A LEITURA GRAMSCIANA DO FORDISMO E DO AMERICANISMO: A HEGEMONIA NASCE NA (E DA) FÁBRICA

maravilhas das antigas civizações


    Procuramos, neste trabalho, analisar as questões que
estão mais no âmago do texto de Gramsci Americanismo e Fordismo. Enveredamo-nos
pela leitura do próprio texto, de um modo imanente, procurando entender suas
questões para, só posteriormente, contextualizá-lo com sua época. Assim, não
nos preocupamos em dominar uma vasta bibliografia acerca do assunto, este é um
trabalho posterior e que exige um maior fôlego.



    Nosso trabalho teve a pretensão de ser,
apenas, introdutório às questões concernentes ao texto de Gramsci, ser um
primeiro esforço para a compreensão deste autor e dos objetos de estudo de que
trata.



     Nossa metodologia foi um estabelecimento de
divisões no texto – possibilitadas pelo próprio Gramsci – que abordam as
questões apresentadas pelo autor; porém, as questões só fazem sentido se
consideradas dentro do todo do trabalho.


     O objeto do texto de Gramsci em discussão é o
fordismo e, conjuntamente, o americanismo. Veremos adiante como e porquê ambos
não se separam para Gramsci. Além do objeto do texto, há duas problemáticas
que decorrem dele e que o permeiam até o epílogo: há a problemática da
resistência ao fordismo e, concomitantemente, os problemas decorrentes dela.



     Acerca das palavras americanismo e fordismo,
Gramsci já de início, e na primeira parte do texto, as aponta como uma “rubrica
geral e convencional”
1
: elas
abarcam um conjunto de fenômenos sociais que emanam da sociedade moderna.
Americanismo e fordismo com o séquito de fenômenos que os acompanham, decorrem
da necessidade da economia moderna em potencializar sua organização para a
produção e reprodução de capital de modo mais veemente.

Kim vs Davidson quanto à Causalidade Mental

Kim vs .
Davidson quanto à Causalidade Mental
André Joffily
Abath

And the movement in your brain
 sends you out into the rain 
Nick Drake

Jaegwon Kim tem se
revelado, com o passar do tempo, o maior inimigo da filosofia da mente produzida
por Davidson e, acima de tudo, de seu monismo anómalo. Suas críticas são
inúmeras. Kim acha que é preciso uma teoria positiva sobre a relação
mente-corpo, e não uma teoria negativa, como é a de Davidson. Acha, também, que
Davidson adopta uma posição ingénua em relação ao reducionismo. Outras formas
de redução deveriam ser consideradas, e não apenas a que seria realizada por
meio de leis-ponte estritas, que é o centro das atenções de Davidson. E Kim
acha, principalmente, que o monismo anómalo torna o mental causalmente inerte,
i.e,se aceitarmos o monismo anómalo,
teremos um sério problema em relação à causalidade mental.

Neste ensaio, concentrar-me-ei unicamente na
terceira desta críticas, que foi o ponto alto de um longo debate sobre o papel
causal da mente, e que teve o monismo anómalo de Davidson como principal alvo.
Em relação à primeira e à segunda, farei apenas breves comentários. Após
percorrer as críticas de Kim, tentarei mostrar como Davidson respondeu ou
poderia responder-lhes. Antes, porém, devo deter-me, por alguns instantes, no
monismo anómalo; desta forma, as críticas a ele dirigidas, e as possíveis
respostas a estas críticas, surgirão de maneira mais clara.

Monismo Anómalo 

Exposto pela primeira
vez em 1970, em Mental Events, o monismo anómalo é a tese que defende a
identidade entre eventos mentais e eventos físicos, e, portanto, a redução
ontológica ( daímonismo), mas que
nega a existência de leis estritas ligando tais eventos (daíanómalo), e, por conseguinte, nega a
redução conceptual <

Esta tese
segue-se de três princípios, que podem ser assim resumidos: a) Princípio da
Interacção Causal: todos os eventos mentais relacionam-se causalmente com
eventos físicos; b) Princípio do Carácter Nomológico da Causalidade: eventos
relacionados como causa e efeito recaem sob leis estritas; c) Anomalismo do
Mental: Não há leis psicofísicas estritas.

Intencionalidade e Naturalismo

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Jamais
pensou a mente tanto sobre si própria. Em fins do século XX, ciência e
filosofia trilham uma cruzada em busca de compreender a consciência e suas
capacidades. Três séculos e meio após Descartes, respostas dualistas não mais
são suficientes; quer-se compreender a mente enquanto um fenômeno fisicamente
gerado, que toma parte no mundo físico. Em filosofia, esta postura denomina-se
naturalismo.

