EDGAR ALLAN POE –
NATHANIEL HAWTHORNE
A reputação do autor de "Twice-Told Tales" foi confinada até há bem pouco tempo à sociedade literária e não errei, talvez, em citá-lo como o exemplo, por excelência, neste país, do homem de génio, admirado nos círculos privados e inapreciado pelo público. É certo que no ano passado, ou no atrasado, a crítica, dando azo a justa indignação, muito concorreu para que ele fosse calorosamente consagrado.
O Sr. Weber, por exemplo (ninguém lhe excede no gosto apurado por essa maneira de escrever, em cuja ilustração o Sr. Hawthorne se notabilizou), deu-nos num recente número da "The American Review" um testemunho amplo e cordial do seu talento, e desde a publicação de "Mosses from an Old Manse", as críticas no mesmo diapasão não têm sido, de modo algum, pouco frequentes nos nossos jornais mais autorizados. Posso lembrar-me com facilidade das poucas obras de Hawthorne publicadas antes de "Mosses". De uma recordo-me em "Arcturue" (editado por Mattheus e Duyckinck), em Maio de 1841, outra, no "American Mon-thly" (editado por Hoffman e Herbert), em Março de 1838, de uma terceira no nonagésimo sexto número da "North American Review". Estas críticas, no entanto, pareciam ter pouca influência sobre o gosto popular — pelo menos, se devermos formar qualquer ideia do gosto popular tomando–se por base sua expressão nos jornais ou na venda do livro do autor. Não era costume, até há bem pouco tempo, incluir-se o seu nome no resumo dos nossos melhores autores. Os críticos dos periódicos costumavam indagar em tais ocasiões: "Não há Irving e Cooper, e Bryant, e Paulding, e — Smith"; ou "Não temos Halleck e Dana, e Longfellow, e — Thompson?", ou "Não podemos indicar triunfalmente o nosso próprio Sprague, Willis, Channing, Bancroft, Pres-cott e — Jenkins?" Mas estas indagações irrespondíveis nunca envolviam o nome de Hawthorne.