Fautores da Independência: VELOSO DE OLIVEIRA e RODRIGUES DA COSTA

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7. História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.  LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica) Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936) CAPÍTULO IV (continuação) OUTROS FAUTORES DA INDEPENDÊNCIA ANTONIO RODRIGUES VELOSO DE OLIVEIRA Nasceu na província de S. Paulo, depois de … Ler mais

A poesia satírica de GREGÓRIO DE MATOS GUERRA

Corrigir os costumes por meio do ridículo foi sempre lou vável, porém difícil tarefa; e tanto mais difícil quanto custoso é parar no plano inclinado da crítica. Desde Arquíloco, que os gregos consideram como o pai da sátira, numerosos são os poetas que se entregaram a esta espécie do gênero didático com mais ou menos êxito. Entre os romanos, Horácio e Juve­nal parece haverem na compreendido por duas diversas fa-sès; o cortesão de Augusto, reconhecendo-se incapaz de deter a torrente da corrupção, imola nas aras da sua faceta musa os ridículos do povo-rei, e, como Demócrito, ri-se e zomba dos seus contemporâneos; ao passo que o implacável discípulo de Cornuto marca com o ferro candente da sua sátira essa de­generada raça que aplaudia os Ñeros, os Claudios, os Calí-gulas e os Domicianos, e que turiferava diante de suas ima­gens. “Cada sátira de Juvenal, diz o Sr. Loise, é um exército disposto em ordem de batalha, cuias setas nartem a um sinal convencionado e dirigem-se ao mesmo alvo.”1 A cólera, a indignação eram suas Musas: facit indignatio versum, como ele próprio se expressava.

O PREPARO DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL – Artur Mota

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira
TOMO I. vol 3.

 

Artur Mota ( Arthur Motta) (1879 – 1936)

CAPÍTULO I

O PREPARO DA INDEPENDÊNCIA

Afigura-se a quem lê as páginas da história do Brasil, que a proclamação da independência da colônia lusitana na América tivesse sido uma conseqüência exclusiva dos erros políticos e econômicos de vários governos de Portugal, principalmente no reinado de D. João VI. Acode-nos à mente, quando acompanhamos as explicações e o exame das causas do fenômeno social que determinou a emancipação do nosso país, a imagem de um fruto amadurecido em uma árvore anosa, comprometida por várias lesões, provenientes de vícios de constituição orgânica e devidas a acidentes de natureza extrínseca. Sobreveio uma rajada impetuosa e o fruto tombou, porque apresentava maturidade perfeita, a árvore estava comprometida por uma moléstia qualquer e o esforço externo precipitou-lhe a queda.

A organização do Estado e seus órgãos na monarquia brasileira

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

III — O estabelecimento da organização constitucional

(CONTINUAÇÃO)

 

Por força do sistema da colonização, pelo desenvolvimento histórico e, finalmente, pela legislação constitucional, tomou o Brasil o caráter de monarquia federativa, e a vida do Estado pulsa, portanto, em duplo círculo, no governo provincial e no do império.

Inteiramente como na União Norte-Americana, as funções cie cada um dos Estados e as da federação procedem e se completam umas ao lado das outras. Todavia, com uma distinção histórica: na América do Norte, a plena soberania de cada um dos Estados foi a origem, e somente pela renúncia, que fizeram de certos direitos, é que o Estado federativo foi dotado de poderes; no Brasil, ao contrário, o governo do império compreendia primitivamente tudo na sua exclusiva esfera (pri: meiro, o soberano absoluto, depois, desde a nova ordem constitucional, o mesmo com a cooperação da assembléia geral), e somente mais tarde é que passaram especialmente às províncias certas competências para sua plena autonomia. Portanto, não pode de todo existir nas províncias do Brasil a fantasia de recuperar a primitiva soberania plena de cada Estado, como aconteceu uma vez na América do Norte (secessão e decretos de nulificação da Carolina do Sul, 1832); aqui, um tal propósito só poderia ser considerado, em face do direito público, como alta traição e rebeldia.

