como pomo de discórdia
- Organização política e social de Cartago
- Os habitantes e o exército. Os Barcas
- O primeiro encontro no mar
- Vicissitudes da primeira guerra púnica
- O senhorio do mar
- Insurreição dos mercenários cartagineses. Amílcar
- Incorporação da Sicília, Sardenha, Córsega e planície do Pó
- Asdrúbal e Aníbal.
- A segunda guerra púnica
- A passagem dos Alpes
- A derrota de Canas
- As delicias de Cápua
- A ofensiva romana
- Aliados e reforços
- A Vitória de Metauro e a transferência da guerra para África
- A batalha de Zama. Fim de Aníbal e Cipião
- Tratado de paz
- Roma no Oriente
- Delenda Carthago
- Numância e Viriato. Sujeição da Espanha
- As Golias cisalpina e narbonense
- Administração das províncias
- A tributação
- Riqueza de Roma. Emigração dos campos para a cidade
- A fortuna e a política
- População livre e escrava
- Tratamento dos escravos. A guerra servil da Sicília
- O trabalho livre e os latifúndios
- O proletariado político e os Gracos
- As leis agrárias
- A concorrência do trigo estrangeiro e o socialismo de Estado
- Morte de Tiberio Graco
- Caio Graco e sua legislação revolucionária
- Sua impopularidade e sua queda
- O culto dos Gracos e a corrupção romana
- Perigos e transigência
- A guerra social e a admissão dos italianos aos foros de cidadãos romanos
- Anarquia e monocracia
- A guerra de Jugurta.
- Mário triunfador
- Cimbros e teutões vencidos por Mário
- Mitridates e seus desígnios
- Quem era Sila
- Quem era Mário. Suas reformas
- Aristocracia
- Democracia
- As proscrições de Sila. Reinado do terror
- A ditadura e a constituição patrícia
- Sertório e Pompeu
- A revolta de Espártaco
- O procônsul Verres e as Verrinas
- A guerra dos piratas
- A destruição de Mitridates. Prestigio de Pompeu
- Crasso e César
- O corrilho senatorial
- A conspiração de Catilina
- O primeiro triunvirato. Catão e Cícero
- César e os Comentários
- Romanização das Golias
- César e Pompeu
- César senhor da Itália
- César na Espanha,na Tessália e no Egito
- Outras campanhas vitoriosas na Ásia Menor, África e Espanha
- O domínio de César
- César homem de Estado. Sua morte.
- Os benefícios da administração suprema de César
- A reforma do calendário
- Os assassinos de César e o seu testamento
- Otávio e Marco Antônio
- O segundo triunvirato
- Batalha de Filipos e a disputa do mundo
- Antônio e Cleópatra
- A batalha de Actium
- Otávio imperador
- O imperio-república
- O governo das províncias
- Os legados imperiais
- Saneamento administrativo
- Sistema tributário
- Ordem pública
- A defesa do império
- A população do império. Os jogos públicos
- A opinião pública
- Caráter de Augusto
- O senado, a legislação e o conselho privado
- Os limites do império
- A Germânia. Derrota de Varo
- Guerras na Espanha e na Dalmácia. A paz otaviana
- A idade de ouro da literatura latina no império e na república
- Uma Roma Imperial. A religião restaurada
- Os sucessores de Augusto. Tibério
- O regime da espionagem
- A guarda pretoriana
- Calígula
- Cláudio
- Anexação da Britânia. A Europa não conquistada
- Nero e os cristãos
- Seus sucessores imediatos
- Os Flávios
- Nervo, Trajano e Adriano
- Os Antoninos
- O exclusivismo cristão
- Cômodo
- A expressão literária
- A expressão filosófica
- Os imperadores de caserna. A dignidade imperial em leilão
- Sétimo Severo
- Caracala
- Unidade romana. O comércio e a navegação
- Extensão da franquia de cidadão a todos os habitantes do império
