OS POVOS “PRIMITIVOS” – Arte nos primórdios da civilização

HISTÓRIA DA ARTE DE ERNEST GROSSE (1893) OS POVOS PRIMITIVOS CAPÍTULO III Os começos da arte encontram-se onde também se encontram os primórdios da civilização. A luz da história ilumina apenas a última e curta etapa do longo caminho percorrido pela humanidade. A história não é possível escla-cer-nos sobre a primeira metade desse caminho. A … Ler mais

HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia – CARLOS XII EM BENDER (Voltaire)

"HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia"   Autor: VOLTAIRE Veja também: História da Suécia no século XVI. CARLOS XII EM BENDER O soberano quis acampar perto de Bender, em lugar de ficar na cidade. O seraskier Jussuf-Bacha mandou armar–lhe uma tenda magnífica e abrigar os componentes da comitiva real. Algum tempo depois, o príncipe … Ler mais

BATALHA DE POLTAVA (Grande Guerra do Norte – 1700- 21) – Voltaire historiador

"HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia"

 

Autor: VOLTAIRE

Veja também: História da Suécia no século XVI.

BATALHA DE POLTAVA

Foi a 8 de Julho do ano de 1709 que se travou essa batalha decisiva de Pultava, entre os dois mais singulares monarcas que o mundo já dera: Carlos XII, famoso por nove anos de vitórias consecutivas, e Pedro Alexiowitz, por nove anos de provações, sofridas no esforço de formar tropas iguais às suecas; um, glorioso por haver doado Estados; outro, por haver civilizado os seus; Carlos XII amando o perigo e não combatendo senão pela glória; Alexiowitz não Tugindo ao perigo, mas não fazendo a guerra senão por interesse; o monarca sueco, liberal pela grandeza de alma; 0 moscovita, não lutando senão com um objectivo em vista; aquele, de uma sobriedade e continência sem-par, magnânimo por natureza, tendo agido com crueldade em uma única ocasião 14; este, não se tendo despojado da rudeza de sua educação e da de seu país, tão terrível para os súbditos quanto admirável aos olhos dos estrangeiros, e muito inclinado aos excessos, que contribuíram para abreviar-lhe os dias. Carlos XII possuía o título de invencível, que um momento poderia arrebatar-lhe; as nações já haviam dado a Pedro Alexiowitz o cognome de grande, que uma derrota não poderia fazê-lo perder, pois que ele não o devia a vitórias.

BELA RETIRADA DO GENERAL SCHULEMBOURG (Schulenburg) – História de Carlo XII da Suécia

"HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia"   Autor: VOLTAIRE Veja também: História da Suécia no século XVI. BELA RETIRADA DO GENERAL SCHULEMBOURG Augusto confiou por algum tempo o comando do seu exército ao conde de Schulembourg 12, general muito hábil, que tinha necessidade de utilizar toda a sua experiência na chefia de um exército … Ler mais

A BATALHA DE NARVA – HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia

"HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia"   Autor: VOLTAIRE Veja também: História da Suécia no século XVI.   A BATALHA DE NARVA 30 de Novembro de 1700. Pedro Alèxiowitz surgiu diante de Narva, à frente de um grande exército, no dia 1.° de Outubro, com um tempo mais rude nessa estação do que o … Ler mais

PEDRO, O GRANDE (czar da Rússia) – por Voltaire

"HISTÓRIA DE CARLOS XII, Rei da Suécia" PEDRO, O GRANDE Autor: VOLTAIRE Veja também: História da Suécia no século XVI. LEIA esse livro completo no Google Books Pedro Alexiowitz recebera uma educação que tendia a aumentar ainda mais a barbaria dessa parte do mundo. Seu temperamento levou-o a apreciar os estrangeiros, antes de saber a … Ler mais

