MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA – Frutas do Brasil

MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA (Bahia, 1636-1711) foi, como
diz Costa e Silva no seu Ensaio Biográfico-Crítico, tomo X, página 67,
– "o primeiro brasileiro que ousou apresentar-se no Pindo demandando
lugar no templo das Musas".

Depois de alguns estudos no Brasil, foi a Coimbra, em cuja Universidade
obteve o grau de licenciado em Jurisprudência. Aí travou com o
seu conterrâneo Gregório de Matos Guerra amistosas relações, que
duraram até a morte.

Havendo tomado o capelo doutoral, partiu Manuel Botelho para a
Bahia, onde exerceu o mister de advogado, sem deixar o cultivo das
letras, e em 1705 publicou um volume de versos com extravagantíssimo
título, que assaz demonstra o mau gosto da época: Música do Parnaso
dividida em quatro coros, de Rimas Portuguesas, Castelhanas e Latinas,
com seu descante cômico reduzido em duas comédias.
Dos versos em
português diz o citado crítico — "serem bem fabricados, correntes e
sonoros".

Frutas do Brasil

E, tratando das próprias, os coqueiros
Galhardos e frondosos

Gregório de Matos – Resumo da obra e biografia e poemas

GREGÓRIO DE MATOS GUERRA nasceu na cidade da Bahia em
1623, e faleceu em 1696. Tendo-se doutorado em Direito na Universidade
de Coimbra, advogou em Lisboa, onde gozou da privança do príncipe re-
gente, depois Pedro II. Na sua terra natal serviu como tesoureiro-mor
da catedral e vigário geral da diocese, cargos que deixou quando exigiram
que completasse a sua ordenação, pois era só minorista. Pela mordacidade
das suas sátiras foi degredado para Angola e de lá voltou para o Brasil,
indo residir em Pernambuco, onde morreu cristãmente. —

Foi escritor popular e engraçado. Não lhe faltam conceitos e trocadi-
lhos — que era vício do tempo — e por vezes descai na obscenidade.

"Cabe-lhe a glória, diz Fernandes Pinheiro, de haver introduzido
em nossa metrificação o verso italiano decassílabo, hoje muito usado, e
conhecido nos compêndios de poesia pela denominação de gregoriano".

De suas obras poéticas publicou-se o primeiro tomo em 1882. A
Academia Brasileira de Letras fêz divulgar, sob a orientação do acadé-
mico Afrânio Peixoto, as obras completas de Gregório de Matos sob
os cinco aspectos que nelas se deparam. Louvabilíssimo esforço em bene-
fício de nossas letras seiscentistas.

Anjo Bento – Poema de Gregório de Matos

BASÍLIO DA GAMA – Biografia e obra o Uraguai

Biografia de: José BASÍLIO DA GAMA (São José d’El-rei, 1740-1795) estudou
no Rio de Janeiro com os Jesuítas, e viveu depois em Lisboa e em
Roma, lutando com sorte adversa, até que logrou as boas graças do
Marquês de Pombal, que o nomeou oficial da Secretaria do Reino.

Quando em desvalia caiu o poderoso ministro, José Basílio volveu
ao Rio, indo finalmente morrer em Lisboa. Entre suas composições poéti-
cas tem primazia o poema O Uruguai, onde incontestavelmente rebrilham
belezas de primeira ordem.

HERMES FONTES

HERMES FONTES, nasceu na vila de Buquim, em Sergipe, a 28 de
agosto de 1888. Veio muito jovem para o Rio de Janeiro, sob o amparo
do senador Martinho Garces, e nesta Capital estudou humanidades, con-
seguiu por concurso o primeiro emprego, no Correio, e alcançou, em
1911, o diploma de bacharel pela Faculdade de Ciências Jurídicas e So-
ciais. Menino ainda, já lhe saíam da pena os primeiros versos, e a sua
atividade poética tornou-se conhecida com o aparecimento, em 1908, de
seu livro de fulgores e pompas Apoteoses, recebido com francos encómios
pela crítica e havido por vigorosa afirmação artística. O jovem pensador
deu-se ao afã da imprensa, escrevendo em jornais e revistas e colaborando,
com ardor patriótico, no Diário de Notícias, empenhado na campanha
presidencial, e ao qual Rui Barbosa dava o brilho de sua direção política.

