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Colônias e estradas militares

Os dois instrumentos de união de que Roma se utilizou para manter esse estado de dependência através da península e mais tarde através dos seus domínios, foram as colônias e as estradas militares. As colônias eram habitualmente formadas por veteranos ou por plebeus pobres, que careciam de herdades. Uma vez congregados, marchavam em equipamento militar a tomarem posse do local designado e começarem a levantar sua cidade, entre cujos privilégios se contava o de cunhar moeda. Às vezes iam ocupar uma cidade conquistada, cujos habitantes tinham sido expulsos ou reduzidos à escravidão. Havia colônias latinas, aos habitantes das quais não era concedido o direito de voto nas assembléias romanas, como aos das colônias romanas, situadas sobretudo ao longo da costa. Estes rebentos esposavam os interesses da mãe-pátria e, disseminados pelo território anexado, não só constituíam campos ou guarnições permanentes para conservarem em sujeição as populações conquistadas, como ajudaram poderosamente a espalhar pela península e depois pelo império, a língua, a legislação e a civilização latinas.

Colonias romanas e latinas. Sua função política

As colónias eram ligadas umas às outras e com Roma por um extenso sistema de vias de comunicação, das quais a primeira — a via Ápia — foi construída durante as guerras dos samnitas e ligava Roma com Cápua, assegurando a posse da Campânia. Mais tarde a prolongaram através dos Apeninos até Brundisium (Bríndisi) no Adriático, ponto de embarque para a Grécia. Outra grande estrada — a via Popília — ia de Cápua a Régio, no estreito de Messina. Na Itália central e setentrional a via Flamínia atravessava a Etrúria e a Úmbria e chegava a Arminium (Rímini) no Adriático; a via Emília prolongava-a até Placência sobre o Pó, e a via Cássia ia juntar-se a esta última na Gália Cisalpina.

Construções dos vias de comunicação

Eram todas construídas com grande esmero, o leito descansando sobre um subsolo de pedra ou sobre estacas no caso de ser alagadiço o terreno; o corte sendo cheio de cascalho unido com cimento, e a superfície calçada com blocos chatos de lava ou de granito, perfeitamente justapostos. Destarte por vezes não careciam de consertos durante cem anos. Não tinham mais do que onze a quinze pés de largura, mas tinham passeios de cada lado para os peões, bancos para descanso e degraus para ajudarem os cavaleiros a montarem e apearem. Eram quanto possível retas, com o menor número de rampas, abrindo-se cortes ou túneis nos morros, construindo-se pontes sobre os rios e gargantas e viadutos sobre os pântanos. Tendo uma origem militar, como as velhas estradas persas, para despacho de tropas, suprimentos e mensagens oficiais para todos os recantos da Itália, serviram no entanto de estradas de comércio e puseram as populações itálicas em comunicação mais direta com Roma.

A formatura militar e a ordem de combate

Durante as guerras com os samnitas a formatura greco-macedô-nica da falange foi substituída por outra mais leve ou mais desafogada em três linhas: recrutas, adestrados e veteranos (hastati, principes e tríarii). Cada linha era dividida em dez companhias (maní-pulos) e as três estavam dispostas em combate de modo que os intervalos entre uma companhia e outra fossem protegidos pelas companhias da linha posterior, como os quadrados de mesma cor num tabuleiro de xadrez. Os auxiliares ameaçavam os flancos do inimigo; a cavalaria protegia os flancos do próprio exército, interrompia as comunicações inimigas, tratava de apreender as bagagens e incendiar os acampamentos dos contrários. A infantaria ligeira, seguida da infantaria pesada, encetava o combate, aquela, a da primeira linha, indo até perto do inimigo, lançar contra êle os seus dardos, que se cravavam nos seus escudos: esta lutando corpo a corpo com seus terríveis gládios de dois gumes. O dardo (pilum) era de dois metros de comprido, metade de madeira, metade de ferro. Um autor compara essa tática com uma descarga de mosquetaria, seguida de uma carga de baioneta.

Formatura manipular.

 

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