HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

JOÃO CARDOSO DE MENESES E SOUSA – Barão de Paranapiacaba

JOÃO CARDOSO DE MENESES E SOUSA, Barão de Paranapiacaba,
nasceu em Santos (Estado de São Paulo) no ano de 1827 e faleceu em
1915 no Rio de Janeiro. Era formado em ciências jurídicas e sociais pela
Faculdade de São Paulo. Para o magistério se volveram primeiro as
suas preferências e foi professor no Liceu de Taubaté. Passou depois
a trabalhar no Rio de Janeiro, em 1857, como advogado e funcionário
público, sendo durante longos anos procurador fiscal do Tesouro. Na
Câmara dos Deputados representou a província de Goiás, de 1873 a
1876.

De infatigável aplicação às letras dão prova os muitos primores do
seu opulento espólio. Desde que, em 1846, estampou um primeiro livro
de versos, a Harpa Gemedora, título que assaz denuncia o influxo ro-
mântico a que obedecia o poeta, até aos últimos dias da sua longa
existência, nos quais se ocupava de coligir e limar o que de melhor
havia produzido, publicando em 1910 as Poesias e Prosas Seletas, nunca
João Cardoso cessou de consagrar à Literatura uma devoção sincera, e
que nem por despremiada admitia desânimo.

Quando em si não achava a força das grandes concepções poéticas,
folgava de nos outros encontrá-las, e constituía-se tradutor. Assim tra-
duziu Lamarttne, tornando vernáculo o Jocelyn; e ao português tras-
ladou Byron e La Fontaine, na versão de cujas fábulas excedeu pela
fidelidade, aliada ao impecável da forma, todos quantos nesse tentame o
haviam precedido.

"A tradução é ao pé da letra (disse por ocasião da morte do velho
Paranàpiacaba o Jornal do Comércio), palavra por palavra e na mesma
ordem: mas por um milagre vemos os versos franceses transformarem-se
à nossa vista em deliciosos versos portugueses, doce, cantante, com a
frescura e simplicidade do meigo poeta gaulês."

Voltando-se depois para as literaturas antigas, traduziu em verso
uma comédia, A Marmita (Aululária), de Plauto; o Alceste, de Eurí-
pedes; a Antígone, de Sófocles; e as Nuvens, de Aristófanes. Posto
que não fosse propriamente um helenista, êle com admirável sagacidade,
pelo confronto de outras versões e do texto, sempre atinava com o sen-
tido real ou mais plausível. Sua excelente versão poética do Prometeu,
de Ésquilo, foi composta sobre a tradução literal, em prosa, que da
célebre tragédia fizera o imperador D. Pedro II.

Em outro ramo da sua atividade escreveu Paranàpiacaba um alentado
e apreciadíssimo volume: Teses sobre a Colonização do Brasil.

Fêz parte do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; e nos "Anais"
do nosso Parlamento figuram discursos seus, literariamente elaborados e
que, quando êle os proferia, mais se realçavam pela varonil presença,
voz sonora e corretíssima dição do orador.

A Serra de Paranapiacaba

Dorme; repousa em teu sono,
 Da força pujante emblema,

FERNÃO LOPES – criador da prosa portuguesa

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

FERNÃO LOPES (1387-1450?) — "É o maior dos mais antigos cronistas, — escreve João Ribeiro — é o criador da prosa portuguesa e o primeiro exemplar do estilo da História". Fernão Lopes, de fato, supera os que, na época, manearam a nossa língua. Como historiógrafo, mantém-se adstrito à verdade e narra singela mas convictamente os … Ler mais

JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA

JOÃO MANUEL PEREIRA DA SILVA (Iguaçu, Estado do Rio de Janeiro, 1818-1897) foi, incontestavelmente, um homem de trabalho e méritos cujos escritos históricos, objeto, aliás, de várias contestações razoáveis não devem ser postos de parte pelos estudiosos das coisas pátrias.