O período da regência – Brasil Império

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

 

II — O período da regência

Se, nas páginas seguintes, incluímos também na órbita de nossas considerações o período da regência, período tão moderno da história brasileira, não pretendemos, nem nos é possível, fazer a respeito uma narração concatenada e acabada; o nosso propósito é, apenas, para tornar possível um golpe de vista histórico, apresentar em ligação as mais importantes datas.

Processo de independencia do brasil e Primeiro Reinado – História do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

 

CAPÍTULO XIV

A independência nacional

"Já podeis, da pátria filhos, Ver contente a Mãe gentil; Já raiou a Liberdade No horizonte do Brasil. Brava gente brasileira, Longe vá temor servil! Ou ficar a Pátria livre, Ou morrer pelo Brasil!"

(Do Hino Nacional Brasileiro.)*.

Os acontecimentos dos últimos meses haviam abalado e transformado tão completamente a disposição constitucional interna dos reinos unidos de Portugal e Brasil, que, antes de prosseguirmos na nossa narração histórica, se torna absolutamente necessário recordarmos o estado atual das coisas políticas.

Um rápido golpe de vista bastará.

O antigo absolutismo pesava desde séculos sobre todo o desenvolvimento do Estado, pelo que tudo, até nos mais extremos ramos da administração, estava intimamente impregnado pela revolução, que irrompia repentinamente; e sobre os seus destroços devia surgir uma nova ordem constitucional de coisas, que tornasse possível ao povo tomar realmente parte nas mais diversas esferas da vida do Estado.

Semelhante missão não se resolve facilmente, nem depressa, pois para a sua resolução era ao mesmo tempo necessária uma regeneração do povo; de um lado, tanto como do outro do Atlântico, foi preciso que primeiro, durante anos, se travassem duros combates, antes que se firmassem seguros alicerces, e, para a geral satisfação, nada mais que as formas externas da nova Constituição; porém, sob essa estrutura, escondia-se ainda, especialmente nos círculos inferiores da vida do Estado, o antigo sistema inalterado.

"No Brasil continuava apenas o velho regime português".

A princípio, de fato, deu-se somente pouca atenção, no lado brasileiro, à parte liberal da nova organização do Estado; é que o antagonismo nacionalista, que lavrava entre ambos os povos irmãos, de aquém e de além-mar, a relegava ao segundo plano. Antes de tudo importava, pois, a posição política de ambas essas partes do reino, uma para com a outra.

* Os versos de Evaristo da Veiga colocados à guisa de moto neste capítulo e para os quais D. Pedro I escreveu a música, nunca tiveram o caráter de hino nacional brasileiro, pelo menos oficialmente. Ê possível, contudo, que, até o aparecimento do belo hino de Francisco Manuel da Silva, o que ocorreu para celebrar a abdicação do primeiro Imperador, em 1831, fosse, de fato, o hino de Evaristo-D. Pedro I freqüentemente tocado em cerimônias oficiais. Possível, escrevemos, porque nada há documentado a respeito. Atualmente essa composição é conhecida como Hino da Independendo. (O.N.M.).

 

O regresso da família real portuguesa quando da usurpação do trono

Até aqui se haviam desenvolvido os acontecimentos no Brasil por si mesmos; nisto, a sua vida política recebeu de Portugal novo embate. Sabe-se que, no momento, governava ali, em lugar do rei d. João VI, um substituto de origem inglesa, o marechal de Beresford, e que, em parte as condições próprias, e em parte os acontecimentos na vizinha Espanha, deram motivo para um rompimento revolucionário.

