O que pode a educação

O que pode a educação Era em uma pequena vila. Tinham dado 4) oito horas da manhã, quando o senhor professor se dirigiu para a sua escola. I Era costume, quando êle chegava, estarem já os rapazitos no al- j pendre do edifício à sua espera. Naquele dia, porém, estava o al­pendre deserto. Êste fato … Ler mais

Teima de um Poeta Francês (A. Feliciano de Castilho)

Teima de um poeta Um poeta francês, muito feio e a quem Voltaire[1]), por ocasião de lhe criticar um poema, chamara o homem mais feio da França, tirou-se de seus cuidados [2]) e foi-se de Paris a Ferney, de propósito para o visitar e certificar-se de qual dos dois o era mais; era um concurso … Ler mais

Os restos do naufrágio – (Pinheiro Chagas)

Os restos do naufrágio Nas praias da Bretanha vivia um pescador com a mulher e um filho. A idade já lhe quebrara um pouco as forças, mas ain­da lutava com o mar no seu frágil barquinho, a que pusera um nome audacioso: Avante! Uma tarde em que o pescador, tendo acabado de jantar, fu­mava o … Ler mais

Exemplo de bons amigos

Exemplo de bons amigos   Havia em uma terra dois homens, honestos, trabalhadores e bons chefes de família. Um estava estabelecido e vivia razoavelmente com sua família dos ganhos do seu comércio; o outro era lavrador e vivia com desafogo do produto das suas propriedades. A amizade entre êstes dois homens era a mais sincera, … Ler mais

Gratidão de um filho e ingratidão de outro

Gratidão de um filho e ingratidão de outro Quem reparar um pouco há de ver muitas vezes que o homem na velhice é tratado por seus filhos exatamente do mesmo modo como ele havia tratado seus pais, quando eram velhos e sem força. E isto compreende-se bem. Os filhos aprendem com os pais; não veem, … Ler mais

O emprego dos domingos e dias santos

O emprego dos domingos e dias santos Três rapazes conheci eu não há muitos anos, cada um dos quais tinha o seu modo particular de entreter os dias de festa, ca­da um dos quais também colheu frutos correspondentes ao grão que lançara à terra. Variavam tanto nos costumes e sistemas, como se apartavam nas feições, … Ler mais

O Califa e o plantador octagenário – Latino Coelho

O Califa [1]) e o plantador octogenário Ia o Califa Harum-el-Raxid[2]) por um campo, aonde :i) an­dava a folgar à caça, quando sucedeu de passar[3]) por pé de um homem já mui velho, que estava a plantar uma noguerinha. Então disse o Califa aos de seu séquito [4]) : “Em verdade, bem [5]) louco deve … Ler mais

O alfaiate e o banqueiro

O alfaiate e o banqueiro Morava numa aldeia um alfaiate, que apenas ganhava o ne­cessário para o sustento, mas sempre contente com a sua sorte. A mulher, igualmente resignada e laboriosa, nunca o amofi­nava pelas precisões da casa: antes o ajudava a levar a cruz da vida com uma satisfação, que muitos ricos podiam invejar; … Ler mais

Resignação de mãe – Antônio Feliciano de Castilho

Resignação de mãe   Era uma noite invernosa. Os telhados iam rasos de neve, e por fora das pousadas, assoprava rijamente o vento. Em uma eram [1]) então, e em um pequeno aposento, assentadas duas mulhe­res tôdas 3) entregues a seus lavores; uma já de dias 4) e cabelo branqueado, outra nova. E de espaço … Ler mais

O presente da fada

O presente da fada *) Na serra, alta e fertilíssima serra, vivia um casal honrado que, pela bondade do coração, mereceu as boas graças da fada montesina, uma formosa e meia criatura de Deus, porque o diabo não a faria tão bela nem tão boa. Era ela quem enflorava as árvores e quem mudava em … Ler mais

Os dois meninos – conto de Coelho Neto

Os dois meninos Ia um menino por uma estrada, cantando como os passarinhos que voavam de ramo em ramo, quando ouviu uma voz que chamava: Menino loiro que ides passando ao sol com tamanha pres­sa, por que não descansais? Vinde aqui um instante: tenho mel e bolos de farinha, e leite e dar-vos-ei tanto ouro … Ler mais

Arrependimento infantil

Arrependimento infantil Era uma vez uma menina — linda menina que ela era! — muito linda de rosto e de gesto e de figura e de tudo, porém mui­to feia de coração. Vivia esta menina com sua mãe, que a adorava, e com outra ir­mã que tinha, mais velha e melhor, sem comparação muito melhor. … Ler mais