DISCURSO SOBRE A “HISTÓRIA DE CARLOS XII”, rei de Suécia

Veja também: História da Suécia no século XVI. LEIA esse livro completo no Google Books DISCURSO SOBRE A "HISTÓRIA DE CARLOS XII" Autor: VOLTAIRE HÁ bem poucos soberanos dos quais se possa escrever uma historia individual. Em vão a perversidade ou a lisonja tem-se exercido sobre quase todos os príncipes: não há senão um pequeno … Ler mais

Autobiografia de Benjamin Franklin – CARTA DE MR. ABEL JAMES, COM NOTAS DA MINHA VIDA

Autobiografia de Benjamin Franklin CARTA DE MR. ABEL JAMES, COM NOTAS DA MINHA VIDA (Recebida em Paris) "Meu caro e honrado amigo: Muitas vezes desejei escrever-te, mas não podia conformar-me com a ideia de que a minha carta pudesse cair nas mãos de ingleses, receoso de que qualquer impressor ou indiscreto publicasse trechos do seu … Ler mais

CARTA DE BENJAMIN VAUGHAN na Autobiografia de Benjamin Franklin

Autobiografia de Benjamin Franklin CARTA DE BENJAMIN VAUGHAN "Paris, 31 de Janeiro de 1783. "Meu caríssimo senhor: Quando li as suas páginas de notas relativas aos principais incidentes da sua vida, que lhe volveram às mãos graças à remessa do seu amigo "quaker", disse-lhe que lhe escreveria uma carta expondo as razões pelas quais penso … Ler mais

CRISTIANISMO – Dicionário Filosófico de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados CRISTIANISMO Investigações históricas sobre o Cristianismo — Vários sábios notaram, com surpresa, não encontrar no historiador José nenhum vestígio da existência de Jesus Cristo, pois todo mundo concorda que a pequena passagem, onde ele alude ao assunto na sua História, é interpolada. O pai de José devia ter … Ler mais

Dos costumes dos séculos XV e XVI e da situação das belas-artes – VOLTAIRE

VOLTAIRE – DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES

CAPÍTULO CXXI

Dos costumes dos séculos XV e XVI e da situação das belas-artes

Vê-se que na Europa quase não havia soberanos absolutos. Os imperadores, antes de Carlos V, não ousavam aspirar ao despotismo. Os papas exerciam maior autoridade em Roma do que antes, mas bem menor sobre a Igreja. As coroas da Hungria e da Boémia continuavam a ser electivas, bem como todas as do Norte; e a eleição supõe, necessariamente, um acordo entre o rei e a nação. Os reis da Inglaterra não podiam nem fazer leis, nem delas abusar, sem o concurso do Parlamento. Isabel de Castela havia respeitado os privilégios das Cortes, que constituíam os Estados do Reino. Fernando, o Católico não tinha podido destruir a autoridade do justiceiro, que se acreditava com o direito de julgar os reis. Só a França, desde Luís XI, se tornara um Estado puramente monárquico, governo feliz quando um rei, tal como Luís XII, repara, pelo seu amor ao povo, todas as faltas que comete para com os estrangeiros, mas o pior dos governos, com um rei pusilânime ou mau.

Costumes, usos, comércio e riquezas nos séculos XIII e XIV – VOLTAIRE

VOLTAIRE – DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES

CAPÍTULO LXXXI

Costumes, usos, comércio e riquezas nos séculos XIII e XIV

Eu gostaria mais de dizer como realmente era, então, a sociedade dos homens, como se portavam eles no interior dos seus lares, que artes cultivavam, do que repetir a narrativa de tantas desgraças e de tantos combates, sinistros objectivos da história e lugares-comuns da maldade humana.

Em fins do século XIII e nos primórdios do século XIV, parece-me que se começava na Itália, apesar de tantas dissensões, a sair da noite negra da ignorância de que se cobrira a Europa depois da queda do império romano. As artes essenciais não haviam perecido. Os artesãos e os comerciantes, cuja obscuridade afasta o furor ambicioso dos grandes, são como formigas a cavar suas moradas em silêncio, enquanto as águias e os gaviões se estraçalham lá no alto.