A 24 de agosto de 1820, revoltaram-se no Porto o povo e o exército, e exigiram uma nova organização constitucional do Estado; o mesmo aconteceu em Lisboa (15 de setembro), e o exemplo das duas cidades principais produziu ação decisiva em todo o país; o substituto real, quando ele regressou do Rio, onde estivera ausente em visita, foi obrigado a imediatamente voltar, ao passo que, no seu lugar, "uma junta provisória" tomou as rédeas do governo e imediatamente, sem prévio consentimento do rei, convocou as cortes (desde o ano de 1698 não mais se reuniam) para uma sessão extraordinária.

A capitania geral do Rio de Janeiro – História do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

CAPÍTULO X

A capitania geral do Rio de Janeiro

Ao sul do rio Mucuri (18°-30′ de latitude sul), começa o quarto grupo de Estados brasileiros, a capitania geral, depois vice-reino, do Rio de Janeiro, que, a 17 de setembro de 1658, portanto, mais ou menos ao mesmo tempo que a capitania geral de Pernambuco, foi emancipada da autoridade do governador-geral na Bahia.

O capitão-general deste novo território teve a sua sede na cidade de São Sebastião, situada na baía do Rio de Janeiro, e dali governava ele diretamente a real capitania de igual nome e a já completamente incluída, antes capitania feudal, dos Campos dos Goitacases (Paraíba do Sul ou São Tomé), ao passo que sobre os governos hereditários de Espírito Santo, São Vicente e Santo Amaro, apenas exercia fiscalização. Todavia, logo houve uma mudança nessa situação, pois também aqui foram pouco a pouco extintos os poderes feudais. Assim aconteceu com a capitania do Espírito Santo: depois de haver ela ficado século e meio na família do primitivo donatário, Vasco Fernandes Coutinho, um de seus descendentes, Antônio Luís da Câmara Coutinho, vendeu-a, cerca do ano 1690, pela quantia de 40.000 cruzados, ao coronel Francisco Gil Araújo; mais tarde, ainda mudou de dono duas vezes, até que, finalmente, em 1717, o rei d. João V comprou por 40.000 cruzados o Espírito Santo e incorporou o mesmo às terras da coroa.

A colonização do Brasil – PRELIMINAR

A colonização do Brasil PRELIMINAR

"Um país de vastíssima extensão como o nosso, onde a população se acha disseminada em grupos, em muitos pontos separados uns dos outros por grandes distâncias e péssimas estradas; — onde, portanto, é difícil levar a instrução necessária para convencer os habitantes dos seus verdadeiros interesses a muitos respeitos; — onde também dificilmente pode chegar a ação da autoridade, a toda parte, seja para levar socorro rápido a todos os habitantes, quando eles o necessitam, seja para aplicar medidas coercitivas contra aqueles que não se querem submeter às ordens do governo, para o bem geral…" (Luís Pedreira do Couto Ferraz, ministro do Interior, no seu relatório oficial ao Parlamento Brasileiro, 11 de maio de 1855).

Invasões Holandesas no nordeste do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

 

CAPÍTULO V

Os holandeses no Brasil

É sabido que a Confederação das Sete Províncias Unidas, constituída pela União de Utrecht, de 23 de janeiro de 1579, teve que sustentar, para o reconhecimento da sua independência, uma guerra de setenta anos contra a coroa de Espanha (1579-1609 e 1621-24 de janeiro de 1648), e que durante a mesma, e por obra dela, a Confederação se elevou à categoria de primeira potência naval e comercial européia.

Nessa guerra, desde a sua união com a Espanha, era agora também envolvido Portugal, e o seu comércio, as suas colônias indefesas, eram os que mais sofriam com isso.

BARQUEIROS DO RIO SÃO FRANCISCO

BARQUEIROS DO SAO FRANCISCO - percy lau

O S TIPOS sertanejos das margens do São Francisco não resultam apenas do caldeamento dos elementos que compuseram a população do vale do grande rio. Decorrem também dos diferentes “gêneros de vida” a que foram levadas aquelas populações ao entrarem em contacto com um meio físico diverso.