Não
obstante as exceções, algumas renomadas, como Karl Popper (1962), há muito a
forma naturalista de compreender a consciência domina a filosofia. Na tradição
que aqui abordaremos, a analítica, anglo-americana, as bases deste estudo
remontam a autores como Sellars e seu Empiricism and Philosophy of the Mind (1956),
Quine, em Palavra e Objeto (1960) e Putnam com Minds and Machines (1960).

A FORMAÇÃO DO SUPER-HOMEM NIETZSCHEANO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO PELO E PARA O ÓCIO

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Através de uma perspectiva genealógica do conhecimento que se preocupa com o valor e o sentido das coisas, buscou-se experimentar o pensamento educacional, transvalorando-o por completo pelo conceito de (des)educação. Tal proposta vem acompanhada de outras duas: a transvaloração do ócio face à redução da valorização do trabalho, e a adoção do Super-Homem – o homem superado por si próprio – como figura apropriada para este novo paradigma educacional. No capítulo Genealogia do Ócio, discute-se como se procedeu a mudança de sentidos do ócio ao longo da história e, adiante, examinam-se os motivos do início da decadência da educação pelo e para o ócio na Grécia trágica. Traça-se, a partir disso, um esboço de como fazer para desconstruir a educação hoje existente, em favor da educação pelo e para o ócio. O método genealógico, levado a uma experimentação diferente e nova, coloca instrumentos variáveis na genealogia e investiga a noção de Super-Homem – o que é e como pode ser interpretada no contexto pedagógico. No aspecto normativo, a presente tese amarra o argumento com fortes nós – para aqueles que tentem desatá-los, que falhem em sua própria ruína.

A Cidade Perdida – Jerônimo Monteiro

A Cidade PerdidaJerônimo Monteiro Fonte: Editora Ibrasa, 1948 EXPLICAÇÃO INDISPENSÁVEL TANTO SÁLVIO COMO EU ESTAMOS CERTOS DE QUE ENTRE os ocasionais leitores deste livro há de se encontrar algum atlante. É a esse provável leitor que vão especialmente dedicadas estas linhas. Nada devem recear os atlantes que habitam ainda o coração do Brasil. O que … Ler mais

Universo Infinito de Giordano Bruno aceito por pensadores e executado pela Igreja

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Universo Infinito de Giordano Bruno aceito por pensadores
e executado pela Igreja

Pablo Dressel

A forma
como defendeu, até ao fim, as suas convicções filosóficas, consideradas
heréticas pelo Santo-Ofício, fizeram do filósofo napolitano Giordano Bruno um
símbolo marcado por um mundo e por uma época onde labaredas castigavam
espíritos discordantes. E embora já muitos outros autores fossem lidos e
divulgados, para a época do renascimento as idéias de Aristóteles continuavam a
ser o alicerce de novas respostas, idéias que condizem que um mundo infinito
não era coisa sequer concebível.

 

Giordano
Bruno, Filósofo, astrônomo e matemático, rejeitou a teoria geocêntrica
tradicional e ultrapassou a teoria heliocêntrica de Copérnico que ainda
mantinha o universo finito com uma esfera de estrelas fixas. Embora tais campos
não existissem ainda na ciência, pode-se dizer que Bruno estava interessado na
natureza das idéias e do processo associativo na mente humana. Por outro lado,
está fascinado em prover com um embasamento filosófico as grandes descobertas
científicas de seu tempo. Mesmo que a conseqüência seja o fim de sua própria
vida.

O Sentimento dos Cidadãos – Voltaire

Original em Francês Tradução de Miguel Duclós [editar] Voltaire – O Sentimento dos Cidadãos Queixamo-nos de J.J. Rousseau, cidadão da nossa cidade, aqui residente que se limita, em Paris, ao infeliz ofício de um palhaço desprezado em uma ópera, a qual ridicularizaram ao andar nas quatro patas no teatro de comédia. Na verdade, de alguma … Ler mais

Voltaire – SENTIMENT DES CITOYENS

Versão em português SENTIMENT DES CITOYENS. [ Du Peyrou/Moultou 1780-1789 quarto édition; t. XIV , pp. 117-123 (1782).] SENTIMENT DES CITOYENS. *[* L’Auteur de cette piece avoit si bien imité le style de M. Vernes , que M. Rousseau parut croire qu’elle pouvoit être de lui. Ce ne fut qu’au bout de quelque tems qu’il … Ler mais

Voltaire Lettre 30-08-1755

Versão em Inglês Versão em Português LETTRE A ROUSSEAU 30 août 1755 J’ai reçu, Monsieur, votre nouveau livre contre le genre humain, et je vous en remercie. Vous plairez aux hommes, à qui vous dites leurs vérités, et vous ne les corrigerez pas. On ne peut peindre avec des couleurs plus fortes les horreurs de … Ler mais

Voltaire Lettre to Rousseau

Versão em Português

Les DELICES, August 30, 1755.