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos – Biografia e Obras:

AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS, nasceu a
20 de abril de 1884, na então província de Paraíba do Norte. Diplo-
mou-se em Direito pela Faculdade do Recife, em 1907, e, três anos
depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro e aí viveu dos parcos pro-
ventos do magistério. Coligiu então as suas primeiras produções poé-
ticas, enfeixando-as em volume a que deu nome Eu.

Augusto dos Anjos foi um poeta triste, insatisfeito e movido de
viva sensibilidade. Sua lira deixou-se penetrar dos fenômenos melancó-
licos da morte e de angústias e conturbações da vida. Nela não se
descobre o culto da beleza feminina nem as atrações naturais do amor;
mas, rudemente, e, às vezes, sob matizes científicos, gemem nos seus
versos consternações e dúvidas e fluem verdades e protestos dolorosos.
Combalido no corpo e torvado na alma, o bardo sofredor infunde às
expressões meditativas laivos fortes de dor e de negativismo. "Materia-
lista em Filosofia — disse dele Antônio Torres — foi nos sentimentos
um idealista na; mais nobre, na mais vibrante e, digamos, na mais dra-
mática acepção do vocábulo".

Não completara ainda trinta anos, quando o abateu a morte, em
Leopoldina, Minas, aos 12 de novembro de 1913.

Suas obras: Eu, poemas, Rio, 1912; Eu, e outras poesias, 9.a edição,
Rio, Bedeschi, 1941.

O Lamento das Cousas – Poesia de Augusto dos Anjos

ALPHONSUS DE GUIMARAENS

ALPHONSUS DE GUIMARAENS — (AFONSO HENRIQUE DA
COSTA GUIMARÃES) nasceu em Ouro Preto, a 24 de julho de 1870,
e aí recebeu a primeira instrução no Liceu Mineiro, matriculando-se, em
1890, na Faculdade de Direito de São Paulo, onde, mais tarde, lhe foi
colado o grau de bacharel. Encetou desde logo a carreira da\ magistra-
tura e foi juiz de Direito em Conceição do Cerro, transferindo-se em
seguida para Mariana, onde habitou durante os quinze últimos anos de
sua vida, de 1906 a 1921, em que se extinguiu, a 15 de agosto.

Raimundo Correa – Antologia Poética

RAIMUNDO DA MOTA AZEVEDO CORREIA, nascido a bordo do vapor "São Luís", na baía de Mogúncia, litoral do Maranhão, faleceuna Europa, tendo vivido de 1860 a 1911. Passou rapidamente pela admi-nistração e pela diplomacia e era, quando morreu, magistrado no DistritoFederal. São conhecidíssimas suas belas poesias, estampadas com os títulos deSinfonias, Versos e Versões e … Ler mais

Poeta ALBERTO DE OLIVEIRA, fundador da ABL (1859 – 1937)

ANTÔNIO MARIANO ALBERTO DE OLIVEIRA, nasceu em Sa-quarema, Estado do Rio de Janeiro, a 28 de abril de 1859 e faleceu aos19 de janeiro de 1937, em Niterói. Desde muito cedo inclinou-se àsletras e traçou, aos catorze anos, o primeiro soneto, sentimental, de certo: "Nasce em verde botão a linda rosa". Fêz o curso de … Ler mais

Resumo vida e obra de Artur Azevedo

ARTUR AZEVEDO, nasceu em 1855, na cidade de São Luís, capital
do Maranhão e faleceu no Rio de Janeiro em 1908. Escreveu em prosa
e verso com admirável facilidade, colaborando ativamente na imprensa
diária e fazendo sua especialidade na literatura dramática.