As aves – Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses

As Aves No fundo da chácara, numa touceira 1) de arbustos, um me­nino encontrou um ninho, onde três avezinhas mal emplumadas dormiam. Contente do seu achado e no desejo inconsciente de se apo­derar dêle, o menino meteu o braço por entre a trama dos galhos e das fôlhas e aproximou1) a mão cubiçosa dos pobres … Ler mais

O assobio — ou — não gastes o teu dinheiro em coisas inúteis

O assobio — ou — não gastes o teu dinheiro em coisas inúteis Quando tinha sete anos, os meus parentes presentearam-me num dia de festa com algumas moedas de cobre. Apenas me vi senhor daquele dinheiro, corri imediatamente para uma loja, onde se vendiam x) brinquedos de criança. No caminho, porém, encon­trei outro rapaz com … Ler mais

Ninguém deve rir-se dos pobres

Ninguém deve rir-se dos pobres Certo professor, conhecido pelo nome de amigo dos estudan­tes, passeava, uma tarde pelos arrabaldes da cidade com um dos seus discípulos. Ã beira da estrada deram com um par de sapa­tos todos 1) enlameados, que pertencia a um pobre homem que andava a trabalhar num campo. “Vamos nós, disse o … Ler mais

O dervixe astucioso

O dervixe 1) astucioso Havia noutro tempo um monarca no Oriente, que vivia muito aborrecido; um dervixe, para o distrair, inventou o jôgo chamado xadrez, um jôgo que os meninos não conhecem, mas de que lhes vou dar uma idéia. Sôbre um tabuleiro, como o das damas, os dois adversários dispõem em ordem de batalha, … Ler mais

A união faz a fôrça

A união faz a fôrça *) Um velho, achando-se às portas da morte, em tôrno a si, con­gregou seus três, filhos, e, apresentando um feixe de varas, dis­se-lhes : “Vede se podeis quebrara estas varas assim unidas como se acham. ‘Depois explicar-vos-ei o que com isso pretendo ensinar-vos.” O mais velho dos irmãos tomou o … Ler mais

A herança de nosso pai – conto curto

A herança de nosso pai Foi um sultão 1) à mesquita 2) fazer a sua oração. Aproxi­ma-se dêle um pobre mui esfarrapado e diz-lhe: “Poderoso senhor, acreditas no que diz o santo profeta :i) ?” O sultão, cuja piedade era notória, respondeu: “Se creio 3) ! Sem dúvida nenhuma, creio firmemente em tudo quanto diz … Ler mais

Um juiz às direitas – Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses

Um juiz às direitas Um ricaço muito avarento perdera um saquitel ]) com boa soma de dinheiro em ouro. Deitou logo anúncios nas fôlhas, –prometendo cem táleres 1) de alvíçaras 2) a quem lho restituísse. Um camponês, que tinha encontrado o saco, foi contentíssimo en­tregá-lo ao nosso 3 homem. Êste contou e tornou a contar … Ler mais

Símbolos Árticos – As estruturas simbólicas de Nas Montanhas da Loucura, de H. P Lovecraft

Gabriel Gastaldo Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como parte integrante dos requisitos necessários para a obtenção do grau de bacharel em Letras pela Faculdade Dom Domêmico. Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal analisar a obra “Nas Montanhas da Loucura” (At the Mountains of Madness), do escritor Howard Philips Lovecraft, sob a ótica da … Ler mais

Análise Histórico-Social do século XIX através da obra Helena de Machado de Assis

Análise Histórico Social do século XIX através da obra Helena de Machado de Assis Paula Daltro Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse. Friedrich Nietzsche           SUMÁRIO   … Ler mais

CAPISTRANO DE ABREU

O SR. CAPISTRANO DE ABREU Oliveira Lima Entre as publicações comemorativas do centenário da abertura dos portos brasileiros ao comércio universal, que no próximo ano se celebrará, figurará um escorço do desenvolvimento histórico do nosso país, da pena do Sr. Capistrano de Abreu, que me parece ser o que de mais condensado e ao mesmo … Ler mais

Perfil biográfico de Alexandre Herculano

Oliveira Lima ALEXANDRE HERCULANO DlZIA um poeta francês de outro poeta também francês — não há furor mais terrível do que o de um lírico que se zanga — que há mortos que é preciso matar. Vejam que requinte de crueldade! Chega a parecer uma atrocidade, e esta ocorrida em tempo de paz. Dizia lie … Ler mais

