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Os vândalos

Chama-se a "grande invasão" a marcha em direção à Espanha dos três grupos de bárbaros — alanos, suevos e vândalos — assolando na sua passagem a Gália, mau grado a resistência dos francos. Os vândalos, originariamente da Panônia, desceram até a Bélica (Andaluzia), donde passaram ao Norte da África, fazendo reviver Cartago (439) como sede do seu império de corsários que ocuparam a Sicília, a Córsega e as Baleares e varreram o Mediterrâneo ocidental. O conde Bonifácio, procônsul da Mauritânia, tinha-os chamado, movido por vulgar despeito, e só tardiamente se arrependeu da aventura. Entre as reformas militares do imperador Constantino contaram-se a dispersão dos pretorianos, a criação de dois mestres de milícia, equivalentes aos Césares de Diocleciano, e a colocação no governo das fronteiras de chefes fixos, com os títulos de duques e condes e a posse dos territórios que defendiam. Anunciava-se assim o feudalismo, que os germanos consolidariam e aperfeiçoariam como sistema.

A monarquia goda de Ataúlfo e Roderico

Os suevos foram em 585 incorporados na monarquia goda, a qual passou por diferentes fases. A primeira monarquia foi fundada na Catalunha em 414 por Ataúlfo, sucessor de Alarico, que desposou a irmã do imperador Honório e se pôs ao serviço do império. A capital era Barcelona, transferida para Tolosa quando Walia, sucessor de Ataúlfo, bateu os vândalos e os suevos na Espanha e ganhou o território compreendido entre os Pireneus e o Garona. Eurico estendeu seus domínios para o norte até o Loire e para o sul até Gibraltar, porém Alarico II perdeu em batalha contra Clóvis (507) quase todo o território que possuía ao norte dos Pireneus, transportando a capital para Toledo. Coube a Leovigildo unir a monarquia visigótica, formando toda a península um só Estado com a incorporação dos suevos. Roderico foi quem a perdeu, derrotado pelos árabes no Guadalete.

Os hunos no Ocidente

Por sua vez eram os germanos, no decorrer do século V, perseguidos e aterrorizados por um inimigo de raça mal definida que apenas se sabe com certeza não pertencer à família ariana, acreditando-se antes ser mongólica sua ascendência, se bem que sua aparência não fosse rigorosamente idêntica: olhinhos pretos e vivos, nariz curto e arrebitado, tez de azeitona. Estes hunos, como os magiares e os turcos, respondem à denominação genérica e imprecisa de tártaros e são também chamados calmucos: vinham da Cítia, nome que antigamente se dava ao Tibete e Turquestão e também se aplicava às regiões européias ao norte do Mar Negro. Foram estes últimos, os citas, destroçados por Mitridates. Os outros, que vieram até a Sibéria, invadiram mais de uma vez a Ásia ocidental, logrando escapar aos ataques de Ciro, Dario e Alexandre pelo seu sistema de guerra defensiva.

 

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