Entre as suas mais aplaudidas composições neste gênero (e muitas
foram elas) podem citar-se: — A Véspera de Reis, reprodução fiel de
costumes populares, Amor por Anexins, A Pele do Lobo, O Liberato,
A Mascote na Roça, A Almanjarra, O Dote, A Jóia, O Badejo,
comédias
das quais as duas últimas escritas em verso e com apuro literário, res-
ponderam à crítica que lhe exprobrara algum desleixo e desperdício de
talento em peças de somenos importância. São de sua lavra os dramas
Anjo de Vingança e O Escravocrata, este de colaboração com UrbaNo
Duarte. Das operetas e paródias algumas há muito bem traçadas e de-
senvolvidas: A Donzela Teodora, A Princeza dos Cajueiros e A Filha de
Madama Angu.
Cultivou a espécie das revistas, onde, ligados por um
gracioso entrecho, se criticavam os sucessos da atualidade. Uma dessas
peças, O Mandarim, feita de colaboração com Moreira Sampaio, havendo
introduzido no palco a imitação de personagens contemporâneas, suscitou
no jornalismo acesa polêmica.

Contos fora da Moda, Contos Possíveis, Contos Efêmeros, são os
títulos de livros em que se reuniram algumas das livres e chistosas his-
torietas de Artur Azevedo.

Conhecedor, a fundo, das coisas do nosso teatro, exerceu por muitos
anos, em várias folhas, a crítica teatral, com penetração e indulgência,
que faziam lembrar a maneira de Sarcey.

Foi alto funcionário na Secretaria do Ministério da Agricultura,
repartição a que também pertenceram o jornalista Gusmão Lobo, o polí-
grafo Luís da Veiga, o tradutor da Divina Comédia, Xavier P>iheiro, e
Machado de Assis, o festejado romancista e poeta que presidiu a Aca-
demia Brasileira de Letras.

O Badejo – Peça de Teatro selecionada de Artur Azevedo

Ato II, Cena V — Lucas, César Santos, h
Ramos, Benjamin Ferraz, D. Angélica.

Bio-bibliografia de CASTRO ALVES com poema O Livro e a América

ANTÔNIO DE CASTRO ALVES (Bahia, 1847-1871) estudou o
Direito primeiro em Pernambuco e depois em São Paulo. Exerceu grande
influência sobre o espírito da mocidade acadêmica do seu tempo, fazendo
sempre vibrar a nota livre e generosa em todas as questões; assim foi
um dos mais pronunciados abolicionistas, ainda antes que do abolicionismo
se fizesse o lema de um grupo de ação. Padecem muitos de seus versos
da ênfase peculiar à chamada escola condoreira, que, partindo da imitaçãoi
hugoana, decaiu em puro gongorismo; porém a muitas de suas composiI
ções não se podem recusar sentimento e levantados voos líricos. A me
lhor edição de suas obras, publicada em 2 vols. em 1921, e comemorativa
do cinqüentenário da morte do poeta, devêmo-la ao ilustre acadêmico
Afrânio Peixoto, que a prefaciou e anotou, apondo-lhe preciosa e com
pleta bibliografia.

O Livro e a América

Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,

LUÍS GUIMARÃES JÚNIOR

LUÍS GUIMARÃES JÚNIOR (Rio de Janeiro, 1845-1897) é o autorde dois livros de poesias: Corimbos e Sonetos e Rimas. Melodioso quanto os mais consumados mestres no poetar, soube àbeleza de forma reunir maviosos sentimentos. Lêem-se os seus versos e,mesmo sem o querermos, se nos fixam na memória. Em prosa colaborou como folhetinista no Diário do … Ler mais

CASIMIRO DE ABREU

Janeiro, e daí
foi a Lisboa, onde se demorou quatro anos.

Ãs labutações da vida do comércio mostrava-se de todo avesso, e,
lutando com a férrea vontade paterna, só a furto lograva dedicar-se às
letras. A tísica pulmonar arrebatou-o na flor da idade. A primeira
edição das poesias de Casimiro — Primaveras, estampou-se em 1859,
quando o autor tinha 22 anos.

Não é escritor correto, mas poeta cujos maviosos acordes sabem o
caminho do coração.