- O praetor peregrinus e o jus gentium
- O jus romanum e o direito natural
- O Édito Perpétuo
- As indústrias
- O ensino do direito e os pareceres dos jurisconsultos. Filosofia do direito e consolidação das leis
- Progresso moral e social
- O operariado e os libertos
- A vida e a política municipais
- Generosidade cívica. Troca de doações
- A descentralização e a resistência do Império
- Imperadores de toda espécie. Vitórias godas e persas
- Os Imperadores ilíricos e os alemani
- Probo
- O império toma um caráter oriental
- Constantinopla
- Constantinopla
- Decrescimento da população e decadência econômica
- A transferência da capital
- A reorganização administrativa
- Constantino e o seu lábaro
- As perseguições aos cristãos e o desenvolvimento da seita
- Sua atitude dentro do Estado
- A propagação do cristianismo
- A doutrina cristã
- A preocupação da vida futura
- Os mistérios órficos e de Eleusis
- As religiões orientais
- O grego e o latim na literatura eclesiástica
- A Igreja sucessora do Império. A hierarquia
- O papa e as razões do primado
- O primeiro concílio ecumênico
- O cristianismo religião do Estado. Juliano, o Apóstata
- O triunfo do cristianismo
- Os sucessores de Constantino e os destinos do Império
- Visigodos, ostrogodos e hunos
- A batalha de Andrinopla
- Teodósio e os visigodos
- Divisão permanente do imperio
- Alarico e Stilico
- Honório e suas perversidades
- O saque de Roma
- Morte de Alarico
- A grande invasão germânica. Os visigodos na Espanha
- Os suevos e os alanos na Galiza e em Portugal
- Os burguinhões e os francos
- Os anglos,os saxões e os jutas
- Os vândalos
- A monarquia goda de Ataúlfo e Roderico
- Os hunos no Ocidente
- Os hunos no Ocidente
- A batalha de Chalons. Átila na Itália
- Rómulo Augusto
- Os hérulos e Odoacro
- Os ostrogodos e Teodorico, o Grande
- Justiniano e suas conquistas
- Os lombardos. Seu poderio e seu declínio
- Infiéis e heréticos. O arianismo
- Clóvis cônsul
- Os merovíngios. Façanhas de Clóvis
- Sua conversão
- O clero secular e o regular. Mosteiros e missões
- O ascetismo. Eremitas e cenobitas
- A ordem de São Bento.
- Os druidas celtas e o Walhalla germânico
- São Bonifácio, apóstolo dos frísios e da Germânia do Sul
- A conversão da Inglaterra e da Irlanda. Santo Agostinho e São Patrício
- A Europa cristã
- Os monges copistas e cronistas
- A organização religiosa e a organização jurídica
- O "Corpus Juris Civilis"
- A soberania monárquica de caráter divino e a de caráter popular
- As heresias gregas e sua repercussão na politica
- O reinado de Justiniano e o papel histórico do império grego. A matança do Hipódromo
- Prestígio crescente da Igreja romana. O poder temporal
- A Renascença greco-romana
Uma Roma Imperial. A religião restaurada
A idade de ouro da literatura latina ocorreu então sob o patrocínio de Augusto, que enxergava nas letras uma diversão da política, e do seu ministro Mecenas, que presenteou Horácio com a vila nos montes Sabinos, onde o poeta bebia o seu Falerno na companhia dos amigos e gozava da áurea mediocritas, que êle considerava a condição da felicidade. Vergílio (70-19 a. C.) compôs as Bucólicas, as Geórgicas e a Eneida, Horácio (65-8 a. C.) as suas Epístolas, Sátiras e Odes, Tito Lívio (59 a. C, 17 a. D.) a sua História de Roma, Ovídio (43 a. C, 17 a. D.) as Metamorfoses. Foi uma literatura um tanto palaciana e um quase nada enfática, mas de uma grande perfeição de forma, oferecendo eternos modelos.