Abrangem esses livros todo o período que vai de 1808, com a chegada da dinastia real de Bragança a terras do Brasil, até 1840, com a procla-

FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM

FRANCISCO ADOLFO DE WARNHAGEM, Barão e Visconde de Porto Seguro (S. João de Ipanema, Sorocaba, 1816-1878) era filho de um oficial alemão, que viera para o Brasil dirigir a fábrica de ferro de Ipanema e voltou a Portugal em 1823, levando consigo a família. Francisco de Warnhagen serviu em Portugal como militar, tomando parte na guerra de 1834 e recebendo de D. Pedro IV o posto, de 2.° tenente de artilharia. Depois concluiu o curso na Real Academia de Fortificação; e, tomando gosto pelos estudos históricos, logrou ser recebido na Academia das Ciências de Lisboa.

HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA

# ndios poetas e imaginosos
# Teatro da natureza
# O “Boca do Inferno”
# Dirceu de Marília
# Gonçalves Dias O cantor dos guerreiros
# José de Alencar De ledor de romances a escritor de romances
# Castro Alves – O poeta dos escravos
# Machado de Assis – De moleque de morro a presidente de Academia de Letras
# Antônio Conselheiro O homem que escrevia com um cipó
# Rui Barbosa, o nababo da língua

Índios poetas e imaginosos

SERIA aquela gente primitiva e rude que vivia no Bra-— sil, ao tempo de seu descobrimento, desprovida de imaginação e de idéias poéticas ? As pesquisas e trabalhos de etnólogos e sociólogos mostram que os índios brasileiros sabiam criar mitos, e mitos poéticos, para explicar os fenômenos da natureza. Recolheram-se poemas e numerosas historietas, que atestam certo senso poético e imaginação. A maioria dessas histórias narra fatos acontecidos com os bichos das selvas, e fatos humorísticos, em geral, revelando o senso satírico dos homens das tabas.

Esta canção, recolhida pelo general Couto de Magalhães, é uma bela amostra de ciúme amoroso:

O’ Ruda, vós que nos céus estais e amais as chuvas. . . Vós que nos céus estais. . . fazei com que êle (o amante) por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; fazei com que êle se lembre de mim, quando o sol se encobrir no poente.

Resumo completo de História do Brasil até o fim da escravidão

Marechal deodoro da fonseca

Descobre-se uma nova terra

 

ERA
um
domingo festivo. Na praia do Restelo, em Portugal,
apinhava-se uma multidão variegada e entusiasta, que contemplava
com orgulho os mastros de uma numerosa esquadra, prestes a partir para as
índias, afim de levar o Evangelho aos povos do Oriente, combater os mouros c
negociar especiarias.

Celebrava-se uma
missa solene, na ermida
da
praia. Lá estavam, na tribuna de honra, o próprio rei, D. Manuel, o Venturoso,
o
almirante da esquadra a partir, Pedro Álvares Cabral e o bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz. O bispo benze um
estandarte, que o rei entrega ao almirante.

Forma-se depois
um cortejo solene, em que se vêem padres e frades, cantando, carregando cruzes
e relíquias, oficiais da armada e o povo contente, barulhento, aplaudindo os
atrevidos marinheiros, que partiam a alargar os domínios de Portugal. Levam o
almirante e os seus homens até a praia, onde embarcam.

Mas só no dia
seguinte, 9 de março de 1500, parte aquela esquadra de dez caravelas e três
navios de transporte. Vai às índias, seguindo o caminho que Vasco da Gama já
devassara. Aventuram-se as naus pelo "mar de largo", isto é, oceano
afora. Desviam-se, porém, de seu roteiro. Para fugir às calmarias, prejudiciais à
navegação? Ou obedecendo a instruções secretas e propósitos determinados?
Discute-se ainda hoje o caso.

Resumo de História do Brasil – O Segundo Reinado

Marechal deodoro da fonseca

História do Brasil – SEGUNDO REINADO.

