Breve Reflexão Sobre a Trajetória Intelectual de Johannes Kepler E AS FUNDAÇÕES DA ASTRONOMIA MODERNA

maravilhas das antigas civizações

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC
O astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler é notoriamente conhecido por elaborar as três leis dos movimentos planetários que revolucionaram toda uma cosmologia que vigorou desde aproximadamente o século II aos Seiscentos. Kepler, num período envolto em conflitos religiosos entre católicos e protestantes, lançou as bases da astronomia moderna interpretando os fenômenos celestes a partir de causas físicas. Advogou ao longo de sua vida a favor do heliocentrismo de Nicolau Copérnico em oposição ao geocentrismo aristotélico-ptolomaico. Partindo destes pressupostos, este trabalho pretende fazer uma breve reflexão sobre a trajetória intelectual de Johannes Kepler e as fundações da astronomia moderna. 

Palavras-Chave: Cosmologia. Geocentrismo. Heliocentrismo. Astronomia. Física. Conflitos Religiosos. Católicos. Protestantes. Kepler.

Conquista do México e do Peru – Montaigne

Trecho de ensaio de Montaigne.
Nosso mundo acaba de descobrir outro (e quem nos diz que seja o último, se os demônios, as sibilas e nós mesmos ignoramos esse até agora?) não menos grande, vasto e sólido do que o nosso. Mas tão novo e jovem que lüe ensinam ainda o abe. Há menos de cinqüenta anos não conhecia nem letras, nem pesos, nem medidas, nem roupas, nem trigo, e vinha; estava ainda nu no seio da mãe nu-triz… era um mundo criança.

Habermas e a Virada Linguística

maravilhas das antigas civizações

Habermas e a Virada Linguística Miguel Duclós Originalmente apresentado para o CFH/UFSC (2007) O livro Verdade e Justificação (1999), do filósofo alemão Jürgen Habermas, traz discussões que retomam e repensam, de certa forma, pontos de vista desenvolvidos em trabalhos anteriores. O Habermas de Mudanças estruturais da esfera pública (1962) e de Conhecimento e Interesse (1968) … Ler mais

JOHANN WOLFGANG VON GOETHE – TRÊS TRECHOS SOBRE TRADUÇÃO

JOHANN WOLFGANG VON GOETHE TRÊS TRECHOS SOBRE TRADUÇÃO Goethe, que também foi um tradutor apaixonado, manifestou-se repetidas vezes sobre o assunto ao longo de sua obra. Os três fragmentos aqui selecionados são originários de: I. Dichtungund Wàhrhelt (Art. Ged. Ausg. vol. 10, p. 540); II. Zu brüderlichemAndenken Wielands (Art. Ged. Ausg. vol. 12, p. 705); … Ler mais

A COMPARAÇÃO DE SÓLON COM PUBLÍCOLA – Plutarco – Vidas dos homens Ilustres

mapa roma itália

A COMPARAÇÃO DE SÓLON COM PUBLÍCOLA – Plutarco – Vidas dos homens Ilustres

Baseado na versão francesa de Amyot. Tradução de Aristides Lobo. Fonte: Edameris.

PÚBLIO VALÉRIO PUBLÍCOLA | Plutarco – Vidas dos Homens Ilustres

mapa roma itália

SUMARIO DA VIDA DE PUBLÍCOLA

I. Origem de Valério Publícola. Tarquínio o Soberbo é expulso do trono. II. Eleição dos dois primeiros cônsules, Bruto e Colatino. III Esforços de Tarquínio para reascender ao trono. VI. Conspiração contra os cônsules. VII- Ela é descoberta por Publícola. VIII. Bruto condena à morte seus dois filhos. IX Fraqueza de Colatino. Abdica o consulado. Publícola o substitui. Xi.II. Campo de Marte. Ilha sagrada em Roma. XV. Batalha sangrenta. O filho primogênito de Tarquínio e Bruto perdem aí a vrda. Triunfa Publícola. XVII- Pronuncia o elogio de Bruto. Origem das arengas fúnebres. XVIII. Conduta generosa de Publícola. XIX. Seu respeito pela majestade soberana do povo. XX. Uso que faz do poder para o bem do Estado. Preenche os lugares vacantes do Senado. Leis populares. XXI. Ordenança contra a tirania. XXII Pelas finanças. XXIII. Criação de dois questores- XXV. Trabalhos e doação do templo de Júpiter Ca-pitolino. XXVIII. Doação do segundo templo: seu incêndio sob o império de Vitélio. Terceiro templo, construído por Vespa-siano e queimado pouco tempo depois de sua morte. Quarto templo, construído por Domiciano. XXIX. Despesas feitas com sua douração. XXX. Magnificência do palácio de Domiciano. XXXI. Tarquínio dirige-se ao rei Porsena, que vem sitiar Roma. XXXII. Segundo consulado de Publícola. E’ ferido em combate. Bela defesa de Horácio Codes. XXXIII. Terceiro consulado de Publícola. Coragem de Múcio Cévola. XXXIV. Publícola negoceia a paz com Porsena. XXXV. Ousadia de Clélia. XXXVII. Vitória alcançada sôbre Sabinos por Valério, irmão de Publícola. XXXVIII. Quarto consulado de Publícola. Alarmas em Roma. Consultam-se Os livros da Sibila. Ápio Clauso deixa o país dos Sabinos: e vem estabelecer-se em Roma. Origem da família Claudia. Derrota dos Sabinos. XL. Triunfa Publícola. Sua morte. Funerais a expensas do público. Luto geral.