 

Meus Oito Anos – poema de Casimiro de Abreu

Junqueira Freire

LUIS JOSÉ DE JUNQUEIRA FREIRE (Bahia, 1832-1855) professou
na Ordem beneditina em sua terra natal; mas, faltando-lhe vocação para
preencher os deveres da vida monástica, impetrou e obteve Vim breve de
secularização, em 1854, sucumbindo pouco depois aos insultos da enfer-
midade cardíaca que desde a puerícia lhe minava o organismo.

Escreveu: Inspirações do Claustroe Contradições Poéticas. Dos ou-
tros escritos quase nada se pôde obter.

Nas poesias de Junqueira Freire principalmente se nota a pugna
incessante e dolorosa entre os ditames da consciência e as aspirações de
uma alma sequiosa de amor e de glória mundana.

O Hino da Cabocla (636)

MANUEL ANTÔNIO ÁLVARES DE AZEVEDO

MANUEL ANTÔNIO ÁLVARES DE AZEVEDO (São Paulo, 1831-
1852) depois de se ter formado em letras no Colégio de Pedro II, foi
cursar o Direito na Faculdade de sua terra natal, e aí ganhou nomeada
por brilhantes e precoces produções literárias. Antes de terminar os
estudos jurídicos, sucumbiu com 21 anos incompletos, deixando aos amigos
das letras o eterno pesar do muito que se perdeu com tão lutuoso sucesso.

JOÃO CARDOSO DE MENESES E SOUSA – Barão de Paranapiacaba

JOÃO CARDOSO DE MENESES E SOUSA, Barão de Paranapiacaba,
nasceu em Santos (Estado de São Paulo) no ano de 1827 e faleceu em
1915 no Rio de Janeiro. Era formado em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade de São Paulo. Para o magistério se volveram primeiro as
suas preferências e foi professor no Liceu de Taubaté. Passou depois
a trabalhar no Rio de Janeiro, em 1857, como advogado e funcionário
público, sendo durante longos anos procurador fiscal do Tesouro. Na
Câmara dos Deputados representou a província de Goiás, de 1873 a
1876.

De infatigável aplicação às letras dão prova os muitos primores do
seu opulento espólio. Desde que, em 1846, estampou um primeiro livro
de versos, a Harpa Gemedora, título que assaz denuncia o influxo ro-
mântico a que obedecia o poeta, até aos últimos dias da sua longa
existência, nos quais se ocupava de coligir e limar o que de melhor
havia produzido, publicando em 1910 as Poesias e Prosas Seletas, nunca
João Cardoso cessou de consagrar à Literatura uma devoção sincera, e
que nem por despremiada admitia desânimo.

Quando em si não achava a força das grandes concepções poéticas,
folgava de nos outros encontrá-las, e constituía-se tradutor. Assim tra-
duziu Lamarttne, tornando vernáculo o Jocelyn; e ao português tras-
ladou Byron e La Fontaine, na versão de cujas fábulas excedeu pela
fidelidade, aliada ao impecável da forma, todos quantos nesse tentame o
haviam precedido.

"A tradução é ao pé da letra (disse por ocasião da morte do velho
Paranàpiacaba o Jornal do Comércio), palavra por palavra e na mesma
ordem: mas por um milagre vemos os versos franceses transformarem-se
à nossa vista em deliciosos versos portugueses, doce, cantante, com a
frescura e simplicidade do meigo poeta gaulês."

Voltando-se depois para as literaturas antigas, traduziu em verso
uma comédia, A Marmita (Aululária), de Plauto; o Alceste, de Eurí-
pedes; a Antígone, de Sófocles; e as Nuvens, de Aristófanes. Posto
que não fosse propriamente um helenista, êle com admirável sagacidade,
pelo confronto de outras versões e do texto, sempre atinava com o sen-
tido real ou mais plausível. Sua excelente versão poética do Prometeu,
de Ésquilo, foi composta sobre a tradução literal, em prosa, que da
célebre tragédia fizera o imperador D. Pedro II.

Em outro ramo da sua atividade escreveu Paranàpiacaba um alentado
e apreciadíssimo volume: Teses sobre a Colonização do Brasil.

Fêz parte do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; e nos "Anais"
do nosso Parlamento figuram discursos seus, literariamente elaborados e
que, quando êle os proferia, mais se realçavam pela varonil presença,
voz sonora e corretíssima dição do orador.