O VELHO CURSO SUPERIOR DE LETRAS DE LISBOA

O VELHO CURSO SUPERIOR DE LETRAS DE LISBOA Oliveira Lima EU HÁ pouco numa correspondência de Lisboa a notícia do faleci-mento de Guilherme Vasconcelos Abreu, meu lente c meu amigo, e esta notícia dolorosa transportou-me a vinte anos atrás, quando sob a sua direção indulgente aprendia a decifrar os caracteres sâns-urltos e a travar conhecimento … Ler mais

VENCESLAU DE MORAES

Oliveira Lima VENCESLAU DE MORAES Vimo-nos três horas apenas, em Kobe, na escala de um transatlântico, e ficamos amigos. Um conhecido comum, sabendo que nos causaria a ambos prazer o encontro, aproximou-nos num almoço, c foi o bastante para que entre nós se estabelecessem relações de cordialidade que perduram numa seguida correspondência epistolar. Não sei … Ler mais

GUILHERME MONIZ BARRETO

  GUILHERME MONIZ BARRETO  Oliveira Lima Uma carta de Domício da Gama, cujo espírito delicado compreendeu quanto me seria a um tempo doloroso e consolador ter pronta e minuciosa notícia do triste acontecimento, deu-me conta da curta doença e prematuro falecimento em Paris, aos 29 de dezembro último, de um dos meus melhores amigos, que … Ler mais

TEÓFILO BRAGA

TEÓFILO BRAGA Oliveira Lima I Quase deveria subordinar este artigo à epígrafe — Coisas Nacionais 1 —, tão sensível tem sido e tão importante a influência do grande trabalhador português sobre a mentalidade brasileira. Pelo menos o foi, e poucas a excederam nos decênios de 1870 a 1890. Quanto a mim individualmente, creio que jamais … Ler mais

A árvore de Cristo – conto de Dostoiewsky

mulher gostosa sentada

Th. Mikhailovitch Dostoiewsky é, sem dúvida alguma, o maior nome da literatura russa tão fecunda, e que tão poderosamente influiu na marcha das idéias contemporâneas.

Nascido em 1821, em Moscou, estava destinado à carreira militar, alcançando nela, aliás, o posto de segundo-tenente.

A vocação literária e a epilepsia que nele apareceu muito cedo cortaram-lhe a carreira das armas.

Intensamente ligado por simpatia às mais duras realidades do seu tempo, o grande novelista russo foi preso na mocidade como revolucionário tendo passado alguns anos na Sibéria. As experiências desse período, que aparecem no seu romance "Recordações da Casa dos Mortos", enriqueceram-no com conhecimentos mais sólidos dos segredos da alma humana e o intrincado de seus caminhos.

Mas, apesar de todo o sofrimento por que passou em todo o curso da sua existência, o que vemos nele é o ser compassivo, o humano defensor dos "humilhados e ofendidos", que descobriu a dignidade humana no idiota, no bêbedo e no criminoso.

Brückner, historiador da literatura russa, disse, ao se referir a Dostoiewsky, que, "para o estudo da alma russa, especialmente da sua própria, êle nos legou um material extraordinário; mas as suas manifestações excedem, de muito, toda a classe de fronteiras políticas ou nacionais" .

Entre as suas obras mais notáveis figuram: "Os irmãos Karamazov", "Crime e Castigo", "O idiota", "Oa possessos", "Humilhados e Ofendidos", etc.

dostoievski romancistaOU romancista. O meu destino é estar sempre escrevendo histórias. Esta foi imaginada do princípio ao fim. Apesar do que bem poderia ter sucedido em qualquer parte, na vés-ra do Natal, numa grande cidade com um frio horrível.

História de Natal – A lenda da casa nº 15

natal família

A lenda da casa n.° 15 Ida Fürst "A lenda da casa nº 15" é um belo conto assinado por esta escritora de língua croata e que pela primeira vez é apresentada ao público brasileiro. Ida Fürst tem demonstrado, em toda a sua obra, tendencias excepcionais para o cultivo da novela, sendo os seus enredos … Ler mais

Markheim – Robert Louis Stevenson – conto de crime

Markheim Robert Louis Stevenson Robert Louis Stevenson nasceu em Edinburgo, na Escócia, no ano de 1850 e, dedicando-se às letras, foi passar alguns anos na França. Desde cedo sentiu-se voltado para as descrições das paisagens e para os relatos me rais dos camponeses de sua terra natal. Homem de saúde delicada, viu-se obrigado a fixar-se … Ler mais