Desde o ano 245 até ao ano 251 depois da fundação de Roma, 503 anos antes de Jesus Cristo.

A COMPARAÇÃO DE LICURGO COM NUMA – Plutarco – Vidas Paralelas

mapa roma itália

  A COMPARAÇÃO DE LICURGO COM NUMA – Plutarco – Vidas Paralelas Tradução de Aristides Lobo Mas, tendo acabado de escrever as vidas de Licurgo e de Numa, é tempo doravante de colocá-los um diante do outro e de tratarmos, ainda que seja isso coisa bem difícil, de encontrar as diferenças entre ambos; pois, quanto … Ler mais

Plutarco – VIDA DE NUMA POMPÍLIO

mapa roma itália

I. Antigüidade dos registros de Roma. II. Origem de Numa. Suas palestras com Pitágoras. Distinção entre dois filósofos dêsse nome. II. Interregno após a morte de Rômulo. V. Numa é eleito rei. VI. Suas virtudes. XII. Costumes populares. Instituições religiosas. XIII. Suas opiniões, seus estabelecimentos pacíficos. XIV. A ninfa Egéria. XVI. Criação do colégio dos pontífices. XVII. Consagração das Vestais. Fogo sagrado: maneira de acendê-lo. XVIII. Privilégios e punição das Vestais. XIX. Templo de Vesta. XX. Culto da deusa Libi-tina: leis do luto. XXI. Sacerdotes Sálios, Feciais. XXIII. Doença pestilencial em Roma. Escudo que se diz caído do céu. Escudos sagrados. XXIV. Palácio de Numa. Cerimônias religiosas. XXVI. Seus efeitos sobre os costumes dos Romanos. XXIX. Polícia de Roma. Criação dos corpos e ofícios. XXX. Lei em favor das crianças. XXXI. Reforma do calendário. XXXII. Templo de Jano, fechado durante a paz. XXXIV. Morte de Numa. XXXV. Suas obséquias. Seus livros. XXXVI. Sua glória aumenta sob o reino dos sucessores.

Desde o ano 754 até ao ano 671 antes de Jesus Cristo, 83 anos após a fundação de Roma.

PLUTARCO – VIDAS PARALELAS AS VIDAS DOS HOMENS ILUSTRES

NUMA POMPÍLIO

PLUTARCO – A COMPARAÇÃO DE TESEU COM RÔMULO

mapa roma itália

É o que pudemos recolher, digno de memória, dos feitos de Rômulo e Teseu; mas, para vir a compará-los um ao outro, parece primeiramente que Teseu, de sua própria vontade, sem constrangimento de ninguém, podendo reinar fora de temor na cidade de Trezena é suceder a seu avô em um estado não pequeno, preferiu e procurou os meios de fazer grandes coisas, e que Rômulo, ao contrário, para livrar-se da servidão que o premia e escapar à punição que o ameaçava, mostrou-se certamente, como diz Platão, ousado de mêdo e, por temor de sofrer a pena extrema, foi constrangido, quisesse’ ou não, a lançar-se à aventura de fazer grandes coisas.