ABRAHAM LINCOLN, texto de JAMES RUSSELL LOWELL

JAMES RUSSELL LOWELL (1819 – 1891)

ABRAHAM LINCOLN

MUITAS crises dolorosas têm havido desde que a vaidade insopitável da Carolina do Sul instigou dez prósperas comunidades a um crime cuja recompensa final era ficarem à mercê da nação que tinham desmantelado ou ao alvedrio da anarquia que provocaram e não puderam controlar, quando já nenhum americano de senso abria seu jornal matutino sem o pavor de concluir que não mais possuía uma pátria para amar e para honrar. Qualquer que fosse o resultado da convulsão cujos primeiros embates se começavam a sentir, ainda haveria suficientes milhas quadradas de terra onde trabalhar; mas o inefável sentimento, composto de memória e esperança, de instinto e tradição, que enche o coração de todos os homens e informa seu pensamento, embora talvez nunca presente à sua consciência, se desgarraria, deixando-lhe a terra comum e nada mais. Dela, os homens poderiam colher frutos opi-mos, mas a safra ideal de preciosas reuniões, essa não se repetiria mais; aquela bela virtude que esgotou mensagens de coragem e segurança, oriundas de cada um de seus componentes, ter-se-ia extinguido irremediavelmente e sem deixar vestígio. Sentir-nos-íamos inexoravelmente desligados do passado e forçados a unir os destroços de nossas vidas a qualquer nova condição que um promissor acaso deixasse ainda a nos acenar.

Luís IX – São Luís da França, Por Voltaire

De São Luís. Seu governo, sua cruzada, o número de seus navios, suas despesas, sua virtude, sua imprudência, suas desditas

Luís IX parecia destinado a reformar a Europa, se tal tivesse sido possível, a tornar a França gloriosa e civilizada, e a ser, em tudo, o modelo dos homens. Sua piedade, que era a de um anacoreta, não o impedia de possuir todas as qualidades de governante; uma sábia economia não se tornou incompatível com a sua liberalidade. Soube conciliar uma política sagaz com uma justiça rigorosa e exacta; e talvez seja o único soberano a merecer este elogio: prudente e firme nas deliberações do Conselho, intrépido nos combates, sem de deixar arrebatar, compassivo, como se fora sempre infeliz.

PRÓLOGO DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES DE VOLTAIRE

VOLTAIRE – DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES PRÓLOGO (Trechos) QUEREIS, enfim, dominar o tédio que vos causa a história moderna, desde a decadência do império romano, e obter uma ideia geral das nações que habitam e afligem a terra? Não procureis nessa imensidade senão o que merece ser conhecido: o … Ler mais

Dos Normandos no século IX – VOLTAIRE – DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES

VOLTAIRE – DO ENSAIO SOBRE OS COSTUMES E O ESPÍRITO DAS NAÇÕES

CAPÍTULO XXV

Dos Normandos no século IX

Estando tudo dividido 1, tudo redundava em desgraça e fraqueza. Tal confusão abriu passagem aos povos da Escandinávia e aos habitantes das margens do mar Báltico. Esses bárbaros, bastante numerosos, não tendo para cultivar senão terras estéreis, não possuindo manufacturas e privados das artes, procuravam uma oportunidade para expandir-se longe da pátria. O banditismo e a pirataria lhes eram necessários, como a carnificina aos animais ferozes. Na Alemanha, chamavam-nos Normandos, homens do Norte, sem distinção, como dizemos ainda, generalizando, os corsários da Barbaria. Desde o século IV eles se misturavam às vagas dos outros bárbaros que levavam a desolação até Roma e a África. Vimos que, com os movimentos tolhidos e sob controle no reinado de Carlos Magno, temeram a escravidão. A partir da época de Luís, o Bonachão, puseram-se a deslocar-se e a incursionar pelas regiões vizinhas. As florestas que abundavam em suas terras forneceram-lhes madeira suficiente para a construção de barcos de remo e a duas velas, com capacidade para cem homens, com suas provisões de cerveja, biscoitos, queijo e carne defumada. Assim equipados, faziam-se ao mar, costeando as terras, desembarcando onde não encontravam nenhuma resistência e regressando com o fruto da pilhagem, que repartiam em seguida, de acordo com as leis do banditismo, tal como se pratica na Barbaria. No ano 843 penetraram na França pela embocadura do Sena e saquearam a cidade de Ruão. Outra frota entrou pelo Loire e devastou tudo até a Touraine. Levavam consigo os homens, para servirem de escravos, apoderando-se até das crianças, para ensinar-lhes a arte da pirataria. O gado, os móveis, tudo carregavam. Vendiam, às vezes, numa costa, o que haviam pilhado em outra. Seu bom êxito inicial excitou a cupidez dos seus compatriotas indigentes. Os habitantes das costas germânicas e gaulesas a eles se juntaram, do mesmo modo como tantos renegados da Provença e da Sicília tinham servido nos navios da Argélia.

Governo interno — Justiça — Comércio — Polícia — Leis — Disciplina militar — Marinha na França do século XVII (Voltaire)

class=”titulo”>VOLTAIRE – O século de Luís XIV

CAPÍTULO XXIX

(Início)

Governo interno — Justiça — Comércio — Polícia — Leis — Disciplina militar — Marinha, etc.

Deve-se esta justiça aos homens públicos que beneficiaram seu século: olhar para o ponto de onde eles partiram, a fim de melhor apreciar as transformações que realizaram na sua pátria. A posteridade deve-lhes eterno reconhecimento pelos exemplos que ofereceram, mesmo que tenham sido superados: essa glória merecida é a sua única recompensa. Certamente, o amor a essa glória animou Luís XIV, quando, começando a governar por si mesmo, procurou reformar o reino, embelezar a corte e aperfeiçoar as artes.

VOLTAIRE – O século de Luís XIV – Particularidades e anedotas do reinado (trechos)

VOLTAIRE – O século de Luís XIV

CAPÍTULO XXV

(Excertos)

Particularidades e anedotas do reinado de Luís XIV

Luís XIV deu à sua corte, como ao seu reinado, tanto esplendor e magnificência, que os mínimos detalhes de sua vida parecem interessar à posteridade, da mesma maneira por que eram objecto da curiosidade de todas as cortes da Europa e de todos os contemporâneos. O esplendor do seu governo manifestava-se nas mínimas acções. Há maior avidez, sobretudo na França, de conhecer as particularidades dessa corte, do que as revoluções de alguns outros Estados. Tal o efeito de tão grande reputação: interessamo-nos mais em saber o que se passava no gabinete e na corte de Augusto do que em conhecer detalhes das conquistas de Átila ou Tamerlão.

VOLTAIRE – O século de Luís XIV – Menoridade de Luís XIV

VOLTAIRE – O século de Luís XIV CAPÍTULO III Menoridade de Luís XIV — Vitória dos Franceses sob o grande Conde, então duque d’Enghien Ocardeal Richelieu e Luís XIII acabavam de falecer 1, um admirado e odiado, o outro já esquecido. Tinham legado aos Franceses, então muito inquietos, uma aversão pelo simples nome de ministério … Ler mais

Cartas Filosóficas de Voltaire – Parlamento Inglês

Sobre o Parlamento

OS membros do Parlamento na Inglaterra gostam de comparar-se, tanto quanto lhes é possível, com os antigos romanos.

Não faz muito tempo, o Sr. Shipping, na Câmara dos Comuns, começou seu discurso com estas palavras: "A majestade do povo inglês seria ferida, etc."

A singularidade da expressão causou enorme hilaridade; mas, sem desconcertar-se, ele repetiu as palavras num tom firme, e já ninguém mais riu.