Se as condições do meio físico acabaram por definir — no tempo e no espaço — cada tipo social já esboçado pelas circunstâncias da economia da época, a sua estruturação resultou, no fundo, da função antropogeo-gráfica do rio, que o espírito de aventura cedo descobriu.

Os principados feudais portugueses – História do Brasil de Handelmann

CAPÍTULO II

Os principados feudais portugueses

Voltemos agora ao litoral brasileiro. Ficou já referido como aí, nos primeiros decênios do século XVI, não só os portugueses rendeiros de monopólios, como também mercadores de outras nações, máxime franceses da Bretanha e da Normandia, exploravam lucrativo tráfico no litoral e fundaram até feitorias em vários pontos.

Em vão Portugal havia procurado pôr cobro a isso, por meio de sucessivas reclamações à corte de Paris, contra tais violações dos seus direitos.

Os reis de França, entretanto, não podiam ou não queriam restringir essa atividade por parte dos seus vassalos, e, sendo assim, mercadores, que partiam de Honfleur e de Dieppe para o Brasil, prosseguiram, como dantes, na exploração do seu negócio.

Em vista disso, decidiu-se d. João III de Portugal (1521-1557) a reprimir por si mesmo esses desmandos; e, para esse fim, mandou aprestar uma frota armada, que deveria estacionar nas costas sul-americanas e fazer o cruzeiro contra tais contrabandistas; o almirante nomeado foi Cristóvão Jacques, que, em fins de 1526, apareceu com seis naus nas costas da província de Pernambuco.

João de Barros Falcão de Albuquerque Maranhão

João de Barros Falcão de Albuquerque Maranhão (1807-1882). — Foi um tipo singular este. Idealista, fantástico, alimentou-se de quimeras durante sessenta anos.

Descendente de uma das mais antigas e ilustres famílias pernambucanas, nasceu Barros Falcão em 1807, ao que presumo. Espírito móbil e entusiasta, os movimentos revolucionários de 17 e 24 deixaram nele uma impressão indelével. A. república tornou-se para o jovem irrequieto um sonho de todos os momentos.

Antônio Peregrino Maciel Monteiro, 2.º barão de Itamaracá

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TRANSIÇÃO

POETAS DE TRANSIÇÃO ENTRE CLÁSSICOS E ROMÂNTICOS

Se a história da literatura brasileira fosse um simples amontoado de notícias biográficas e a citação de alguns trechos poéticos, ela estaria feita no Parnaso de Cunha Barbosa ou no Florilégio de Varnhagen.

Mas se a própria história política vai já atendendo mais ao caráter psicológico dos povos do que aos fatos meramente exteriores, e, por assim dizer, materiais, ainda mais a história literária deve ter por missão penetrar no ideal das nações para surpreender-lhes a vida subjetiva.

Se, em quatro séculos de convivência com a civilização ocidental, o povo brasileiro, na esfera da arte das criações intelectuais, não tivesse feito mais do que plagiar, copiar sem critério os modelos europeus; se um caráter novo, se uma nova feição nacional não viesse sequer despontando, o povo brasileiro seria um produto artificial, cedo condenado à morte, e não valeria a pena escrever-lhe a história.

A quem percorre, é certo, uma dessas antologias de nossos poetas, um desses parnasos aí publicados, se depara o ainda incerto valor de nossas produções.

Francisco Moniz Barreto – História da Literatura Brasileira

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TRANSIÇÃO

POETAS DE TRANSIÇÃO ENTRE CLÁSSICOS E ROMÂNTICOS (continuação)

Francisco Moniz Barreto (1804-1868) reclama agora a atenção. Aos dezoito anos alistou-se como voluntário nos batalhões patrióticos da Independência. Já nesse tempo era o que sempre foi, a mais assombrosa personalização do talento improvisatório que o Brasil tem possuído. Fez a campanha da Cisplatina, residiu no Rio de Janeiro até 1838. O resto da existência, passou-o’ na Bahia, sua terra natal.