Rômulo e a Fundação de Roma – Plutarco

mapa roma itália

SUMÁRIO DA VIDA DE RÔMULO

I. Diversidade das opiniões sôbre a origem de Roma. III. Nascimento de Rômulo e de Remo, seu irmão. VI. São aleitados por uma lôba. VII. Suas primeiras inclinações. XII. Fundação de Roma. XV. Remo é morto por Rômulo. Cerimônias observadas para traçar o recinto de Roma. XIX. Ordenanças militares de Rômulo. Formação da Legião. Criação do Senado. XX. Rapto das Sabinas. XXIV. Vitória alcançada sôbre Ácron, rei dos Gênicos. XXV. Origem do Triunfo. XVI. Primeiras conquistas dos Romanos. Tomada do Capitólio pelos Sabinos. XXVIII. Rômulo invoca Júpiter Estator. XXIX. As Sabinas sustentam o partido dos Romanos. XXX. Associação dos Romanos e dos Sabinos. Começo e número das Tribos. XXXIII. Festas. XXXIV. Instituições das Vestais e do fogo sagrado. XXXV. Leis. O parricídio desconhecido em Roma durante seiscentos anos. XXXVI. Querela de Tácio, rei dos Sabinos. Sua morte. XXXVII. Rômulo apodera-se da cidade de Fidena e forma ,ali uma colônia. Peste violenta em Roma, XXXVIII. Derrota dos Camerinos. XXXIX. Guerras dos Veien-ses. XLI. Rômulo vitorioso começa a exercer um duro império. XLIII. Desaparece. XLV. Honras divinas que lhe foram prestadas sob o nome de Quirino.

Desde o ano 769 até o ano 715 antes de Jesus Cristo; 39.º ano desde a fundação de Roma.

Plutarco – Vidas Paralelas – RÔMULO

Baseado na versão francesa de Amyot. Tradução de Aristides Lobo. Fonte: Edameris.

Teseu – Vidas dos Homens Ilustres de Plutarco

Arte etrusca

SUMÁRIO DA VIDA DE TESEU

I. Começo dos tempos verdadeiros da História. II. Relações do Teseu e Rômulo. III. Nascimento de Teseu. V. Viagem a Delfos. VII. Admiração por Hercules. X. Primeiros combates contra os Bandidos. XVI. Chegada a Atenas. XVI. Parte para ir combater o touro de Maratona. XVIII. Tributo de filhos que Minos, rei de Creta, impusera a Atenas. XIX. Teseu vai a Creta, combate o Minotauro e isenta os Atenienses do tributo. XXIV. Morte de Ariadne. XXV. Na volta da ilha de Creta, Teseu passa a Delos. Origem da dança do Grou. XXVI. Teseu retorna a Atenas, celebra as obséquias do pai e sobe ao trono. XXVII. Barco de Teseu conservado durante mais de nove séculos. XXVIII. Reúne os habitantes da Ática num corpo de cidade em Atenas. Instituição da festa das Panatenéias. XXIX. Leis e polícia de Atenas. XXX. Estabelecimento dos Jogos ístmicos. XXXI. Viagem de Teseu ao Ponto Euxino. A amazona Antíope. XXXIII. Combate das Amazonas. XXXVI. Fedra, esposa de Teseu. Hipólito, filho de Antíope. XXXVIII. Amizade de Teseu e Pirítoo. Combate dos Lápitas e Centauros. XXXIX. Rapto de Helena. XLI. Os Tindáridas Castor e Pólux vêm pedi-la de novo. Origem da Academia. XLII. Menesteu intriga em Atenas contra Teseu. XLIII. Regresso àquela cidade. Revoltas e sedições. Teseu faz imprecações contra os Atenienses e retira-se para a ilha de Ciros. XLIV. Morre. XLV. Os ossos são transportados para Atenas. XLVI. Sacrifícios em sua honra.

Desde o ano de 1249 até ao ano de 1199 antes de Jesus Cristo; 423 anos antes da primeira Olimpíada.

Plutarco AS VIDAS DOS HOMENS ILUSTRES GREGOS E ROMANOS

TESEU

São Francisco de Assis – Cântico das Criaturas

maravilhas das antigas civizações

Ao discorrer sobre o “Cântico das Criaturas”, este trabalho não procura relatar fatos históricos e muitos menos fatos da vida de São Francisco, mas procura mostrar alguns apontamentos da experiência de Deus, que São Francisco viveu em si mesmo e na natureza que o rodeava.

NUDEZ E VERGONHA

maravilhas das antigas civizações

ALBERTO SIUFI
JUNIOR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro
Universitário Claretiano para obtenção do título de graduado em Licenciatura em
Filosofia. Orientador: Prof. Adriano Volpini.

Que vergonha, estou nu! Nudez não é coisa simples, ela
aparece logo nas primeiras páginas da Biblia e de outros textos fundadores da
civilização, afirma Marcelo Bortoloti em sua reportagem para a revista Veja em
dezembro de 20081. A verdade é que se Ulisses, personagem de Homero,
naufragasse hoje e aparecesse nu diante de sua princesa Nausícaa assim como foi
relatado na Odisséia, ainda sentiria uma vergonha e um desconforto enorme. O
fato de ter passado mais de 2500 anos não mudaria a sensação de desconforto do
herói e, pelo contrário, sentiria uma culpa religiosa que não existia naqueles
tempos. O resultado de morder o fruto proibido é o sentimento da vergonha,
fraqueza e derrota diante de si mesmos e de Deus. Percebemos como é imoral
estar nu. Todos nós já sentimos vergonha por alguma coisa. E isso parece ser
normal. Quantas vezes não nos sentimos “nus” diante dos olhos dos outros? Este
sentimento de vergonha e pudor, é o que Dietrich Bonhoeffer identifica como a
indestrutível lembrança do ser humano da sua separação da origem, é a dor
decorrente desta separação e o desejo impotente de desfazê-la2. Perdemos
nossa essência original.