A Serra de Paranapiacaba

Dorme; repousa em teu sono,
 Da força pujante emblema,

HENRIQUE COELHO NETO

HENRIQUE COELHO NETO. Nasceu em Caxias, no Maranhão, aos 21 dias de fevereiro de 1864 e extinguiu-se a 28 de novembro de 1934, aos setenta anos, no Rio de Janeiro. Menino ainda, deixou a cidade natal, residiu em Recife e em seguida em São Paulo e veio, por fim, para o Rio, onde terminou o curso de humanidades, deixando em meio, depois, os estudos que iniciara sucessivamente nas Faculdades jurídica e médica.

Jornalista ao lado de Patrocínio, de Alcindo Guanabara, de Quintino Bocaiuva, em cujos jornais serviu, colaborando, além disso, em dezenas de revistas e diários do Rio, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, do Maranhão e da República Argentina, Coelho Neto ao mesmo tempo prosseguia na publicação da larga série dos seus trabalhos de ficção, que constituem matéria ainda não suficientemente estudada. O que se não pode contestar, porém, é que êle é o mais copioso dos nossos romancistas.

Eduardo Paulo da Silva Prado – Membro fundador da ABL

Marechal deodoro da fonseca

EDUARDO PRADO (São Paulo, 1860-1901) formou-se em Direito na Faculdade da sua província natal e, membro de opulenta família paulistana, longamente viajou, não só pela Europa como por outras partes do mundo. Das suas peregrinações por todas essas terras há dois volumes interessantes: Viagens à Sicília, Malta, Egito e Viagens na América, Oceania e Ásia. l

Escrevendo para a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, assinalou com admirável perspicácia os pródromos sociais e políticos da proclamação da República.

O Idioma Tupi, por JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES

JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES (Minas, 1837-1898) foi um infatigável estudioso dos nossos sertões e no estudo das línguas indígenas despendeu boa parte da sua atividade.

Envolvido na política do Império e filiado ao partido liberal, presidiu as províncias de Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Na penúltima destas presidências prestou relevantes serviços, desoprimindo da invasão paraguaia uma parte da província; e, como prêmio das vitórias que nisso alcançou, foi galardoado com o posto de brigadeiro honorário, distinção que então rarissimamente se concedia a civis.

D. ANTÔNIO DE MACEDO COSTA

Nomeado bispo do Pará em 1860, pronunciou-se contra o maçonismo na luta empenhada por D. Vital de Oliveira, e com este foi condenado e preso em uma fortaleza. Anistiado, prosseguiu no seu labor episcopal, intrepidamente pelejando pela causa do catolicismo, onde quer que iôsse ela agredida.

FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM

FRANCISCO ADOLFO DE WARNHAGEM, Barão e Visconde de Porto Seguro (S. João de Ipanema, Sorocaba, 1816-1878) era filho de um oficial alemão, que viera para o Brasil dirigir a fábrica de ferro de Ipanema e voltou a Portugal em 1823, levando consigo a família. Francisco de Warnhagen serviu em Portugal como militar, tomando parte na guerra de 1834 e recebendo de D. Pedro IV o posto, de 2.° tenente de artilharia. Depois concluiu o curso na Real Academia de Fortificação; e, tomando gosto pelos estudos históricos, logrou ser recebido na Academia das Ciências de Lisboa.

FRANCISCO DE SALES TORRES HOMEM

FRANCISCO DE SALES TORRES HOMEM, Visconde de Inhomerim, formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio, e em Direito pela Universidade de Paris. Nascido no Rio, em 1812, exerceu importantes cargos: — Diretor geral das rendas, presidente do Banco do Brasil, e duas vezes ministro da Fazenda. Deputado provincial e geral, tomou assento no Senado como representante do Rio Grande do Norte. Panfletista mordaz, publicou o Libelo do Povo sob o pseudônimo de Timan-dro, manifestando tendências anti-dinásticas, de que depois se retratou.

MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA

Nota Biográfica

MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA, nascido no Rio de Janeiro, a 17 de novembro de 1830, graduado em Medicina e falecido, aos 31 anos, em 28 de novembro de 1861, vítima do naufrágio do vapor "Hermes".