Nos dous últimos decênios de sua vida, foi ali o centro de um movimento literário assaz considerável. Em torno do velho repentista figuraram Agrário de Meneses, Augusto de Mendonça, Junqueira Freire, Pessoa da Silva, Rodrigues da Costa, Gualberto dos Passos, Laurindo Rabelo e muitos outros poetas de talento.

Moniz Barreto publicou em 1855, sob o nome de Clássicos e Românticos, dous volumes de poesias. O título da obra indica bem nitidamente que ele próprio se considerava um espírito de transição entre as duas escolas literárias. O livro não tem grande valor; encerra as poesias meditadas e escritas pelo poeta; são as suas composições mais fracas.

O que assinala a Moniz Barreto um lugar único em nossa literatura é o seu talento de repentista.

O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO CONTEXTO DA INDUSTRIALIZAÇÃO NA PARAÍBA: ENGENHOS, CURTUMES E TECELAGENS.

maravilhas das antigas civizações

Resumo: Em que consiste a industrialização na Paraíba? O que
são os Engenhos[2]?
O que são Curtumes[3]?
O que são tecelagens[4]?
Muitas perguntas, muitas respostas… Este artigo relata a partir dos meados do
século XIX, sobre a manufatura agroindustrial, ancorada especialmente na
cana-de-açúcar e no algodão, era a “pedra de toque” da economia paraibana. Essa
análise visa resgatar o período de seu reinado do açúcar, enquanto o
“embaixador” Brasileiro, da colônia portuguesa recém desvelada e sem maior
exposição da expressão, ou seja, a mesma importância econômica, na Europa dos
séculos XVI a XIX.

 

Palavras-Chave: Industrialização na Paraíba – Engenhos – Curtumes –
Tecelagens.

OCUPAÇÃO DO LITORAL. A CONQUISTA DO NORTE E A PENETRAÇÃO DA AMAZÔNIA – História

Marechal deodoro da fonseca

OCUPAÇÃO DO LITORAL. A CONQUISTA DO NORTE E A PENETRAÇÃO DA AMAZÔNIA. Professor Brasil Bandecchi. Garantidos os direitos portugueses pelo Tratado de Tordesilhas, que fixou fronteiras na América, ficou a Portugal a preocupação, inicialmente, de defender o litoral que ia da Uha de Marajó (na parte mais próxima do Estado do Maranhão) até Laguna e … Ler mais

Bio-bibliografia de CASTRO ALVES com poema O Livro e a América

ANTÔNIO DE CASTRO ALVES (Bahia, 1847-1871) estudou o
Direito primeiro em Pernambuco e depois em São Paulo. Exerceu grande
influência sobre o espírito da mocidade acadêmica do seu tempo, fazendo
sempre vibrar a nota livre e generosa em todas as questões; assim foi
um dos mais pronunciados abolicionistas, ainda antes que do abolicionismo
se fizesse o lema de um grupo de ação. Padecem muitos de seus versos
da ênfase peculiar à chamada escola condoreira, que, partindo da imitaçãoi
hugoana, decaiu em puro gongorismo; porém a muitas de suas composiI
ções não se podem recusar sentimento e levantados voos líricos. A me
lhor edição de suas obras, publicada em 2 vols. em 1921, e comemorativa
do cinqüentenário da morte do poeta, devêmo-la ao ilustre acadêmico
Afrânio Peixoto, que a prefaciou e anotou, apondo-lhe preciosa e com
pleta bibliografia.

O Livro e a América

Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,

D. FRANCISCO MANUEL DE MELO

Marechal deodoro da fonseca

D. FRANCISCO MANUEL DE MELO (Lisboa, 1611-1666). Diz o Sr. Teófilo Braga que foi esse o homem com mais alta concepção da História em Portugal, no século XVII. Este elogio é com referência à História das Guerras da Catalunha, escrita em castelhano, e reproduz o juízo encomiástico de Philarête Chasles. Em língua portuguesa são suas … Ler mais

Resumo sobre Joaquim Nabuco

Biografia de Joaquim Nabuco

JOAQUIM AURÉLIO NABUCO DE ARAÚJO (Recife, 1849-1910) foi um talento de primeira ordem, que com igual brilho se afirmou na tribuna parlamentar e popular, no panfleto, na crítica literária e na história política.