ATUALIDADE DA FILOSOFIA ANTIGA

maravilhas das antigas civizações

Uma questão se levanta: Uma filosofia antiga pode ser atual?

Poder-se-ia também formular este tema desta maneira: Como uma filosofia antiga pode ser ela atual?

Cumpre de plano esclarecer os conceitos.

Uma filosofia antiga é uma doutrina pertecendo a um passado longínquo, a uma época pretérita.

Crer para quê? Crer em quê? Feuerbach anuncia a morte de Deus.

Este artigo é uma tentativa pessoal para um aprofundamento de Feuerbach, e principalmente em sua obra “Essência do Cristianismo”, onde está a religião como antropologia, isto é, ele faz uma redução da religião a antropologia, que os atributos divinos, são qualidades que o sujeito projeta nesse ser transcendental. Percebemos o homem como perfeito, pois a própria consciência é perfeita e ilimitada. E o homem percebendo compreende o ser absoluto chega a seu próprio conhecimento, sendo a religião encontro consigo mesmo. Assim a morte de Deus é anunciada, então Crer para quê? E Crer em quê? Mas chegando a conclusão que seu pensamento trouxe grandes contribuições, mas que a própria religião continua um mistério, e que não podemos justificar Deus, e que a modernidade teve foi um crescimento de grande fervor religioso, e que, portanto Deus continua vivo, e que a modernidade se percebeu mais ainda como uma dualidade de razão e fé, ou seja razão e desejo.
Palavras- Chaves: Feuerbach, Deus, Redução, Antropologia, Essência do Cristianismo, Filosofia, sujeito, transcendental, humano, animal, alienação e religião.

O MÉTODO DE ANÁLISE EM DESCARTES – DA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS À CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA DO CONHECIMENTO

maravilhas das antigas civizações

Ebook de livro universitário de filosofia em versão digital enviada pelo autor.
Este livro discute a velha questão do método cartesiano a partir de uma perspectiva pouco explorada: a da tradição dos praticantes do méto-do de análise, solucionadores de pro-blemas matemáticos.
Após aproximar o modo de produção dos geômetras antigos e algebristas modernos ao de Descartes, o texto percorre a obra car-tesiana para mostrar como o filósofo se filia a essa tradição e de que forma constrói sua concepção metodológica.
Contrabalançando reflexões sobre o método e ilustrações de sua atu-ação, ganha sentido também a tese sobre a sua abrangência univer-sal.
Não há como negar uma visão diferente sobre a filosofia de Descartes.

César Augusto Bat-tisti é Doutor em Filosofia pela Uni-versidade de São Paulo (USP), tendo realizado parte de seus estudos na Université Paris VII, França (Doutorado-Sanduíche). Professor do Curso de Filosofia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus de Toledo, possui trabalhos publicados e em fase de publicação sobre Descartes e sobre a história do método de a-nálise. Atualmente, está traduzindo o Monde de Descartes.

Resumo de teorias epistemológicas

A
inferência pode ser dedutiva, a posteriori, em que suas conclusões se
baseiam ou em algo que ou é certeza ou probabilidade. Ela não assume um caráter
de meio termo.

Enquanto
que a inferência indutiva, não está baseada em extremos, ou 100% ou 0,0%. A
indutiva pode haver graus de probabilidade de 1,0% a 99%. Podendo ser justiçada
com o meio termo. Na Inferência Indutiva, temos conclusões com verdades
contingentes. Enquanto na dedutiva, necessárias.