Política Interna e Externa

Prof. Brasil Bandecchi, 1970

"É nesse ambiente conturbado que D. Pedro sobe os degraus do trono.

E logo, como que tocada por alguma vara de condão, a política do Império começa a se aplacar.

É verdade que ainda restava a liquidação das guerras dos Balaios e dos Farrapos. Mas a primeira estava nos últimos arrancos e a segunda mostrava, inequivocamente, o declínio das forças rebeldes.

Além destas duas heranças da época regencial, D. Pedro II, no decênio de consolidação da ordem, de 1840 a 1850, tem que haver-se apenas com dois movimentos sérios: a Revolução Liberal mineiro-paulista de 1842 e a Revolução Praieira, de 1848, em Pernambuco.

Foram ambos movimentos deflagrados pelos liberais, sendo o de 42, de caráter exclusivamente político, enquanto o de 48, em virtude de circunstâncias especiais da economia pernambucana, tomava matiz de uma luta social. Nabuco, com a habitual largueza de vistas, já tinha chamado à insurreição da Praia mais que um movimento político, um movimento social. Mas a presença do Imperador no trono já se fazia sentir."1

O IMPÉRIO – PRIMEIRO REINADO e PERÍODO REGENCIAL.

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

O IMPÉRIO. PRIMEIRO REINADO.

Reconhecimento da Independência

Proclamada a Independência e estando o Brasil com suas finanças arruinadas e política agitada, teve o Imperador que enfrentar não poucas dificuldades para pôr ordem no estado de coisas reinante.

Ao mesmo tempo, na política internacional deveria dar o primeiro e decisivo passo que consistia no reconhecimento de sua independência pelas outras nações e, principalmente, por Portugal.

Na Inglaterra, como encarregado dos negócios brasileiros, mesmo antes da separação, encontrava-se Felisberto Caldeira Brant Pontes, futuro marquês de Barbacena, que gozava de boa e firme reputação naquele país.

Regência Trina Interina, Regência Trina Permanente, Regência Una, Abdicação de D. Pedro I, Código Penal, Constituição de 1824, Fundação dos Cursos Jurídicos, Reconhecimento da Independência

Processo da Independência do Brasil

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Transmigração da Família Real e Regência do Príncipe D. João

As idéias dos enciclopedistas1 franceses espalhavam-se pelo mundo, pregando reformas que abalaram a estrutura político-social então vigente.

A convocação dos Estados Gerais por Luís XVI era uma vitória do povo e sua repercussão foi grande o que não impediu a Revolução Francesa e a guilhotina que fêz rolar cabeças de soberanos, nobres e, por fim, dos próprios revolucionários.

Diante da ameaça francesa, o mundo arma-se contra a França e esta sente que terá que enfrentar o mundo. Cessado o período do terror, a velha terra gaulesa não teve o desejado sossego e, por isso, sentiu necessidade de um homem forte, capaz de lhe dar ordem interna e enfrentar a ameaça externa.

Esse homem foi Napoleão Bonaparte.

Não tardou a Europa a sentir o peso dos seus exércitos. Só a Inglaterra, por ser uma ilha e possuir forte esquadra, pôde ficar livre das tropas do corso.

OS CAMINHOS ANTIGOS E O POVOAMENTO DO BRASIL – Capistrano de Abreu

  OS   CAMINHOS   ANTIGOS E   O   POVOAMENTO   DO   BRASIL* Capistrano de Abreu Na era de 1 530 o território entre o Maranhão e Santa Catarina foi dividido em 12 capitanias hereditárias, desiguais em superfície, limitadas toda a Este pelo Atlântico, o Oeste pela linha fantástica de Tordesilhas. Até então o Brasil estivera entregue a degredados, … Ler mais