José de Alencar – resumo da vida e obra

Resumo da Biografia e Principais obras de José de Alencar

JOSÉ MARTINIANO DE ALENCAR (Ceará, 1829-1887), foi jurisconsulto, jornalista, orador, parlamentar, romancista e dramaturgo. Exerceu o magistério como lente de Direito Mercantil, no Instituto Comercial, saiu eleito deputado em várias legislaturas e fêz parte do Gabinete de 16 de Julho de 1868, aceitando a pasta da Justiça.

Suas obras principais são: no romance, O Guarani, As Minas de Prata e Iracema; e no drama, O Demônio Familiar, Verso e Reverso e Mãe.

O POTE DE AZEITE – Poema de Gil Vicente

Gil Vicente, Auto de Mofina Mendes, representado ante elrei dom João III, nas matinas do Natal, na era do Senhor, 1534. Obras de Gil Vicente, dirigida pelo prof. Mendes dos Remédios, I, 13-14, Coimbra, 1907.

Gil Vicente, o primeiro folclorista de Portugal e o maior documentário vivo da etnografia portuguesa, retirou, naturalmente da tradição oral, o tema da Mofina o seu pote de azeite, 144 anos antes que La Fontaine (1678) divulgasse La laitière et le pot au lait. Sua universalidade, literária e popular, constituiu assunto de uma aula de Max Muller no Instituto Real, em 3 de Junho de 1870, Sur la migration ães fables, tradução francesa de Georges Perrot, Essais sur la Mythologie Comparée, Paris, 1874, 417-467. Da índia, com o Panchatantra, aparece o brâmane Svabhâvakripana partindo o pote de arroz na, suposição de castigar o filho hipotético, depois de enriquecer e casar-se magnificamente. Passa ao Hitopadexa, onde o brâmane Devaxar-man espatifa a escudela de farinha e mais os vasos do oleiro em cuja casa descansava, sonhando disciplinar suas quatro esposas, fabula VII, Sandhi, na versão portuguesa de mons. Sebastião Rodolfo Dalgado (Lisboa, 1897, 233). A mesma estória figura na tradução do "Panchatantra" que Barzúyeh fez do sânscrito para o pehlvi, denominando sua seleção de contos Kalila e Dimna, no século V. No século VIII Abdal-lah-ibn-Almokaffa verteu o Kalila e Dimna para o árabe. Continua um religioso a quebrar seu pote, desta vez cheio de óleo, querendo punir um problemático filhinho. Em 1250, o Kalila e Dimna, também chamado Fabulas de Bidpai. veio do árabe para o hebreu, por um judeu Joel. Desta tradução hebraica, nasceu o livro de outro judeu, João de Capua, de 1263 a 1278, Directo-rium humanae vitae alias Parabolae Antiquorum Sapientum, tornando familiar e querido aos leitores ilustres no correr do século XIII. É um eremita que rebenta a vasilha de mel, planr jando fortunas e desejando educar, à força do bastão, um filho recalcitrante: percutiam eum isto bacio et erecto báculo aã percutiendum per-cussit vas mellis et ipsum et defluxit mel super caput ejus. Não interessa, à espécie portuguesa e brasileira, a extensa bibliografia alemã, latina, francesa, italiana, toda irradiante dos volumes citados. Os castelhanos tiveram um Calila é Dymna em meiados do século XIII, feita ou mandada fazer por dom Afonso, o Sabio, em 1251. Outra versão castelhana é o Exemplaria contra los enganos y peligros dei mundo, Burgos, 1493, I vulgarizando o título para Cadyna Dyna, Dina, y Cadina, repetido nos versos do Cancioneiro de Baena. É dessa época o Livro do Conde Luca-nor, de dom João Manuel, coleção de 51 "enxem plos", a maioria tradução ou adaptação do Directorium humanae vitae e que figurava na livraria del-rei dom Duarte. No Conde Lucanor (VII) já o religioso é substituído por Dona Tru-hana, que vai vender um pote de mel e parte a bilha, vendo-se imaginariamente rica, poderosa, cercada de filhos e noras amáveis.