Aristóteles: Saber e Ciência – História da Filosofia na Antiguidade

maravilhas das antigas civizações

a) Lógíca
α) Caráter geral da lógica, aristotélica. — Sobre o saber e a verdade, já muito tinha ensinado a Filosofia anterior a Aristóteles. Mas, é com êle que nasce uma Filosofia formal do saber, a lógica. Não se trata apenas do nascimento da lógica. Ela é, desde logo, estruturada de um modo tão classicamente perfeito, que, ainda hoje, os caminhos trilhados nessa matéria são os mesmos traçados por Aristóteles. É marcante, a este propósito, a palavra de Kant, de que a lógica, depois de Aristóteles, não podia, em nada, retroceder, mas também não podia dar mais nenhum passo para a frente. A Idéia fundamental da lógica está nos Analíticos. O simples título do livro já manifesta o caráter desta lógica: é uma análise do espírito. Como a anatomia decompõe o corpo humano nas suas partes integrantes, assim a lógica aristotélica, o pensamento e a linguagem do homem. Aristóteles foi o primeiro a ver que também o espírito tem a sua estrutura própria, consta de elementos e funções fundamentais e, a esta luz, pode ser estudado e descrito. Como últimos elementos se consideram — o conceito, o juízo e o raciocínio. Ainda hoje constituem os três mais importantes capítulas da lógica. E Aristóteles procura sempre, em seu estudo, descrever e dividir. Já na lógica se manifesta uma tal tendência. — examinar o mundo experimental nos seus variados aspectos, e ordenar e classificar o concreto. Mas Aristóteles determina as formas elementares do espírito por interesses não só teóricos, mas também práticos. Quer, ao mesmo tempo, fornecer o meio seguro e científico de pensar, provar e refutar. Isto se dá principalmente nos Tópicos e nos Elencos Sofísticos. Sua lógica é, assim, não somente teórica, mas também prática. E, .simultaneamente, também o preocupa a questão de saber até que ponto os nossos meios de pensamento não somente como instrumentos, formalmente considerados, estão bem ordenados, mas, também, se eles realmente captam o material do saber, que devem captar; i.é, a sua lógica não é somente formal, mas ainda material, sendo, também, uma teoria do conhecimento, como hoje se diz.

Vida e escritos de Aristóteles – História da Filosofia na Antiguidade – Hirschberger

Aristóteles
não é ateniense de nascimento, mas é originário de Estagira, na Trácia,
onde nasceu em 384. O pai era médico particular do rei macedônio Amintas, e o
próprio Aristóteles vinculou o destino externo da sua vida aos desígnios
macedônicos, com os quais também cairá. Aos 18 anos vem à Academia, onde permanece durante vinte anos, até
a morte de Platão. No decurso da
vida do mestre, altamente o honrou. Na Eegia que lhe dedicou, refere-se á
amizade que os ligou a ambos, dizendo ser Platão
um homem tão excelso que digno de o louvar não será qualquer um, mas
somente quem se digno de tal. O fato de Aristóteles
ter, pelo seu modo próprio de pensar, se afastado dele mais tarde,
nenhum detrimento trouxe a essa veneração e amizade. "Se ambos são meus
amigos” (Platão e a verdade),
diz êle na Ética; a Nicômaco (1096a l6), "pio dever é estimar ainda
mais altamente s verdade". Tem-se, contudo, a impressão de nem sempre ser sina
ira et studio
a crítica contra Platão.
De propósito, freqüentemente a suscita, nem sempre com necessidade, e, às
vezes, sendo até mesquinho. Depois da morte
de Platão, Aristóteles retira-se para. Assos no país da
Tróade, junto do príncipe. Hermias
de Arames, fundando aí, junto com outros membros da Academia, uma espécie de sucursal da escola.

A concepção de Deus no Platonismo – História da Filosofia Antiga

Se lermos as palavras cheias de vida que o velho Platão dirige, nas Leis (887 c ss.) a uma juventude que manifesta as maiores dúvidas sobre a existência de Deus, teremos, imediatamente, a impressão de que, para este filósofo, a religião toda depende do coração. Contudo, Deus não é, para Platão, apenas objeto da fé! Tal concepção é ainda estranha ao homem antigo. A existência de Deus é para êle,
antes, objeto da ciência. Platão não nos deixou nenhuma prova formal da existência de Deus. Mas há, nas suas obras, dois processos de pensamento indicativas de uma via clara para Deus, e que foi aproveitada na Filosofia posterior, como uma prova real dessa existência. Podemos denominar a uma dessas vias, a física e, à outra, a dialética.

A criação do mundo pelo Demiurgo no Timeu de Platão

A obra essencial de Platão, para a sua cosmologia, é o Timeu.
Este diálogo influiu, como nenhuma outra obra, sobre as idéias cosmológicas
do Ocidente. Foi também lido na Idade-Média, na tradução latina de Cícero e de Calcímo, junto com o comentário deste. Nele se inspira
particularmente a cosmografia e a enciclopédia medieval, como, por exemplo, a
de Guilherme de Conches ou a de Honório de Autun. Mesmo Galileu buscou nela decisivas
motivações para o esboço matemático do seu sistema cosmológico. E, em particular,
segue a concepção teleológica da natureza toda, até hoje, na suas pegadas, e
vem, como em Platão, dar numa
psico-teologia. Como na sua psicologia, também aqui recorre Ale,
freqüentemente, ao mito. Primeiro, por não haver ciência exata no domínio do
mundo espácio-temporal, como êle diz; e, depois, porque a imagem e o símbolo,
pelo menos, deixam pressentir o que o conceito puro não é capaz de apreender.