Deputado em várias legislaturas, assumiu posição saliente na vasta arena a que então o parlamentarismo abria um campo de ação; e notadamente se distinguiu na campanha da abolição do cativeiro.

FRANKLIN TÁVORA – Escritores Brasileiros

FRANKLIN TÁVORA (Ceará, 1842-1888) laboriosamente explorou diversas províncias literárias, manifestando-se romancista, dramaturgo e crítico.

São romances seus: Um Casamento no Arrabalde, O Cabeleira, O Matuto, Os índios de Jaguaribe, Lourenço, A Casa de Palha, Sacrifício, além das Lendas do Norte. Dramas: Três Lágrimas, Um Mistério da Família, Antônio. Entre os seus trabalhos críticos cumpre citar as Cartas a Cincinato por Semprônio, sobre produções literárias de José de Alencar, e um Prefácio ao Diário de Lázaro, de Nicolau Fagundes Varela.

FRANCISCO ADOLFO DE VARNHAGEM

FRANCISCO ADOLFO DE WARNHAGEM, Barão e Visconde de Porto Seguro (S. João de Ipanema, Sorocaba, 1816-1878) era filho de um oficial alemão, que viera para o Brasil dirigir a fábrica de ferro de Ipanema e voltou a Portugal em 1823, levando consigo a família. Francisco de Warnhagen serviu em Portugal como militar, tomando parte na guerra de 1834 e recebendo de D. Pedro IV o posto, de 2.° tenente de artilharia. Depois concluiu o curso na Real Academia de Fortificação; e, tomando gosto pelos estudos históricos, logrou ser recebido na Academia das Ciências de Lisboa.

Ao Marquês de Gouveia – Carta de Padre Vieira – 1684

Leva muitas cartas de aprovação, e dizem que vai pôr pleito a S. M. e pedir-lhe perdas e danos pelo tirar antes do triénio, prometendo que se há-de vir inteirar do terceiro ano que lhe falta. Eu, posto que conheço bem o tempo em que está o mundo, nem temo nem espero tanto; só digo a V. Exa. que, ainda que cessou a causa, continuam os efeitos, não tendo menos que recear os inocentes que os culpados; porque estes, fora da cidade e ocultos nos arredores de suas casas, vão dormir a elas, e os inocentes, contra quem em Lisboa se acharam testemunhas falsas, ou compradas entre os neutrais ou voluntárias entre os inimigos, lhes podem acrescer facilmente, e serem pronunciados; e, como o sindicante traz poderes para condenar e não para dar livramento nem absolver, mofinos dos que lhe caírem nas redes.

CARTA de Padre Antônio Vieira Ao Rei D. João IV – 1655

Marechal deodoro da fonseca

.font0 { font:43.00pt “Century Gothic”, sans-serif; } .font1 { font:7.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font2 { font:8.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font3 { font:9.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font4 { font:10.00pt “Century Schoolbook”, serif; } .font5 { font:10.00pt “Times New Roman”, serif; } Cartas de Padre Antônio Vieira CARTA XVI Ao Rei D. João IV … Ler mais

O cara de pau – Contos Populares Russos

UM rei tinha uma filha tão formosa que, ficando viúvo, quis casar-se com ela. A moça era afilhada de Nossa Senhora e ficou horrorizada com o pensamento do pai, mas esse ameaçou-a de morte se não o recebesse por marido. Não sabendo o que fazer, a moça rezou muito a Nossa Senhora pedindo seu auxílio e ouviu umas vozes dizendo:

Cronologia da História do Brasil

Material Didático de História do Brasil

Professor Pedro Bandecchi, 1970

1453 — Queda de Constantinopla; fim da Idade Média e começo da Idade Moderna.