I have received, sir, your new book against the human species, and I thank you for it. You will please people by your manner of telling them the truth about themselves, but you will not alter them. The horrors of that human society–from which in our feebleness and ignorance we expect so many consolations–have never been painted in more striking colours: no one has ever been so witty as you are in trying to turn us into brutes: to read your book makes one long to go on all fours. Since, however, it is now some sixty years since I gave up the practice, I feel that it is unfortunately impossible for me to resume it: I leave this naturel habit to those more fit for it than are you and I. Nor can I set sail to discover the aborigines of Canada, in the first place because my ill-health ties me to the side of the greatest doctor in Europe, and I should not find the same professional assistance among the Missouris: and secondly because war is going on in that country, and the exemple of the civilised nations has made the barbarians almost as wicked as we are ourselves. I must confine myself to being a peaceful savage in the retreat I have chosen–close to your country, where you yourself should be.

I agree with you that science and literature have sometimes done a great deal of harm. Tasso’s enemies made his life a long series of misfortunes: Galileo’s enemies kept him languishing in prison, at seventy years of age, for the crime of understanding the revolution of the earth: and, what is still more shameful, obliged him to forswear his discovery. Since your friends began the Encyclopaedia, their rivals attack them as deists, atheists–even Jansenists.

Carta a Rousseau – Voltaire

Francês <a href="/wiki/index.php/Voltaire_Lettre_30_08_1755:in" title="Voltaire Lettre 30 08 CARTA A ROUSSEAU 30 de Agosto de 1755 Tradução de Miguel Duclós Recebi, senhor, vosso novo livro contra o gênero humano, e vos agradeço por isso. Vós agradareis aos homens, sobre quem fala vossas verdades, e não os emendará. Ninguém poderia pintar um quadro com cores mais fortes … Ler mais

Civil Desobedience – Thoreau

Fonte do original: Wikisource. Ver tradução Author:Henry David Thoreau (1849) (originally entitled: Resistance to Civil Government) I heartily accept the motto, “That government is best which governs least”; and I should like to see it acted up to more rapidly and systematically. Carried out, it finally amounts to this, which also I believe— “That government … Ler mais

Desobediência Civil – Thoreau

Texto original Desobediência civil – Thoreau (originalmente intitulado: Resistência ao Governo Civil) Autor: Henry David Thoreau Ano de publicação: 1849 Tradução parcial de Daniel Duclós Eu aceito de coração o lema que diz “o melhor governo é aquele que menos governa”[<1>] e gostaria de vê-lo aplicado mais rápida e sistematicamente. Levado adiante, ele finalmente culmina … Ler mais

Thomas More Last Letter

Ver a tradução do texto Retirado de http://www.apostles.com/lastlett.html Escrita na prisão em 5 de Julho de 1535, um dia antes do autor ser executado, com um pedaço de carvão, segundo Peter Acroyd e John Farrow: “On the day before he was to die he took up his piece of coal and laboriously scratched his last … Ler mais

Última carta de Thomas More

Texto no original ÚLTIMA CARTA DE THOMAS MORE Tradução de Miguel Duclós Nosso Deus te abençoe, querida filha, e o teu bom esposo, e teu pequeno filho, e todos os teus, e todos os meus filhos, e todos os meus enteados e todos os teus amigos. Quando puderes mande minhas lembranças para minha boa filha … Ler mais

LETTRE DE M. J-J. ROUSSEAU, A M. DE VOLTAIRE.

[Texto em Português] LETTRE DE M. J-J. ROUSSEAU, A M. DE VOLTAIRE. 10 septembre 1755. (6)C’est à moi, monsieur, de vous remercier à tous égards. En vous offrant l’ébauche de mes tristes rêveries, je n ai point cru vous faire un présent digne de vous, mais m’acquitter d’un devoir, et vous rendre un hommage que … Ler mais

Rousseau – Carta a Voltaire – 10/09/1755

Rousseau Carta de 10.08.1755 Francês Carta de Voltaire Tradução de Miguel Duclós Sou eu, senhor, quem tenho de vos agradecer por tanta consideração. Em resposta à generosa oferta que fizestes aos esboços de meus devaneios, eu não creio que tenha uma colocação digna, mas me desembaraço de um dever, e vos presto uma homenagem, que … Ler mais

Rousseau Lettre à David Hume

Versão em Português À M. David Hume Strasbourg, le 4 décembre 1765 Vos bontés, Monsieur, me pénètrent autant qu’elles m’honorent. La plus digne réponse que je puisse faire à vos offres est de les accepter, et je les accepte. je partirai dans cinq ou six jours pour aller me jeter entre vos bras ; c’est … Ler mais

Rousseau – Carta a David Hume

[Original em francês] Para Mr. David Hume Tradução de Miguel Duclós Strasburgo, 04 de dezembro de 1765 Vossa bondade, senhor, me atingiu de tal forma que me honrou. A resposta mais digna que posso dar a esta oferta é a de aceitar, e eu a aceito. Partirei dentro de cinco ou seis dias para receber … Ler mais

Rousseau – A tout François aimant encore la justice et la vérité.