Platão
contrapõe claramente o nosso mundo físico ao mundo das Idéias. Designa-o
como o mundo visível (λοτοζ δρατοζ),
em oposição ao mundo pensável das Idéias, pois não encerra nenhuma realidade,
estando sempre em mudanças, sendo, por isso, algo de múltiplo, divisível,
indeterminado, ilimitado, sem medidas, grande e pequeno. Antes de tudo. porém,
o inundo físico está encerrado no tempo e no espaço, é apenas aparência das
Idéia.s, no sentido de cópia delas. Platão
diz, por isso, que êle é participante das Idéias (μεθτεξιζ),
e, só assim, pode conservar uma existência aparente. É uma como cera informe,
moldada pela Idéia; ou como a ama, que recebe
e cria o menino, cujo pai verdadeiro é a Idéia. Assim como a
percepção sensível só pode existir e ser lida pela idéia, assim
também o mundo dos sentidos, somente pela idéia.

A FILOSOFIA DO HELENISMO E DO IMPÉRIO ROMANO – História da Filosofia Antiga

mapa roma itália

Na
época helenística, consuma-se um processo histórico espiritual, cujo resultado
ainda é importante para a nossa moderna concepção da Filosofia: a evolução da
Filosofia no sentido de uma ciência especial. No período pré-socrático, o
filósofo era tudo: cientista, médico, técnico, político e sábio. A Academia e o
Perípato abrangem, como organizações científicas, a totalidade do saber. Mas já
no antigo Perípato. vemos que as ciências particulares absorviam a atividade
total de todo um homem, e lhe davam a sua fisionomia espiritual, embora êle
ainda filosofasse no sentido da antiga sabedoria. No período helenístico as
ciências particulares se desmembram em disciplinas independentes. Nascem
centros próprios de investigação, onde essas ciências são cultivadas ex
professo:
Alexandria, Antioquia, Pérgamo, Rodes. Mas a Filosofia se
pronuncia apenas sobre as grandes questões que Platão e Aristóteles tinham
indicado como propriamente filosóficas: a lógica, a ética e a metafísica. Exatamente
por isso essas questões são aprofundadas e se transformam em mundividências. Ocupa-se a Filosofia com o homem como tal e, nesses tempos tão incertos,
revoltos pelas guerras de Alexandre e dos Diadocos, busca ela a salvação e a
felicidade no homem interior, o que já não podem proporcionar as relações
externas, a sonharem sempre novas grandezas, para criarem, apenas, em lugar
delas, ruínas sobre ruínas. Por isso prepondera nessa época o papel da ética.
Ela deve, ao mesmo tempo, exercer a função outrora desempenhada pelo mito
religioso. Êste se dissipa cada vez mais, sendo substituído pelo pensamento
racional. O estoicismo e o empirismo despertam novas preocupações psíquicas e
atuam sobre círculos mais vastos, muito mais do que o puderam a Academia e o
Perípato. As "mundividências", uma vez constituídas,
funcionam como centros de cristalizagão, formando–se nos tempos do helenismo
marcantes centros escolásticos, típicos desta época: o Pórtico e o Jardim de
Epicuro; ao lado das já existentes escolas da Academia e do Perípato.

EPICURO E O EPICURISMO: ANTIGA FILOSOFIA DA VIDA – História da Filosofia Antiga

Os epicuristas são os inimigos hereditários dos estóicos. Não tem fim a polêmica entre as dois campos.
Fundador da. escola é Epicuro de Samos (314-270). Foi seu mestre o discípulo de Demócrito,
Nausífanes. A ascendência atomista foi decisiva para toda a escola, que Epicuro dirigiu no seu Jardim. em Atenas, desde 306. E foi devido a esses Jardins que os epicuristas
receberam a denominação — os do Jardim.

Com o progresso surgem as desigualdades

maravilhas das antigas civizações

RESUMO

O estudo realizado aponta que a questão histórica da saída do homem do estado de natureza aconteceu a partir da própria evolução da espécie no tempo e no espaço geográfico e, não da necessidade em si de aperfeiçoar. Evolução adquirida através do progresso, da capacidade de perfectibilidade e da consciência ingênua do homem no estado de natureza. O marco definitivo para o pacto de desigualdade foi à propriedade privada.
Marcado pela efervescência de um movimento conhecido como iluminismo (época das luzes e evolução das ciências e das artes). Deste fato à grande importância da filosofia política e pedagógica escrita por Rousseau e sua grande repercussão em todo campo filosófico, principalmente dentre os contratualistas. Trás a tona o pensamento filosófico político do autor sobre “O Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens”. Para reparar a situação de desigualdade é importantíssima a educação de qualidade, à ação do educador frente ao progresso, deve ser a ação natural, que leva em considerações as peculiaridades da infância, a “ingenuidade e a inconsciência” que marcam a falta da razão adulta.

