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A soberania monárquica de caráter divino e a de caráter popular

Os jurisconsultos do império bizantino falsearam a natureza da legislação romana, atribuindo toda autoridade à soberania monárquica de instituição divina, quando a própria autoridade imperial emanava de direito da vontade popular. Os jurisconsultos do tempo dos Antoninos tinham escrupulosamente respeitado tal caráter, evidente desde as leis das Doze Tábuas. Apesar de ser o imperador o eleito de Deus — fórmula que veio a prolongar-se no regime monárquico das nações constituídas na Idade Média — não faltaram conspiradores, nem usurpadores, nem aventureiros em redor do trono. O tio e predecessor de Justiniano, Justino, tinha sido guardador de porcos, e a falta de estabilidade foi flagrante mesmo quando se estabeleceu a sucessão dos porfirogenetas, a saber, dos herdeiros imperiais nascidos na sala de pórfiro do paço.

As heresias gregas e sua repercussão na politica

Os conflitos civis tinham freqüentemente uma côr religiosa: já sabemos que o espírito grego não admitia disciplina tão bem quanto o romano e que eram comuns as discrepâncias. Depois dos arianos, apareceram os nestorianos, que admitiam Maria como mãe de Cristo, mas não como mãe de Deus. As heresias misturavam-se até com os jogos públicos: no circo os aurigas de túnica verde eram arianos, os de túnica azul ortodoxos. A grande sedição de Constantinopla nasceu até de um barulho de circo. Os arianos protestaram contra certo decreto e certo magistrado, e o imperador fêz reprimir a assuada mandando executar três dos vociferantes. A assuada degenerou em revolta, foi proclamado outro imperador, e Justiniano, acobardado, quis fugir, do que o dissuadiu sua mulher, a famosa e escandalosa Teodora, que fora atriz e queria morrer representando o seu papel de soberana.

O reinado de Justiniano e o papel histórico do império grego. A matança do Hipódromo

Foi ela quem arranjou a repressão. Por sua ordem três mil soldados fiéis, comandados por Belisário, cercaram o Hipódromo e crivaram de frechas os rebeldes, matando e morrendo na confusão 35 000, ao que se diz (532). Apesar da sua pusilanimidade, Justiniano esteve longe de ser um mau imperador e seu reinado foi mesmo glorioso. Agricultura e comércio receberam proteção, desta derivando prosperidade, se bem que a grande peste de 542 houvesse destruído um terço da população do império. Além dos vândalos e ostrogodos, foram batidos persas e búlgaros, estes, citas que tinham transposto o Danúbio e invadido os Bálcãs. Graças aos seus generais, Justiniano repôs as fronteiras do Danúbio e do Eufrates e ofereceu no século VI essa última afirmação do vigor do império romano, que entrava a ser grego, mas cuja missão histórica foi definida e brilhante. Consistiu em defender a civilização européia contra a nova barbárie asiática; em ensinar às nações formadas no Ocidente o que significava aquela civilização no governo, na administração, nas ciências, nas letras e nas artes; em civilizar diretamente o mundo eslavo e em preservar o fecundo princípio imperial, restituindo-o ao Ocidente em tempo de Carlos Magno.

Rei São Luís. Iluminura na Biblioteca Nacional de Paris.

Vitrais alusivos ao trabalho das classes humildes, na Catedral de Chartres. Séc. XIII.

À direita, autógrafo de uma canção de Petrarca.

Filipe IV, o Belo, rei de França. Quadro no Museu do Louvre, Paris.

Pagina do código de Federigo da Montefeltro, Duque de Urbino. Italia. See. XV.

 

Prestígio crescente da Igreja romana. O poder temporal

No mesmo século VI a Igreja latina foi em crescente afirmação na Itália convulsionada. Mercê das doações recebidas, da valia da instituição eclesiástica, da necessidade que se fazia sentir de uma autoridade no eclipse da do império do Oriente, São Gregório Magno estabeleceu a ordem em Roma, edificou muito e desviou os ataques de Constantinopla contra a península itálica. O domínio temporal que coube à Igreja no século VIII, foi a conseqüência natural dos serviços prestados na comunhão do papado com as novas monarquias cristãs.

A Renascença greco-romana

O politeísmo desaparecera ou pelo menos emigrara para o retiro dos campos — pagi, donde o seu nome de paganismo. A Igreja cristã propagou e desenvolveu a cultura latina, enquanto em Bizâncio se cuidava da cultura grega nas bibliotecas e nas escolas, fazendo os sábios dessa cidade, onde fermentava o vício ao lado do labor honesto dos eruditos, compilações dos autores helénicos. Quando os eruditos se transplantaram para a Itália, acossados pelos turcos, a Renascença que se operou foi verdadeiramente greco-romana.

 

 Fonte: Ed. melhoramentos

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