[Texto em português] ROUSSEAU JUGE DE JEAN JACQUES COPIE DU BILLET CIRCULAIRE DONT IL EST PARLÉ DANS L’ECRIT PRÉCÉDENT. A tout François aimant encore la justice et la vérité. FRANCOIS ! Nation jadis aimable et douce, qu’ètes- vous devenus ? Que vous étes changés pour un étranger infortuné, seul, à votre merci, sans appui, sans defenseur, mais … Ler mais

Rousseau – A todo francês que ainda ama a justiça e a verdade

Texto no original] Jean-Jacques Rousseau – A todo francês Que ainda ama a justiça e a verdade Tradução de Miguel Duclós Francos! (1) Nação (2) outrora amável e doce, em que seres vos transformastes? Vós mudastes para um estrangeiro desafortunado, sozinho, à vossa mercê, sem apoio, sem defensor, mas que nada deve para um povo … Ler mais

SOCRATE – Émile Bréhier

ordem dórica (segundo Augusto Choisy)

Versão em Português Émile Bréhier CHAPITRE II SOCRATE Fonte Digital: : http : //bibliotheque.uqac.ca/ p.88 Le siècle qui a précédé la mort d’Alexandre (323) est le grand siècle de la philosophie grecque ; c’est en même temps surtout le siècle d’Athènes : avec Socrate et Platon, avec Démocrite et Aristote, nous atteignons un moment d’apogée, où la … Ler mais

Mondialisation – Superman et Übermensch – Feinmann

Tradução em português Texto no Original Mondialisation : Superman et Übermensch Par José Pablo Feinmann Página 12, 7 février le 2004 Une petite histoire nous mettra d’entrée dans le vif du sujet. La “question” est une des confrontations politico-culturelle des plus complexes et plus fascinantes du XX ème siècle . La “petite histoire” est la suivante : … Ler mais

Mundialización Superman y Übermensch -Feinmann

Tradução em português Tradução em francês Por José Pablo Feinmann Página 12, 7 de febrero del 2004 Una pequeña historia nos meterá de lleno en la cuestión. La “cuestión” es uno de los enfrentamientos político-culturales más complejos, más fascinantes del siglo XX. La “pequeña historia” es la que sigue : en la década del ’60, las … Ler mais

Hume – Minha própria vida (autobiografia)

Original em inglês Minha Própria Vida, David Hume, 1776 Tradução de Miguel Duclós especial para este site. É difícil para um homem falar longamente acerca de si próprio sem ser vaidoso, portanto devo ser breve. Pode-se pensar que o simples fato de escrever minha vida é um caso de vaidade, mas esta narrativa deve conter … Ler mais

Globalização: Super-homem e Übermensch- José Pablo Feinmann

Texto no Original Tradução em francês Globalização: Super-homem e Übermensch José Pablo Feinmann Página 12, 7 de fevereiro de 2004 Tradução de Miguel Duclós Uma pequena história nos colocará diretamente n questão. A “questão” é um dos enfrentamentos políticos-culturais mais completos e fascinantes do século XX. A “pequena história” é a seguinte: na década de … Ler mais

Cartas de Nietzsche – 1885

Tabela de conteúdo [esconder] 1.1 Carta 1 1.2 Carta 2 1.3 Carta 3 if (window.showTocToggle) { var tocShowText = “mostrar”; var tocHideText = “esconder”; showTocToggle(); } Trechos selecionados de Cartas de Nietzsche de 1885 [Versão em inglês] Tradução de Miguel Duclós Carta 1 Nice, meio de março de 1885: Rascunho de carta a Elisabeth Nietzsche … Ler mais

Hegel: Unificação de Ontologia e Lógica

Hegel: Unificação de Ontologia e Lógica Miguel Duclós Trabalho originalmente apresentado para o CFH-UFSC (2007) 1.     Kant e o “fim” da metafísica. Como é sabido, o sistema de Kant deixou uma tarefa intrincada para a posteridade ao reconceituar a metafísica na dissecação detalhada da razão humana que empreendeu, gerando uma revolução divisora de águas na … Ler mais