Palavras-chave: sociedade, desigualdade, estado de natureza, contrato social, educação.

Os neoplatônicos e o Neoplatonismo – História da Filosofia Antiga

A força vital do neoplatonismo já
é percebida pelo simples fato de os seus representantes se encontrarem em
todos os centros da cultura helenística — Alexandria, Roma, Atenas, Antioquia e
Pérgarao. B ao mesmo tempo percebemos a grandeza espiritual de que se revestiu
o platonismo ao findar do mundo antigo, para ter tão vasto ressurgimento. Foi
um como mito que se apoderou dos espíritos.

Emil Cioran e a crítica ao pensamento utópico

maravilhas das antigas civizações

A explanação do pensamento do filósofo Emil Cioran (1911-1995), apresentando a sua relevância para a intelectualidade contemporânea, é o fim a que se propõe este artigo. Tendo como ponto de partida as obras História e Utopia (1960) e Breviário de Decomposição (1949), sem deixar no esquecimento as demais obras do autor e entrevistas, se verá, nas linhas que se seguem, a idéia de que é na negação que o ser humano encontra a lucidez e que toda forma de utopia, toda crença no progresso, é vã. Desse modo, sendo Cioran, pensador romeno radicado na França, investigado no presente tratado, as inevitáveis críticas às instituições e ao pensamento sistemático e, inclusive, ou até principalmente, à tradição filosófica terão grande ênfase, na medida em que a própria subjetividade, o Nada, a Lucidez, o Tempo e a História vão sendo também estudados. Portanto, o lúcido Cioran, ao mesmo tempo um ser que passa pela experiência da insônia, sentindo a realidade que lhe fora revelada, a saber, a inércia, o anonimato, a negação e a Queda, emite crítica ao progressismo, ao utopismo, afirmando o mundo interior e não o exterior como fonte de lucidez. Se buscará aqui exprimir fielmente o pensar deste autor de suma importância não só para a contemporaneidade, porém para todas as eras.

Palavras-Chave: Insônia, Negação, Utopia, Progresso, Queda

O PERÍPATO – FILOSOFIA ENCICLOPÉDICA – História da Filosofia na Antiguidade

Escola de Aristóteles, quadro dos 1880s por Gustav Adolph Spangenberg

  História da Filosofia na Antiguidade – Hirschberger 4 — O  PERÍPATO – FILOSOFIA   ENCICLOPÉDICA O Perípato, fiel ao exemplo do aristotelismo posterior, já desde os seus inícios se entregara a uma minuciosa investigação científica (cf. pág. 253). Posteriormente, ainda, se deu ao estudo das ciências experimentais, distinguindo-se assim tipicamente do estoicismo e do epicurismo, … Ler mais

A RELAÇÃO ENTRE O HUMANO E O DIVINO EM BLAISE PASCAL

maravilhas das antigas civizações

Este artigo investiga a relevância do pensamento de Blaise Pascal (1623-1662), em especial ao seu conceito de superação do humano mediante a negação do mesmo, para o mundo pós-moderno. Traçando um paralelo entre a idéia de progresso de seu tempo e o conceito cristão de depravação da natureza humana pelo pecado, apresentou-se as implicações práticas do pensamento pascaliano para o mundo globalizado, que fomenta o abandono da religião e é otimista para com o saber científico.

Palavras-chave: Fé. Ciência. Humilhação. Superação. Milagres. Glória.

Ceticismo Acadêmico e ceticismo pirrônico – História da Filosofia na Antiguidade – Hirschberger

mapa roma itália

História da Filosofia na Antiguidade – Hirschberger

A. A Média e Nova Academia

Os h o m e n s da Academia

Distinguimos, ao lado da antiga Academia (v. pág. 174), ainda uma média, cujos principais representantes são Arcesilau (315 até 241 a. C.) e Carnéades (214-129 a.C); e uma nova Academia, com Filo de Larissa, que veio para Roma em 87. a.C. e aliciou ali Cícero para a sua escola, e Antíoco de Ascalão, a quem Cícero ouviu em Atenas em 79 a.C.