O CASAMENTO DO PRÍNCIPE REAL – D. João VI no Brasil – Oliveira Lima

Dom João VI no Brasil de Oliveira Lima

D. João VI no Brasil – Oliveira Lima CAPITULO XXII O CASAMENTO DO PRÍNCIPE REAL Entre as negociações diplomáticas do reinado americano de Dom João VI figura, e avulta entre os seus sucessos notáveis, o casamento do príncipe herdeiro Dom Pedro. Não, entretanto, que fosse difícil nessa parte matrimonial a missão do marquês de Marialva … Ler mais

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

grito-do-ipiranga

Na viagem de volta para o Rio, depois de ter cumpri­do satisfatoriamente sua ação
pacificadora, recebeu de Paulo Bregaro, correio da Côrte, nas proximidades do riacho Ipiranga, na cidade de São Paulo,
notícias alarmantes que lhe transmitiam D. Leopoldina e José Bonifácio. Soube assim D. Pedro de novos decretos das
Côrtes: nomeava-se novo ministério para o Príncipe e responsabilizava-se tôda ad­ministração de José Bonifácio,
mandava-se processar os membros da junta de São Paulo signatários do manifesto do Fico a D. Pedro; declarava-se
nulo o decreto do Regente que convocara o Conselho dos procuradores gerais das pro­víncias, além de
outras sérias medidas repressoras. D. Leopoldina e José Bonifácio recomendavam-lhe que processasse
a independência o mais cedo possível; sanguíneo, revoltado, D. Pedro reuniu-se à guarda de
honra que o acompanhava e, arrancando os laços de cores portuguesas, bradou:

"Laços fora,
soldados! Camaradas, as Côrtes de Lisboa
querem mesmo escravizar o Brasil: cumpre, portanto, declarar a sua independência. Estamos definitivamente
separados de Portugal".

UM RETRATO DO IMPERADOR (Dom Pedro I)

UM RETRATO DO IMPERADOR
Paulo Setúbal

Dos “Ensaios Históricos”

Tema do mais vivo interesse, que ainda
não tentou a análise da psiquiatria brasileira, mas tema altamente fascinante,
e, ao mesmo tempo, valiosíssima contribuição histórica, seria o estudo, através
de determinantes genealógicos, da individualidade complexa e sedutora desse
irregular D. Pedro I, fundador do império do Brasil. Um psiquiatra de talento,
modernizado, sabendo escrever com agilidade e cor, faria, sem dúvida, dessa
tese, ainda virgem, uma encantadora página de literatura e ciência. Trabalho
penoso, trabalho de esforço e paciência, é certo. Mas que precioso trabalho,
precioso e belo, não seria o de se fixar, através das heranças mentais e dos
atavismos acumulados, a estrutura psicológica desse monarca ardente. Descarnar,
através das taras, dos estigmas, dos legados mórbidos dos avós, os componentes
da alma bravia, da alma desordenada, desse iletrado e desse iluminado, desse
vulgar e desse genial, desse aristocrata e desse plebeu, desse absolutista e
desse liberal, desse piedoso e desse erótico, que foi, ao mesmo tempo, em
contrastes chocantes, aquele galhardo imperador do Brasil.

AS JANELAS ESTÃO ABERTAS, MARQUÊS – Paulo Setúbal

José
Bonifácio fora destituído do cargo mais ilustre do País: tutor do príncipe e
das princesas imperiais.

A Regência nomeou, para substituí-lo, o Marquês de Itanhaém. Quem é
esse personagem? Quem é, na Corte de então, esse homem que o governo escolheu
para posto tão eminente?

As contradições do Império BRASILEIRO

império brasileiro

As contradições do Império Ida Duclós Originalmente apresentado para a FFLCH/USP   O estudo da formação do Estado nacional exige cautela. As mesmas armadilhas que desafiavam a elite intelectual do Império, estão presentes no arsenal teórico que possuímos para analisar o passado. Como adverte Sérgio Buarque de Holanda, as teorias políticas que usamos, foram formatadas … Ler mais