Confesso não ver nada de comum entre a majestad lo povo inglês e a do povo romano, e menos ainda entre os dois governos. Há um Senado em Londres, alguns membros do qual são suspeitos, embora sem justa razão, naturalmente, de vender os votos na ocasião oportuna, como se fazia em Roma: eis aí toda a semelhança.

VOLTAIRE – DO SÉCULO DE LUIS XIV – O SISTEMA DE LAW

DO SÉCULO DE LUIS XV – O SISTEMA DE LAW – VOLTAIRE

O SISTEMA DE LAW

ESSE famoso sistema de Law, que parecia de molde a arruinar a regência e o Estado, sustentou na realidade um e outro, mercê de consequências que ninguém havia previsto. … Foi o caso de, por uma prestidigitação, cujos passes não se tornaram visíveis dos mais peritos e dos mais argutos, um sistema quimérico dar origem a um comércio real e fazer ressurgir a Companhia das índias, criada outrora pelo célebre Colbert e arruinada pelas guerras. Em suma, se houve muitas fortunas particulares destruídas, por outro lado a nação passou a ter uma vida comercial mais intensa, tornando-se mais rica. Esse sistema esclareceu os espíritos, do mesmo modo que as guerras civis aguçam a coragem.

OS DESCOBRIMENTOS E A REFORMA PROTESTANTE

História da Civilização – Oliveira Lima

Idade Moderna

Capítulo I

OS DESCOBRIMENTOS E A
REFORMA

A península Ibérica e
as descobertas

Nada serve melhor para
caracterizar a idade moderna do que a série das descobertas que, ampliando o
mundo civilizado, ampliaram conseguintemente a sua história. À península
Ibérica deve a humanidade esta obra gloriosa e fecunda, na qual empenharam seus
filhos esforço maior do que permitiam seus recursos e mesmo suas reservas de
população. A situação geográfica dessa península como que a predestinava para
tais cometimentos: em frente dela estendia-se o grande mar que dissimulava as surpresas
apontadas pelas tradições como encerradas no seu seio. Porque os navegadores
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Fernão de Magalhães, não foram adivinhos, nem
tiveram uma simples intuição do que lhes ocorreu. Derivavam-se dos seus estudos e do
que a experiência fora progressivamente revelando, confirmando velhos dizeres.

A CIVILIZAÇÃO ROMANA – Resumos sobre a história de Roma Antiga

mapa roma itália

 

História da Civilização – Oliveira Lima

IDADE ANTIGA

CAPÍTULO III

A CIVILIZAÇÃO ROMANA

A mais sólida das civilizações antigas, aquela de que descende diretamente a civilização moderna, teve por teatro a península média das três que na Europa se projetam para o sul nas águas do Mediterrâneo. Semelhante civilização irradiou de uma cidade central dessa península limitada ao norte pela cadeia dos Alpes, com uma grande planície setentrional aquém destes montes, regada pelo sistema hidrográfico do Pó e conhecida dos próprios romanos pelo nome de Gália Cisalpina, a qual ladeavam a Ligúria a oeste e a Venécia a leste.

A península itálica e sua população

Górgona. Pintura mural etrusca.

Roma aparece na história como uma comunidade aldeã no século VIII a. C. Habitavam então a península cujo espinhaço é formado pela cadeia dos Apeninos, afora os gauleses do norte, os etruscos, os japígios e os italianos propriamente ditos, que alguns chamam italiotas, ajuntando ao número, pelasgos vindos da Ilíria e sículos, vindos talvez da Ibéria e fixados na Sicília. X

A ascendência da democracia e do nacionalismo na Europa – (1830-1914)

Capítulo 24

A ascendência da democracia e do nacionalismo

(1830-1914)

Após as revoluções de 1830, muitas nações do mundo ocidental experimentaram um renascimento da democracia.    Na Europa, a Grã-Bretanha tomou a dianteira, mas a França, a Alemanha, a Suíça, a Holanda,  a  Bélgica e a  Itália não  lhe  ficavam muito atrás.  Por último, até a Espanha, a Turquia      e os reinos balcânicos adotaram pelo menos certas formas de governo democrático. O que interessava à maioria desses países era a democracia governamental e política, tipificada pelos parlamentos, pelo sufrágio universal masculino e pelo governo de gabinete. Somente ao aproximar-se o fim do período foi que se começou a pensar a sério na democracia social ou econômica. Havia o temor natural de que ela constituísse uma grave ameaça para a posição da aristocracia hereditária ou obrigasse os tubarões da indústria a devolver uma parte das suas riquezas em proveito dos desfavorecidos.