DEMÉTRIO da Macedônia – Plutarco – Vida Paralelas

Arte etrusca

SUMÁRIO DA VIDA DE DEMÉTRIO

Relações
e diferenças entre as operações dos sentidos e as da inteligência. II. Porque
Plutarco escreveu a história de homens viciosos. III. Perfil de
Demétrio. IV. Sua ternura para com seu pai. V. Sua dedicação
para com os amigos. VI. Perde uma batalha contra Ptolomeu. VII. Desforra-se.
VIII. Outros êxitos de Demétrio em diversas guerras. IX. Seu
pai e êle determinam dar liberdade à Grécia. X. Vai a Atenas
para daí expulsar as tropas de Ptolomeu. XI. Sai-lhe mal o
empreendimento. XII. Restabelece a democracia em Atenas. XIII. Bajulação exagerada dos atenienses para com Demétrio. XIV. Caráter
de Estratocles. XV. Sinais da cólera divina contra as honras extravagantes
decretadas a Demétrio. XVI. Versos de Felipides contra Estratocles. XVII. A
loucura dos atenienses levada ao auge, em um decreto que Democlides os faz
aceitar. XVIII. Mulheres de Demétrio. XIX. Vai a Chipre
fazer guerra a Ptolomeu. XX. Obtém contra êle uma grande vitória. XXI. Como
Aristodemo comunica a notícia a Antígono. XXII. O nome de
rei dado pela primeira vez a Antígono e a Demétrio. XXIII. Nova
expedição de Antígono e de seu filho Demétrio. contra Ptolomeu; sem resultado,
porém. XXIV. Libertinagem de Demétrio. XXV. Descrição da
sua grande máquina de guerra, denominada Elépolis. XXVI. Porque se
obstinou êle no cerco de Rodes. XXVII.
Paz a paz com os rodianos. XXVIII. Põe
em liberdade todos os gregos que habitam aquém das termópilas. XXIX. Infame
libertinagem cie Demétrio. XXX.
Democles lança-se numa caldeira fer-vente
para fugir à sua brutalidade. XXXI.
Demétrio eleito comandante geral de toda
a Grécia. XXXII. Inicia-se nos mistérios de Céres. XXXIII. Enorme
contribuição que êle exige dos atenienses. XXXIV. Digressão
sobre uma concubma de Demétrio, chamada Lâmia. XXXV.
O mesmo sobre uma cortesã egípcia chamada
Tonís. XXXVI. Liga de vários sucessores de Alexandre contra Antígono
e Demétrio. XXXVII. Presságios desagradáveis para ambos. XXXVIII. São
vencidos; Antígono é morto. XXXIX.
Os atenienses negam a Demétrio a entrada
em sua cidade. XL. Como se deve desconfiar da adulação do povo. XLI. Saqueia as
terras de Lisímaco. XLII. Casa süa filha Estratonice com Selêuco. XLIII.
Separação entre Selêuco e Demétrio. XLIV. Demétrio cerca Atenas. XLV.
Apodera-se da cidade. XLVI. Vence os lacedemònios. XLVII. Funesta
revolução na sorte de Demétrio. XLVIII. Alexandre chama-o cm seu auxílio.
XLIX. Conjuração de Alexandre para assassinar a Demétrio. L. Demétrio fá-lo
matar. LI. É nomeado rei da Macedônia. LII. Como o médico Erasístrato descobre
a paixão de Antíoco por Estratonice. LIII. Como êle induz a Selêuco a dá-la por
esposa. LIV. Demétrio apodera-se da cidade de Tebas. LV. Revolta de Tebas.
Demétrio cerca-a e a toma novamente. LVI. Guerra entre Demétrio e Pirro. LVII.
Luxo de Demétrio. LVIII. Orgulhosa dureza de Demétrio. LIX. A justiça é a
virtude própria dos reis. LX. Grandes preparativos de guerra e vastos projetos
de Demétrio. LXI. Ptolomeu, Selêuco e Lisímaco unem-se contra êle. T.XII. O
exército de Demétrio; se amotina contra êle. LXIII. Êle foge. LXIV. Reflexões
sobre as vicissitudes da fortuna de Demétrio. IiXV. Dispõe o cerco diante da
cidade de Atenas e o levanta. TiXVI. Extremos a que o reduz Agátocles. LXVII.
Tentativas inúteis de Demétrio para conseguir o auxílio de Selêuco. LXVIII.
Selêuco marcha contra êle. LXIX. Doença de Demétrio. LXX. O exército de
Demétrio passa para o lado de Selêuco. LXXI. Demétrio entrega-se a Selêuco.
LXXII. Selêuco o desterra para Quersoneso da Síria. LXXIII. Como Antígono
recebe a notícia do cativeiro de seu pai. LXXIV. Morte de Demétrio. LXXV.
Exéquias fúnebres que lhe presta seu filho Antígono.

Desde o primeiro ano da 110.ª olimpíada
aproximadamente, até O segundo ano da 123», antes de Cristo, ano 287.