1487 — Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas que passa a chamar-se Cabo da Boa Esperança.

1492 — Cristóvão Colombo, a serviço da Coroa Espanhola, descobre a América.

1493 — O Papa Alexandre VI assina a Bula Inter Cetera, que fixava que: o domínio espanhol começava 100 léguas a oeste das Ilha dos Açores e Madeira, numa linha traçada longitudinalmente de Norte a Sul. Com a Bula Inter Cetera parte alguma do Brasil ficou pertencendo a Portugal.

1494 — Espanha e Portugal assinam o Tratado de Tordesilhas, mais tarde referendado pelo Vaticano, modificando a linha divisória da Bula Inter Cetera, a qual passaria a 370 léguas das ilhas referidas. Com isto um terço do atual território brasileiro ficou pertencendo a Portugal. 1498 — Vasco da Gama chega à Índia, contornando a África.

GADO. A EXPANSÃO GEOGRÁFICA. IMPORTÂNCIA ECONÔMICO-SOCIAL – História do Brasil

Marechal deodoro da fonseca

Material didático de História do Brasil trata da introdução e desenvolvimento do gado e da pecuária no Brasil Colônia.

Como sabemos, o índio brasileiro não possuía animais domésticos, daí a necessidade de se entregarem à caça e à pesca a fim de obterem carne para sua alimentação.

Quando Martin Afonso aqui chegou, já encontrou no pequeno povoado de São Vicente, galinhas e porcos da Espanha, possivelmente trazidos pelos que demandavam os mares do Sul ou salvos de naufrágios. De qualquer maneira, estes animais já se encontravam no Brasil, em 1532.

HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA

# ndios poetas e imaginosos
# Teatro da natureza
# O “Boca do Inferno”
# Dirceu de Marília
# Gonçalves Dias O cantor dos guerreiros
# José de Alencar De ledor de romances a escritor de romances
# Castro Alves – O poeta dos escravos
# Machado de Assis – De moleque de morro a presidente de Academia de Letras
# Antônio Conselheiro O homem que escrevia com um cipó
# Rui Barbosa, o nababo da língua

Índios poetas e imaginosos

SERIA aquela gente primitiva e rude que vivia no Bra-— sil, ao tempo de seu descobrimento, desprovida de imaginação e de idéias poéticas ? As pesquisas e trabalhos de etnólogos e sociólogos mostram que os índios brasileiros sabiam criar mitos, e mitos poéticos, para explicar os fenômenos da natureza. Recolheram-se poemas e numerosas historietas, que atestam certo senso poético e imaginação. A maioria dessas histórias narra fatos acontecidos com os bichos das selvas, e fatos humorísticos, em geral, revelando o senso satírico dos homens das tabas.

Esta canção, recolhida pelo general Couto de Magalhães, é uma bela amostra de ciúme amoroso:

O’ Ruda, vós que nos céus estais e amais as chuvas. . . Vós que nos céus estais. . . fazei com que êle (o amante) por mais mulheres que tenha, as ache todas feias; fazei com que êle se lembre de mim, quando o sol se encobrir no poente.

O PAU-BRASIL. PRIMEIROS NÚCLEOS de POVOAMENTO. O REGIME DAS CAPITANIAS E DO GOVÊRNO-GERAL. História do Brasil

PRIMÓRDIOS DO POVOAMENTO. O PAU-BRASIL. PRIMEIROS NÚCLEOS. O REGIME DAS CAPITANIAS E DO GOVÊRNO-GERAL.

Professor Pedro Bandecchi, 1970 Material Didático de História do Brasil

Carta de Pero Vaz de Caminha

A Carta de Caminha a D. Manuel nenhuma esperança dava à coroa quanto a produtos de fácil comércio e grandes lucros e muito menos quanto a existência de ouro ou outros minerais preciosos.