Ao lado dessa corrente cultural borbulhava a estória contada de geração a geração, na força impetuosa da oralidade, trazida por mil modos, traficantes, contrabandistas, cruzados, manuscritos desaparecidos, sermonários, etc. (CASCUDO

Fonte: Os melhores contos Populares de Portugal. Org. de Câmara Cascudo. Dois Mundos Editora.

HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA

# ndios poetas e imaginosos
# Teatro da natureza
# O “Boca do Inferno”
# Dirceu de Marília
# Gonçalves Dias O cantor dos guerreiros
# José de Alencar De ledor de romances a escritor de romances
# Castro Alves – O poeta dos escravos
# Machado de Assis – De moleque de morro a presidente de Academia de Letras
# Antônio Conselheiro O homem que escrevia com um cipó
# Rui Barbosa, o nababo da língua

Índios poetas e imaginosos

SERIA aquela gente primitiva e rude que vivia no Bra-— sil, ao tempo de seu descobrimento, desprovida de imaginação e de idéias poéticas ? As pesquisas e trabalhos de etnólogos e sociólogos mostram que os índios brasileiros sabiam criar mitos, e mitos poéticos, para explicar os fenômenos da natureza. Recolheram-se poemas e numerosas historietas, que atestam certo senso poético e imaginação. A maioria dessas histórias narra fatos acontecidos com os bichos das selvas, e fatos humorísticos, em geral, revelando o senso satírico dos homens das tabas.

Esta canção, recolhida pelo general Couto de Magalhães, é uma bela amostra de ciúme amoroso:

O’ Ruda, vós que nos céus estais e amais as chuvas. . . Vós que nos céus estais. . . fazei com que êle (o amante) por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; fazei com que êle se lembre de mim, quando o sol se encobrir no poente.

Resumo completo de História do Brasil até o fim da escravidão

Marechal deodoro da fonseca

Descobre-se uma nova terra

 

ERA
um
domingo festivo. Na praia do Restelo, em Portugal,
apinhava-se uma multidão variegada e entusiasta, que contemplava
com orgulho os mastros de uma numerosa esquadra, prestes a partir para as
índias, afim de levar o Evangelho aos povos do Oriente, combater os mouros c
negociar especiarias.

Celebrava-se uma
missa solene, na ermida
da
praia. Lá estavam, na tribuna de honra, o próprio rei, D. Manuel, o Venturoso,
o
almirante da esquadra a partir, Pedro Álvares Cabral e o bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz. O bispo benze um
estandarte, que o rei entrega ao almirante.

Forma-se depois
um cortejo solene, em que se vêem padres e frades, cantando, carregando cruzes
e relíquias, oficiais da armada e o povo contente, barulhento, aplaudindo os
atrevidos marinheiros, que partiam a alargar os domínios de Portugal. Levam o
almirante e os seus homens até a praia, onde embarcam.

Mas só no dia
seguinte, 9 de março de 1500, parte aquela esquadra de dez caravelas e três
navios de transporte. Vai às índias, seguindo o caminho que Vasco da Gama já
devassara. Aventuram-se as naus pelo "mar de largo", isto é, oceano
afora. Desviam-se, porém, de seu roteiro. Para fugir às calmarias, prejudiciais à
navegação? Ou obedecendo a instruções secretas e propósitos determinados?
Discute-se ainda hoje o caso.

José Maurício – A Música Maravilhosa – Viriato Corrêa

Marechal deodoro da fonseca

José Maurício foi um dos maiores músicos que o Brasil já possuiu. Nasceu na humildade e na pobreza. Foi à custa de muito trabalho, de muito estudo e de muito sofrimento, que conseguiu chegar à glória.

HAXIXE – Crônica de Olavo Bilac

Haxixe – Olavo Bilac Como a conversação, depois de haver borboleteado de assunto em assunto, durante esse jantar de refinados, tivesse caído afinal em Baudelaire e nos seus Paraísos artificiais, Jacques, que aos trinta anos de idade já tem experimentado todos os prazeres e provado todos os desgostos, disse acendendo o charuto e enchendo o … Ler mais