A Revolução Industrial dos séculos XIX e XX

Tributação dos rendimentos pessoais nos eua em 1949

EDWARD   McNALL   BURNS
PROFESSOR DE  HISTÓRIA  DA  RUTGERS  UNIVERSITY

HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
Volume II

Tradução de LOURIVAL GOMES MACHADO, LOURDES SANTOS MACHADO e LEONEL VALLANDRO

 

1. O COMPLEXO DE CAUSAS

A Revolução Industrial nasceu de uma multiplicidade de causas, algumas das quais são mais antigas do que habitualmente se pensa. Talvez convenha considerar em primeiro lugar os aperfeiçoamentos iniciais da técnica. As maravilhosas invenções dos fins do século XVIII não nasceram já completas, como Minerva da testa de Júpiter. Pelo contrário, já desde algum tempo havia um interesse mais ou menos fecundo pelas inovações mecânicas.[..]

A CIVILIZAÇÃO HELÊNICA

O ESPÍRITO LIBERAL E O ESPÍRITO CONSERVADOR. A EUROPA DE 1820 A 1848

Liberais e Conservadores

A revolução de 1820 e a Vilafrancada

A arma da Santa Aliança foi a intervenção aplicada às nações que davam mostras de querer dotar-se de instituições liberais. Em Nápoles intervieram os austríacos para derrubar a constituição imposta ao rei. No Piemonte um movimento análogo foi abafado, instalando-se em Turim uma guarnição austríaca e sendo dizimados os patriotas lombardos. Foi nessa ocasião que Sílvio Pelico, por haver celebrado a liberdade, foi condenado a 15 anos de “cárcere duro”, onde, no isolamento e na tortura da alma, escreveu esse livro patético — Minhas Prisões, que, no dizer de um historiador, preparou uma nova geração de patriotas italianos, essa geração que em 1846 julgaria encontrar no papa Pio IX o centro da independência nacional e um fator decidido da liberdade na Europa, e que, desiludida dessa esperança que eles próprios destruíram por seus excessos, se lançaram com Mazzini e Garibaldi no caminho da revolução sem tréguas.

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

A RIVALIDADE ANGLO-FRANCESA, A POLÍTICA COLONIAL E O ESPÍRITO FILOSÓFICO

Índice – clique para expandir

A história européia do século XVIII distingue-se, politicamente pela formação do império britânico e socialmente pelo advento na França da idéia de igualdade, sem a qual a democracia não passa de uma palavra vã. O crescimento colonial da Inglaterra operou-se às custas da França, como a sua organização em grande potência se fizera às custas da Espanha e Portugal. Das descobertas ibéricas veio ela a colher o fruto opimo, disputando-o primeiro com seus corsários, depois com sua marinha real. Se esse fruto não foi propriamente o territorial, foi o senhorio dos mares. O senso prático dos governantes britânicos cedo percebeu que a condição insular, em vez de constituir uma inferioridade, representava uma vantagem, contanto que lhe correspondessem os meios de garanti-la. Para isto era mister não consentir da parte das potências continentais qualquer superioridade naval, nem tolerar nas costas dos Países-Baixos o estabelecimento de uma nação de primeira ordem. A ameaça da Invencível Armada, completada como fora projetado pela invasão do solo britânico por uma expedição comandada por Alexandre Famésio e partida do Escalda, dera o sinal de alarma para os séculos a vir.