Nos últimos anos da república a literatura já se distinguira com escritores mesmo de maior inspiração e força. Salústio (86-35 a. C.) emprestara vivacidade ao gênero histórico, descrevendo e explicando a guerra contra Jugurta e a conspiração de Catilina; Catulo (87-54 a. C.) introduzira o lirismo e Lucrécio (99-55 a. C.) ensaiara a poesia científica no seu poema De Natura Rerum, no qual explica os fenômenos e canta as forças da natureza, destruindo o respeito aos deuses e combatendo o temor da morte, de que as religiões no seu dizer fazem uma arma. A evolução do mundo e da criatura, bem como o destino da alma humana, êle as vê pelo prisma da doutrina de Epicuro, sobrelevando esta filosofia nos seus surtos imaginativos e não perdendo de vista a base científica.
Roma engalanou-se nessa época com templos, teatros, termas e aquedutos. Augusto quis nas suas palavras deixar uma capital de mármore e pretendeu reanimar a religião esmorecida, restaurando velhos santuários e edificando novos em todo o império, revivendo os sacrifícios, celebrando com pompa os festivais em desuso. O paganismo arrebicava-se diante do cristianismo, que humildemente surgia. O próprio imperador, ao expirar, foi divinizado pelo senado como pai da pátria, o que era uma derivação natural do culto dos antepassados.
Os sucessores de Augusto. Tibério
O império cedo degenerou, não nas instituições, mas nas pessoas dos imperantes. O regime era aliás próprio a criar déspotas cruéis: não era um sistema hereditário e denotava as piores formas eletivas pela escolha do herdeiro ou pela aclamação militar. Tibério (14-37 a. D.), que sucedeu a Augusto na idade de 56 anos, tinha mérito como soldado e como administrador, mas era um homem orgulhoso, duro e desconfiado. Como é natural, sua mãe, Lívia, não lhe via os defeitos e seu padrasto fecharia os olhos a eles. Aquele temperamento suspicaz, exacerbado pela impopularidade que lhe valera entre a plebe o cortar a distribuição de trigo e os jogos, e pelos repetidos conluios dos patrícios contra sua vida, deu origem ao regime da espionagem.
O regime da espionagem
Os delatores tornaram-se uma classe social e pode-se bem imaginar quanta denúncia falsa se formularia para satisfazer vinganças mesquinhas e justificar execuções seguidas de confiscos. A lei de lesa-majestade foi aplicada com todo o rigor, havendo nessa categoria crime até por pensamento. Favoritos como o cruel Sejano, ministro onipotente, que devorado pela ambição de ocupar a dignidade imperial, sacrificou o filho de Tibério e a viúva e os dois filhos mais velhos de Germânico, filho de Druso, sobrinho portanto de Tibério, tornaram-se possíveis nesse ambiente. Tibério fê-lo estrangular quando se capacitou da sua traição.
A guarda pretoriana
Sejano era o prefeito do pretório e não tardaria que a guarda pretoriana, constituída regularmente por Augusto e permanentemente acampada fora dos muros e perto de uma das portas da cidade, se tornasse o mais forte poder do Estado. Tibério foi sua primeira vítima.
Conquanto continuasse, como imperador, a revelar tino administrativo, Tibério não recuava diante do crime, assim como não recuava diante do vício. Atribui-se a ordens suas o envenenamento de Germânico, seu melhor general, precisamente por se estar ilustrando, tendo vingado a derrota de Teutoburgo com devastar a Germânia até o Weser, e retomado a Armênia aos partos.
Calígula
A segunda vítima dos pretorianos, caída sob o golpe do seu tribuno, foi Calígula, filho mais novo de Germânico e que bem mereceria a denominação de monstro se não fosse antes um irresponsável, fraco de juízo desde uma enfermidade que tivera na infância. Seu curto governo (37-41) foi uma série de extravagâncias e de ferocidades, com uma nota supinamente grotesca, a saber, a elevação à dignidade consular do seu cavalo Incitatus.
Escrita romana, de um rol da guarda pretoriana, Séc. II d. C.