Dava a entender, perfeitamente, que a terra precisava ser trabalhada para produzir, o que não acontecia na Índia em que a questão não era produzir, mas comerciar.

"Até agora — escreve Pêro Vaz de Caminha — não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo dagora assim os achávamos como os de lá.

As águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas tem!"

É de se admitir que notícia desta natureza, embora bastante poética, não era de entusiasmar um rei embalado pelos sucessos de Vasco da Gama e pelas possibilidades, que, depois, se veria serem mais ilusórias, que o Oriente oferecia.

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Marechal deodoro da fonseca

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Divisão do Brasil em dois Governos

Professor Pedro Bandecchi, 1970 Material Didático de História do Brasil

Com a morte de Mem de Sá, resolveu a coroa dividir, em 1572, o Brasil em dois governos — um ao Norte, com sede na Bahia, sendo nomeado governador Luís de Brito, — outro ao Sul, com sede no Rio de Janeiro, para o qual foi nomeado Antônio Salema, jurista e professor da Universidade de Coimr bra. Tal iniciativa que não deu bom resultado, fêz com que, em 1578, D. Sebastião anulasse o ato, voltando o regime de um único governo. Para o período de 1578-1581, a coroa nomeou a Lourenço da Veiga.

O ano de 1580 trouxe grandes transformações a Portugal, e, conseqüentemente, ao Brasil. A morte de D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, na África, lutando contra os mouros, sem deixar herdeiro, levou ao trono seu tio-avô e sucessor, Cardeal D. Henrique. Este, que não gozava de boa saúde, faleceu sem indicar substituto, o que abriu séria disputa entre os pretendentes à Coroa. Filipe II da Espanha, tinha tanto direito ao trono quanto os outros pretendentes. O direito podia ser igual, mas êle dispunha de alguma coisa a mais. Dispunha, para obter a coroa, de um exercito de 25.000 homens, sob o comando do Duque de Alba. Com este poderoso argumento, entrou em Portugal e perante as côrts de Tomar, com o nome de Filipe I, prestou juramento e pôs sobre sua cabeça a coroa lusa.

Começava o período do domínio espanhol, que duraria até 1640.

A dominação espanhola não trouxe prejuízos ao Brasil. E devemos assinalar que, ficando a América Espanhola e a Portuguesa pertencendo a uma única coroa, o Tratado de Tordesilhas deixava, virtualmente, de existir.

Nessa época se inicia a grande expansão territorial brasileira.

E, ainda, se holandeses e franceses tentaram se fixar em nossa terra, principalmente os primeiros, pelo dilatado tempo que aqui permaneceram, não é menos evidente que, das lutas travadas, dos contatos havidos, teria que se fortalecer o espírito nativista, e ir se fortalecendo a consciência nacional no processo da sua emancipação. Espírito e consciência que, no século seguinte, tomariam corpo e armariam patriotas até a eclosão do 7 de setembro.

O Brasil sob o Domínio Espanhol

Compromisso que Filipe I assumiu perante as Cortes Lusas

Filipe I assumiu sérios compromissos, em Tomar, perante as cortes lusas, no que diz respeito à sua política administrativa face aos portugueses. Entre eles estava o de guardar os foros e costumes, privilégios e isenções que os reis haviam concedido a seus reinos; que as autoridades administrativas de Portugal ou as suas colônias seriam sempre portuguesas; "que todos os cargos superiores ou inferiores da justiça e fazenda e qualquer outro de governo, somente seriam dados a portugueses; que todos os ofícios existentes em Portugal e suas colônias seriam providos por portugueses, o mesmo acontecendo com os cargos de mar e terra e com as guarnições de soldados nas praças; que o ouro e a prata que se fizesse em moeda, que seria tudo que dos seus domínios fosse à Metrópole, teria apenas as armas de Portugal; que, ainda, não interviria na igreja portuguesa e que seriam conservadas as ordens militares lusas".

João Ribeiro escreve: